Título do Livro: TRISTEZA Soneto
Que pena eu sinto e que vergonha, ó Deus!
pelo vexame da minha existência,
pela amargura que, então, sem clemência
está-se fazendo os delírios meus.
Que triste que sou na dor sem remédio
que me domina e me mata cruel
na exorbitância maior do meu tédio
e na inclemência do meu escarcéu.
E a pena que eu sinto é pela vergonha
que sem clemência (eu) próprio me imponho
e que me impõe a razão de eu ser triste.
E assim vivendo esta vida medonha
deixo levar-me nas asas do sonho
em busca do amor que, eu sei, não existe.
Campo Grande-MS, 04.10.94 - 17:06
pág. 58
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