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Contos-->RELATOS DO INVEROSSÍMIL - PARTE IX -- 10/12/2002 - 14:41 (Wellington Macêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Diante de fatos inusitado que nos fora permissível vivenciá-los, passamos a questioná-los quanto a sua veracidade ou se, por outro lado, não seriam frutos da nossa imaginação. Após tantos anos de vida; após havermos adquirido uma certa experiência vivencial e tendo no hábito da leitura um dos mais salutares atos de compulsão, jamais ouvíramos ou mesmo encontráramos nos livros algum relato; qualquer comentário ou a mais sutil referência ao que vimos abordando. Não obstante nos encontrarmos em pleno gozo das sanidades física e mental e sermos considerados como inseridos nos padrões de normalidade, confessamos que vez por outra assoma-se no nosso íntimo uma certa dúvida quanto a conveniência ou não da exposição de tais fatos. Não seria estranhável sermos julgados portadores de insanidade mental ou mesmo de estarmos forjando tais relatos com finalidade escusa.
Não sabemos afirmar se por precaução ou talvez pelo receio de se expor ao ridículo alguém que tenha de algum modo vivenciado fatos semelhantes se escuse de retratá-los. É um direito que lhe assiste. No entanto, seria de bom alvitre que aqueles que porventura houvessem presenciado algo de tal similitude, se dignassem a fazê-lo uma vez que, desse modo, estaria emprestando uma real colaboração e paralelamente alertando aos homens de ciência, aos pesquisadores para que dirigissem suas atenções nesse sentido.
Acalenta-nos, "a priori", a certeza de que as grandes descobertas; as mais expressivas invenções que a humanidade tem experimentado partiram de suposições até então inverossímeis; sem o aval da credibilidade dos seus contemporâneos. Somente após perfeitamente amalgamados no cadinho do tempo se revestiram da merecida credibilidade.
Mas, deixemos de conjeturas e passemos ao que nos interessa de perto, uma vez que o cão rico na infalível companhia da sua dona, acaba de deixar o "hall" do prédio onde residem, se dirigindo à praça onde nos encontramos nós e o cão pobre. Mesmo já sendo detentor de uma certa familiaridade com o que de início nos parecia inacreditável, acrescente-se o fato da imprevisibilidade a arespeito dos assuntos que deverão ser enfocados hoje e diante da inominável sapiência daqueles interlocutores, nos seria temeroso aventarmos sobre o que eles discorreriam no presente momento.
Devidamente acomodados nas proximidades dos mesmos e num alheiamento total aos circunstantes, envidamos todos os esforços para que nenhum detalhe se tornasse desapercebido.
----- Bom dia, amigo ----- se dirige o cão rico ao seu amigo sem esconder a euforia que lhe invadira a alma. Hoje, em consonância com a beleza dessa manhã ensolarada e emoldurada pelo azul celeste, apraz-me trazer-lhe em primeira mão notícias das mais auspiciosas segundo comentários que ouví lá em casa. Soube, através das entrelinhas, da fundação da Sociedade Protetora dos Animais, órgão não governamental, cuja finalidade precípua consiste em oferecer ajuda e proteção a todos os animais. Se bem que ainda faltando-lhe o reconhecimento pelas autoridades competentes, a referida sociedade teve, quando da sua instalação oficial, eleição para a escolha dos seus membros dirigentes os quais estão representados por humanos perfeitamente identificados com as reais necessidades daqueles que constituem a razão única da sua fundação. São humanos que sensibilizados pelas agruras dos seus irmãos ditos menores, estão imbuídos no firme propósito de defendê-los quando das atrocidades que lhes são cometidas.
----- Na verdade, meu amigo ----- retruca o cão pobre ----- trata-se realmente de uma iniciativa merecedora dos mais vivos encômios por parte de todos nós como, sobremaneira, por aqueles que se rotulam de civilizados. Diante da existência de um número vultoso de sociedades e associações cujas finalidades estão voltadas para a defesa do bem estar social dos humanos, seria de significativa premência que alguns dotados da mais lídima intenção tivessem as suas preocupações dirigidas, também, para nós outros que ao longo dos tempos temos sido acintosamente desprezados e sem respeito algum por nossos direitos. Acresce, ainda, o sentido filantrópico da questão em apreço uma vez que também fazemos parte integrante da obra da criação.
----- A propósito da criação da Sociedade Protetora dos Animais, por sinal das mais oportunas, aproveito o ensejo para lembrar ao amigo das atrocidades que têm sido cometidas não somente a nós como também a outros irmãos de espécies diferentes. Humanos que em nome da ciência se servem dos seus irmãos menores para a realização de experimentos científicos e, em seguida, quando obtido êxito, transferem as técnicas cirúrgicas para a sua espécie. Soube através de fonte fidedígna que num determinado hospital universitário próximo daquí, existe um biotério onde os nossos irmãos são submetidos à intervenções cirúrgicas altamente mutiladoras, infligindo a esses infelizes sofrimentos atrozes. Nem mesmo no sentido de minimizar tanto sofrimento decorrente dessas intervenções eles não se preocupam com a utilização de sedativos e analgésicos. As vítimas dessa hediondez são acometidas de dores lancinantes sem que despertem a menor piedade.
----- Provavelmente eles se esquecem de que tamos um sistema nervoso semelhante ao deles e uma vez agredido se manifesta através de uma resposta dolorosa.
----- Mas, acredito que num futuro próximo fatos dessa natureza sejam coisas do passado. Dias haverão em que os humanos se aperceberão da ignonímia que estão cometendo e passarão a nos respeitar como seres vivos; como animais merecedores de um tratamento menos cruel.
Nesse exato momento começa a cair uma forte chuva obrigando o cão rico juntamente com a sua dona a se retirar de forma inopinada.
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