Não quero!
Sombras, capa negra copiadora de traços,
Que alongam-se, deformam-se, estão por todos os lados.
Sombras, que deixam corpos mutilados e entortados,
Sombras que caminha em declínio, junto ao perfil copiado,
Sombras que perseguem a luz do raiar,
Sombras que fecham ambientes,
Que deixam escuras noites, vestirem de luto o dia,
Sombras que aprisionam, que alienam mentes,
Que assombram ,erguendo monstros do nada.
Sombras, que vejo passar...
Que brinca comigo, me imitando, não querendo de mim desviassem.
Quero!
Sombras, que me refugiem, que me abracem no seu esconderijo,
Sombras maternas, que sobre mim descansem o seu véu,
Sombras de amplas asas, que permitam o comodismo do meu vôo.
Sombras, protetoras, guarda-costas do meu Ser.
Sombras, que circulem ao meu redor o Amor.
Sombras, vigilantes da minha sorte, que me ampare o favorecimento.
Sombras, companheiras nunca ausentes.
Recife-PE - Jair Martins / 10.01.01 - 12:05h
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