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Artigos-->Não há novidade alguma em meus olhos espantados -- 04/03/2002 - 18:38 (Anderson O. de Paula) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Esse texto é uma teimosia que certamente irá me cansar.

Estou fazendo o possível para não pensar na idéia que

irei escondê-lo, ou destruí-lo, para que assim não seja

lido por ninguém.



Dizem que sou imprevisível, discordo, porque na minha

cabeça já existe, na maioria das vezes, uma mapa do

que pretendo fazer ou desfazer. Todavia, sei que os

textos que tento escrever são como no xadrez: todas

as conseqüências de um simples lance, duma mera

decisão, são impossíveis de se prever. Assim, o

leitor - e eu sempre sou meu primeiro leitor - de

acordo com as palavras que uso, pode chorar, sorrir,

pensar, sonhar, sujeitar-se, mandar-me para o inferno,

enfim.



Sinceramente não me agrada o conhecimento que

adquiri. Às vezes penso que se não soubesse de

determinadas coisas seria outra pessoa, talvez menos

hipócrita.



Tenho percebido, sem muito querer enxergar, que

quanto mais se sabe, mais fácil é se sentir vil, por nada

fazer, na incrível maioria das vezes.



Pois afinal, quem se importa pelos vários homens

aflitos, que já perderam a esperança e a fé?



Quem se importa pelo vendedor de balas:

"Tenho filhos e não tenho emprego, por favor,

ajude-me..." que trabalha na avenida, pendurando

sua mercadoria nos retrovisores dos carros, enquanto

o semáforo está vermelho, e que foi atropelado e

discriminado, massacrado, por algum motorista

apressado??



Quem se importa pelo homem que puxa a carriola e

que disputa com carros importados um espaço no

trânsito, que leva seu filho, no meio do papelão,

em forma de ninho, e quando não é o filho, é um

cão sujo, seu único amigo - e os donos dos carrões

importados passam, tirando fina, dando com os

ombros e com as buzinas?



Ora, não me peça para se menos radical - pois já

estou sendo, senão escreveria muito mais.

Também não me peça para ser romântico e crer

que tudo um dia ficará bem.



Apenas faça o favor de olhar ao redor e ver que

não há novidade alguma nem meus olhos espantados;

faça o favor de me perdoar e se não quiser não

perdoe. Aliás, se for o caso mande-me ao inferno.



Afinal, quem esse tal de Anderson pensa que é?!



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