Querida,
Não paro de pensar em ti, de te querer. Chegas a mim, às vezes como uma menina romântica, às vezes como uma mulher em fogo. Às vezes como uma mistura das duas, santa e profana. Elas se mesclam e se combinam tão perfeitamente... Se me deres cinco minutos na vida real e me mandares escolher entre segurar tuas mãos, ou olhar teus olhos, ou beijar teus doces lábios, ou passar minha mão por teus cabelos negros, ou acariciar teus seios tentadores, ou passar creme em teu corpo quente, após o banho, ou te observar dormindo, como um anjo. Não saberia escolher.
Tua carta, fantasiando nosso encontro, foi a coisa mais sensual que já li. Mais ainda porque foi escrita pensando em mim, para mim. Não páro de lê-la. Tu me perguntas:
"Agora me responde... Como poderia não te querer...Como não te desejar... Estou molhada só em te escrever... louca de tesão... maluca de desejo... Não quero a minha mão no meu corpo e no meu sexo... quero a tua mão... quero teu corpo em mim... O que faço com este meu louco coração? Me explica, como dizer NÃO para o meu corpo? ..."
Meu Deus! Invejo a tua loucura. Sinto-me reagir inteiro a cada vez que leio trechos de tua carta. Meu sexo começa a te procurar... quero teu tesão... quero sentir teus dedos molhados me envolvendo, quero sentir meus dedos em tua vagina oferecida, despudorada... Que desperdício!
Será mesmo desperdício? A emoção que tens me proporcionado é incomparável, a nada se assemelha. Sinto que contigo acontece o mesmo. Somos nós, sem disfarces, livres, praticando o jogo da emoção de maneira profunda, sem barreiras. Nós não precisamos das drogas para dar colorido à vida - temos o privilégio de extrair o prazer, a emoção, da própria vida.
Eu também quero tuas mãos em mim. Quero inundá-las com meu sémen. Tenho curtido muito minhas próprias mãos em mim, enquanto vivendo os delírios que tu propões em tuas cartas amorosas. Se ainda não experimentastes, faça-o como eu. Brinde nosso amor, com teu gozo. Eu passo a delegação a teus dedos para completarem o ciclo do prazer que as palavras põem em movimento.
Diga para teus dedos iniciarem por teu pescoço, vagarosamente, sentindo teu calor, tuas veias dilatarem, o suor escorrendo. Depois, delicadamente faça-os descerem por teu colo até atingirem a maciez de teus seios. Sinta-os como palpitam, como eles seguem sua respiração que se acelera. Molhe teus dedos em tua saliva, e faça o círculo de teus mamilos. Sinta-os rijos, exigentes. Mantenha os olhos fechados e o corpo extendido na cama. Nu.
Depois… depois faça com que tuas mãos percorram teu corpo inteiro, em carícias leves aqui, mais fortes ali. Sinta teu corpo reagir, sinta teu corpo pedir mais, mais... Então, volte a umidecer teus dedos em tua boca e e dirija-os para tua vagina. Primeiro, com leves movimentos circulares sobre ela, a seguir que a penetrem com delicadeza, sentindo a umidade, o calor, a pulsação.
Retire seus dedos, leve-os às tuas narinas - sinta o teu cheiro de fêmea – e leve-os à teus lábios - sinta teu gosto no cio. Aperte teus seios com uma mão, e com a outra, volte à sua vagina. Agora em gestos mais sérios, mais determinados. Quando chegar a hora, mande seus dedos fazerem movimentos circulares em seu clítoris, mas não muito forte, em ritmo crescente. No momento do orgasmo, traga tua imaginação para ajudar teus dedos – sinta meus lábios beijando os teus e dizendo que te amo.
Quando, finalmente, te acalmares, conte-me tudo, em mais uma carta que me deixará insone.
Teu apaixonado,
Heros.
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