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Contos-->Longe de Você -- 11/12/2002 - 21:55 (Warny Augusto da Silva Marçano) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
(Conto baseado na letra homônima) Eu entrei na taverna , onde todos me conheciam por alguém esquisito e com tendências misteriosas e surpreendentes. Mas todos pareciam ter pena de mim ,o que mais me fazia ficar pesaroso e irritado. Perdi toda a minha família no naufrágio de um navio , quando retornei a essas terras vindo da Europa. Sou italiano ,mas vivi desde pequeno por aqui , aprendendo os costumes e hábitos dos nativos. Mas o que eu considerava estranho não era apenas o comportamento deles , mas sim de toda a raça humana. Não me conformava com atitudes sem sentido , que as pessoas consideravam como normais. Enquanto eu era estranho ,por não conversar com ninguém , ficar trancado em casa e só sair de madrugada para beber algo na taverna em frente a minha casa , outros posavam de grandes homens ,mas não hesitavam em trair suas esposas , atirar-se ao vício ou ainda arruinar vidas de homens inocentes.
Estava sentado no mesmo canto obscuro que sempre ficava ,quando avistei uma mulher. Ela estava sentada no outro canto do lugar , em meio aos outros homens. Mas não estava conversando com eles , conservava o silêncio que parecia destacar ainda mais sua beleza fora do comum. Olhando para ela , meus pensamentos ficaram confusos e comecei a relembrar fatos escondidos na minha mente. Um grande navio indo para o fundo do mar ,pessoas gritando , jogando-se ao mar , um barco com duas pessoas aproximando do local. Eu via nitidamente os dois ocupantes do barco: um homem , carregando uma arca ,que eu sabia existir ali uma fortuna , e uma mulher , que era bastante semelhante àquela que estava sentada na taverna.
De repente uma voz invade meus pensamentos , a mesma voz que me atormenta por toda a minha vida. A raiva está presente em mim e eu olho para aquela mulher , querendo uma resposta para os meus medos.
Ela se levanta e sai da taverna , e seguindo a orientação da estranha voz ,eu vou atrás dela. Ela , talvez por pressentir um possível perigo , corre mais do que o necessário. Mas a voz não me deixava em paz ,e eu não conseguia lutar contra meus passos ,que eram coordenados por algo que mais parecia um sussuro , como se o vento criasse forma e exibisse sua fala para um simples mortal.
Ela então se esgueirou por um beco escuro , e eu estava logo atrás , transformado pela mais tênue esperança de obter respostas para minhas dúvidas. Tentei lutar contra a voz , mas enquanto eu tentava ficar imóvel , era atingido por uma dor de cabeça quase insuportável , que me encorajava a prosseguir. Mas nesse confronto , eu acabei perdendo de vista a enigmática mulher. Mas a voz não se entregou , e murmurou que ela não estava muito longe.
Longe...era assim que eu me sentia ,perdido em meus pensamentos. As lembranças traziam a tona segredos que permaneciam no inconsciente. A voz , apesar de estar longe de mim , aprisionada pela minha alma , não poderia se libertar , porque ela já estava de algum modo vinculada à minha mente.
Fui seguindo pelas sombras que apareciam pelas ruas obscuras. Ela parecia desesperada com minha perseguição ,mas eu não entendia o medo dela , uma vez que apenas queria obter respostas dela.
A voz , que estava calada por algum tempo , voltou a me assombrar , dizendo para eu procurar na caverna ,que eu avistava a minha frente. Eu entrei , já totalmente sem vontade própria , movido pelo meu estranho instinto. Procurei por ela , mas constatei que ela não mais se encontrava naquele lugar. Mas ela não estava muito longe...
Passados alguns minutos ,em que eu tive um período de amnésia , eu saí da caverna e recomecei a procurar novamente , até que a voz me ordenou que eu procurasse no mar , que ficava a alguns metros de onde eu estava.
Chegando na encosta , eu sentia a presença dela cada vez mais próxima ,até que eu a avistei estirada. Corri para o lugar onde ela estava. O corpo dela estava todo ensangüentado , com vários ferimentos causados por alguma faca. Então , olhando para aquele corpo inerte , me lembrei de fatos que buscava , e não conseguia encontrar.
O capitão do navio...sua esposa ,aquela era a sua esposa. Os dois planejavam ficar com a fortuna e pra isso afundaram o navio. Mataram várias pessoas para depois afirmarem que tudo que estava no navio havia se perdido. Mas eu não seria capaz de fazer tamanha atrocidade. A culpa é da voz , a voz que sempre me atormentou. Agora estava se lembrando , o velho que ele encontrou morto depois de um período de amnésia. Ele era parecido com o capitão. Mas também não era culpa dele ,era da voz que continuava longe mas ao mesmo tempo era sua alucinação e já fazia parte da criatura terrível que ele se tornara.


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