AINDA HÁ TEMPO?
Ser – humano ,
Não sei de teu tempo .;
Não pertenço ao teu fraco intento.
Conheço este mundo
Que me invade com olhos de outros,
Mas não me vejo nele.;
Não me vejo tão pouco.
Releves minha falta de mim,
Meus olhos marejados:
Perenais angústias que sabem de meus passos,
Mas que não revelam um fim...
Hoje vi homens iguais
E filhos refletindo pais,
Repetindo
A oração dos fracos.;
Reincidindo
Em gestos iníquos
- Restos parcos -.
Não,
Não sou mais
Capaz
De ver a luz
Por detrás
Dos homens – de – bem,
Dos arautos mudos
Que perdem a paz
Cingindo-a de muros,
Escondendo o que eles não têm .
Mas,
É tempo de alguém dizer aos homens
Das coisas que cansaram
De apenas ser,
De apenas se ver...
É tempo de partir o pão.
De distribuir o coração
Aos corpos desiludidos.
É tempo de se ver em tudo
Aquilo que não tomou-se parte:
Um galho seco
Que a nova estação parte.;
O passo seguro
Que, ao sol ,arde.;
Tudo aquilo que o futuro
Agora conhece.
É tempo de descobrir
As infinitas faces do amor...
Se ainda há tempo?
©Anderson Christofoletti
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