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Poesias-->Destinos -- 16/02/2003 - 21:22 (Floriza Gomide Sales Rosa) |
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Exatamente no dia dez
do mês de dezembro
[se bem me lembro
Toda a agudeza que
julgava assaz
em minha vida
Me abandonaria assim, desprevenida
E o destino, ironicamente
Ria do seu golpe revés
Porque pensando ter tirado
o chão de nossos pés
Mudara nossa sorte de repente
Quando nos pusera frente a frente
Mal sabia o tal risonho
Que brincando de inverter
Daria início a um sonho
Incapaz de fenecer.
Ao mais sólido sentimento,
Ao mais forte momento,
Em que esse amor egrégio
Surgiria tal como o vento
E, mesmo num arrebatamento,
de irracional sortilégio
Imaginado o seu final
Continuaria sendo amor sem igual
Amor de contentamento
Amor-emoção
Tantas vezes composição
Veio então outro golpe revés
Outra vez o chão sem nossos pés
O riso silencioso do destino
tal qual malicioso menino
Continuaria brincando de inverter
Pobre destino! Não sabe
que sua brincadeira inglória
Não terá fim
Pois não cabe neste amor
O esquecimento da memória
O envelhecimento da história
Não há inversão que faça
Você sem mim!
Floriza Gomide
São Luís, 10 de dezembro de 2002
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