CERVA E CANA
À dor - cerveja, e, depois, cachaça...
Maldita vontade de beber:
O sono vem, o olho embaça...
Copo cruel, tontura ameaça,
Dona do meu e de todo ser,
À dor - cerveja, e, depois, cachaça...
Entra que queima! e por mangüaça,
Alcoolizando o que ainda houver,
O sono vem, o olho embaça...
Paixão pela puríssima ou cabaça,
Triste ou feliz, bebo por prazer,
À dor - cerveja, e, depois, cachaça...
A cada par que a visão trapaça,
Como é dormente o amanhecer!
O sono vem, o olho embaça...
Depois, todo aquele gosto sem graça.
Calor, suor malandro começa a feder
À dor - cerveja, e, depois, cachaça...
No entanto, desce outra taça,
(O que mais tem pra beber?...)
O sono vem, o olho embaça...
A cerva teima... a cana dá desgraça.
Tanta ressaca que faz! Mas... tem de ser...
À dor?... - cerveja, e, depois, cachaça:
O sono vem, o olho embaça...
autor: Kico Toralles
09 de Abril de 2002
(* paródia da poesia "CHAMA E FUMO" de Manuel Bandeira)
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