Como o veneno de serpente rara

a vida corta num momento breve.;

em mim cortando, o amor que não se escreve

vem dizimando tudo e em mim não pára.



Sinto cruéis seus pulsos no meu peito

me destruindo a carne, a vida, e tudo

no tempo todo em que fazendo efeito

vai-me cortando o seu picar miúdo.



Deixo verter o meu sentido todo

numa sangria pobre e sem sentido

para de vez sanar esse veneno.



Deixo verter o meu sentido todo

numa sangria pobre e sem sentido

para de vez sanar esse veneno.



Campo Grande-MS, 28.07.93 - 12:20