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Contos-->RELATOS DO INVEROSSÍMIL - PARTE VII -- 10/12/2002 - 11:37 (Wellington Macêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No dia seguinte daquela conversa anterior, logo nas primeiras horas da manhã, tiveram início os trabalhos de recuperação da praça onde os cães habitualmente se encontravam. A princípio, ergueram um tapume em torno de toda a extensão da praça para evitar a presença de pessoas estranhas. Alguns bancos; gramados contendo nas suas porções centrais belos jardins; diversas grades de ferro além de uma estatueta representando Cupido, o deus do amor, localizada no centro de um pequeno lago, haviam sido danificados pela ação irresponsávael de alguns vândalos indiferentes ao bem estar das pessoas que se beneficiavam das delícias oferecidas por aquele aprazível logradouro.
Assim, uma vez concluída a reforma, diversos políticos se aproveitando da oportunidade de reinauguração da mesma, alí compareceram imbuídos, tão somente, no afã de angariar votos daqueles que afluiram ao local. Descerramento da placa alusiva ao evento; queima de girândolas; banda de música se exibindo num coreto improvisado no centro da praça, sem se falar nos habituais discursos de cunho eleitoreiro; tudo dentro de um clima festivo como em ocasiões assemelhadas.
Discretamente postado num dos recantos, o cão pobre que a tudo assistia com o mais vivo interesse ansiava, sem dissimular a sua sofreguidão, pela presença do seu dileto amigo. Sem deixar passar desapercebidos os mínimos detalhes e sem ter com quem comentá-los, o cão pobre resolve encetar mais uma das suas habituais caminhadas pela redondeza, desta feita em repúdio à tanta hipocrisia contida nos discursos proferidos pelos políticos presentes. Esse seu afastamento representava a única forma de protesto diante das contundentes inverdades que acabara de escutar.
Na tarde seguinte, com as imagens relacionadas às comemorações da reinauguração da praça ainda bem vivas no seu pensamento, maior não haveria de ser a sua exultação no momento em que vislumbra a figura do seu amigo, o cão rico, na inseparável companhia da sua dona.
----- Oh, que imenso prazer revê-lo por aquí ! ----- declara o cão pobre. À cada vez que o encontro a sua presença enche-me o coração de alegria.
----- Acredite-me, sinceramente, como as suas amáveis palavras lisonjeiam-me ----- responde-lhe o cão rico.
----- São palavras ditadas nos mais profundos recônditos d alma ----- assevera o cão pobre. À medida que os nossos encontros vão se tornando mais frequentes, mais forte se torna o entrelaçamento dos elos que constituem a nossa amizade. Amigos, na verdade, são dádivas preciosas que devemos preservá-las como pérolas raras. Conhecidos, são muitos; amigos poucos e bem escolhidos.
Gostaria, na oportunidade, de justificar a minha ausência nas festividades de reinauguração do nosso aprazível recanto pois que, segundo os comentários emitidos lá em casa, não ficaria bem àqueles que pertencem a uma classe social de destaque se misturar com a massa de populares. Se bem que no meun entender pobreza não macula ninguém; não representa erva daninha nem tampouco moléstia contagiosa. Não imagina o amigo a tristeza que se me apoderara por não ter sido permitido comparecer às festividades, mesmo na condição de discreto observador.
----- É; na verdade foi grande a presença de pessoas que residem nas proximidades. Houve descerramento da placa em alusão ao evento; ainda, queima de fogos de artifício; banda de música e, como não poderia deixar de ser, enfadonhos discursos de políticos repletos de promessas irrealizáveis.
----- Por ceerto ----- interrompe o cão rico ----- e após alguns segundos de relutância, enfastiza: creio que num futuro bem próximo a humanidade estará livre desses políticos enganadores. Os maus por si só, serão dizimados. Dias chegarão, não tenho dúvida, nos quais esses atos demagógicos desaparecerão do cenário político com o surgimento de homens cuja honorabilidade aliada a uma plataforma de governo exequível, levarão a grande maioria dos atuais políticos a uma inexorável extinção. Aí, sim, nos orgulharemos.
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