Mortes no asfalto
Já virou rotina
Logo cedo,
No início de uma nova semana,
Nos depararmos com notícias
Sobre inúmeras mortes,
Muito absurdas,
Ocorridas em mais um final-de-semana.
Muitas famílias choram,
Enlutadas,
Pela perda dos entes queridos,
Enquanto,
Lá fora,
A vida continua,
Inclusive para os causadores dos acidentes.
Hoje,
Ainda,
Soube de dois casos,
Nos quais os causadores dos acidentes
Fugiram do local,
Sem prestar assistência,
Sem serem identificados.
Me pergunto:
Como será a segunda-feira destes motoristas?
Qual será a expressão,
Em seus rostos,
Ao lerem o noticiário do trânsito,
Ao lerem o que aconteceu com as vítimas,
Ao saberem quem eram e o que faziam?
Quem causa um acidente desta natureza,
Com vítimas,
Por, quem sabe, estar com pressa,
Nem imagina quem está do outro lado.
O que, aliás, não faz diferença,
Pois todas as vidas humanas são importantes
E merecem ser preservadas,
Merecem ser valorizadas,
Como se fossem a nossa,
Segundo o maior mandamento:
“Amai ao próximo como a si mesmo”.
Enquanto isto,
O asfalto continua sendo cenário de mortes,
Acontecimentos brutais,
Porque a pressa ainda parece ser motivo para acelerar,
Mesmo quando proibido,
Mesmo quando perigoso,
Mesmo quando inseguro.
E a vida continua,
Em ritmo de festa,
Com muita pressa,
Até mais alguém virar notícia,
Sentado na polícia,
Por ter interrompido mais uma vida,
Ao volante de um carro,
Do último tipo,
Muito bonito,
Mas que ainda causa mortes,
Quando os limites são extrapolados.
Em 17.02.2003
Claudete Sulzbacher
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