É noite. Eu choro (in)cessantemente

entre os escombros em que jaz meu tino

toda a tristeza por um ser ausente

como chorasse o peito de um menino.



Cada soluço é verga que me corta

como um flagelo desdenhoso e lento

que vem feroz pra mim fechar a porta

para conter de vez meu pensamento.



Porque pensando eu morro na desgraça

que me afetando vai todo o juízo

duma esperança vã só por capricho.



Então porque na vida tudo passa

vejo a ilusão soez que preconizo

matar-me como se matasse um bicho.



Campo Grande-MS, 19.12.93 - 23:17