Perdida no paraíso danço
Ganso livre que nada
cada passo é um novo ciclo
silvo longo de harpas
fico de asas abertas
lépidas pernas que voam retas
setas indicam o caminho
Ninho de pássaro assustado
retardo o passo no frio da água
anágua revela minhas formas
normas e regras não existem
insistem os pássaros a cantar
essa canção de mulher primeira
que de tão ansiosa canta em pensamento
o homem que escreve não serve
como Eva preciso de um Adão para manipular
copular teu corpo nos sutis desmaios
dançar ao solo
dançar no colo
flores não me encantam
pois tenho o Éden
refém estou do desejo
e não do amor
porque esse guardo n
o meu íntimo
no meu pensar
no meu sentir
no meu amar
Decerto que chegarás
e não mais dançarei em solo
no solo apenas a abertura
essa louca apertura no peito
os seios buscam mãos
as pernas cansam do chão frio
as mãos roçam uma nutra
os pêlos eriçados voam ao sabor do vento
o perfume natural se esvaio
só o cio é que não se queda
porque tenho certeza
que a dança não tarda
ser a dois e continua
pois encontro-te
e beijo-te ao solo
e não mais danço em solo