Usina de Letras
Usina de Letras
16 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50671)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->VITÓRIA -- 16/02/2003 - 19:13 (Christiano Piccioni Toralles (Kico Toralles)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
VITÓRIA



Ficava ligado naquela gatinha, toda bonitinha

Com a saia curtinha

As pernas a mostra, pequena cinturinha

Miando na Avenida

Desfilando para vida

Cabelo balançando, de um lado para o outro

Pirsen no nariz, maquiagem no rosto

Blusinha cor-de-rosa, toda apertadinha

Propagandeando o relevo

De corpo de mulher

Ainda menininha, se entregando a quem quiser

As mãos cheias de anéis

No pescoço correntinha

Se acha independente

Tira onda de Patricinha



O sorriso é um out-door

O batom vermelho

De repente uma parada, se confere no espelho

Discretamente, ajeita a lingerie

Uma puxadinha aqui, uma apertadinha ali

Seguindo seu caminho

Com aquele salto-alto

Destino: boate, night

Não tem medo de assalto

Com ela isso sempre acontece

Quando menos se espera, um boyzinho aparece

Filhinho de papai com carro importado

Oferece carona, ela nem olha para outro lado

Entra no carro sem fazer esparro

O boy faz um elogio, chama ela de gostosa

Afasta os joelhos, garotinha perigosa

Dá outra miadinha, de gata manhosa

Fingindo coitadinha

Baita mentirosa



Vitória conseguiu aquilo que queria

Arranjou um otário

Para concretizar a fantasia

Com o motor parado, num lugar afastado

O que importa é o prazer

Não precisa cuidado

Sem se prevenir, transmitiu a doença

Depois que acabou, veio a indiferença

Agora ela quer dançar

Ainda é cedo e a droga vai rolar

No carro um cigarro, erva, fumaça

Na porta da boate: whisky, cachaça

Pó branco em carreirinha, cheirando na esquina

O fim está chegando, para acabar com essa sina

Um motorista embriagado, a direção descontrolada

Guiando em ziguezague, subindo na calçada

Do poste desviou e terminou

Com Vitória atropelada



Tinha o convite, mas não curtiu a festa

Teve o destino de gente que não presta

No final dessa história, sabe o que aconteceu?

A guria tão lindinha, não sobreviveu

O automóvel amassado, ela dividida em pedaços

A maquiagem ficou borrada e o pézinho descalço

O sangue derramado, só ela morreu

E chamo essa noite

Da noite em que

A Vitória não venceu



autor: Kico Toralles

21 de Dezembro de 2000

url: http://www.kicotoralles.rg3.net
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui