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Contos-->RELATOS DO INVEROSSÍMIL - PARTE XI -- 13/12/2002 - 12:47 (Wellington Macêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Queiramos ou são a vida é dotada de uma imprevisibilidade sem precedentes. Jamais presumíramos que numa dessas ocasiões despretenciosas o destino nos trouxesse momentos de graça tão alvissareira.
No decorrer de nossa existência vez por outra fomos surpreendidos por situações inusitadas. De forma alguma acreditávamos na possibilidade de sintonizar a conversa entabulada por dois cães, uma vez que jamais poderíamos imaginar que tal fato se tornasse realidade.
Destacar-se-ia a princípio a inverossimilhança do fanômeno devido a inexistência de relatos congêneres. Por outro lado, alguém jamais poderia crar de sã consciência na seriedade e relevãncia da temática abordada. É fato incontestável que os cães são seres dotadas de grande convencionalismo, tendo na modéstia uma característica deveras peculiar. Preferem ao invés das luzes da ribalta a penumbra dos camarins. São, ainda, detentores de notável elegância sem que se deixem macular pela vaidade. Assim, se nós outros tivéssemos um melhor senso de decoro compatível com a inteligência de que somos detentores, em momento algum seríamos jactanciosos. No entanto, nos resta a certezxa de que como resultado do curso normal dos acontecimentos somos seres tendentes à evolução.
No início das nossas observações e à medida que a conversação dos cães ia se desenrolando utilizávamos, apenas, a atenção redobrada e as memórias para obtermos a finalidade desejada. Com o decorrer do tempo e em consonância à pluralidade dos temas abordados, sempre revestidos da mais larga sapiência, nos vimos impelidos a utilizar um caderno de anotações para que não fôssemos traídos pela memória.
----- Queira o dileto amigo receber minhas calorosas saudações ----- toma a iniciativa o cão rico.
----- É sempre um prazer que se renova quando estamos reunidos por aquí, imbuídos tão somente do firme propósito da troca de idéias sem aquela vaidade assaz costumeira entre os humanos. Se porventura a maioria deles se depojasse da empáfia que lhes tolhe a evolução, na pior das hipósteses seus relacionamentos se tornariam mais fraternos. O orgulho, a vaidade, cederiam lugar para atitudes nobilitantes.
----- Essa é sem dúvida a característica daqueles que circulam lá aem casa. A vaidade deles é tão percuciente tal como se estivessem emaranhados numa teia por eles mesmo tecida. Quando reunidos, se detêm em conversações que se futilizam em razão da incongruência que lhes assoma. Afora os assuntos que dizem respeito aos ganhos materiais, pois são na verdade grandes perdulários, desconhecem a essência dos temas em destaque na atualidade. A vaidade é tão marcante quanto o desprezo pelos irmãos menos favorecidos. Por certo, se julgam detentores, mas na verdade são simplesmente fiéis depositários dos bens materiais que acumularam durante anos. Nunca me fora dado conceber que diante do desencarne alguém levasse consigo os bens perecíveis, tais como: casas, apartamentos, fazendas, jóias, carros de luxo, contas bancárias e assim por diante. Desconhecem que os únicos bens que os acompanharão pela eternidade são as boas ações. Como os humanos se enganam ! Tanto a pobreza quanto a opulência são, ao nosso ver, lídimas oportunidades que Deus nos concede para que miríades de ações sejam livremente arbitradas.
----- Mas, se não bastassem tanto orgulho e vaidade a denegrir o comportamento humano ----- enfatiza o cão rico ----- ressalta-se nos recônditos do seu coração a chama perversa da ingratidão.. Diaariamente somos conhecedores de exemplos de humanos destituídos de reconhecimento. Quantas vezes ao se encontrar numas situação de dificuldasde, eis que surge uma alma magnânima a lhes emprestrar assistência; estendendo-lhes a mão para os levantar sem procurar saber a razão da queda, num verdadeiro gesto caritativo. E, uma vez livres do infortúnio, são incapazes de externar ao benfeitor a menor gratidão. Nos bons momentos esquecem que na vida tudo é cíclico; os fenômenos se revestem de uma periodicidade constante de modo que hoje poderemos desfrutar de momentos benfazejos e, como num passe de mágica, a desventura se nos apresentar de forma inexorável.
----- Mas, segundo depreendí da conversa daqueles senhorres a respeito dos quais lhe falei, alegra-me o fato de que todas as criaturas, mesmo as menos evoluídas, estasrão sempre em ascendência ética e moral que as levarão, quem sabe um dia, à culminância da evolução espiritual. No decorrer do tempo, aliado a proteção constante exercida pelos nossos mentores, a tendência inevitável é crescer cada vez mais num ritmo peculiar à cada um. Uns com maior rapidez; outros mais lentamente, sem que ninguém deixe de alcançar o destino comum a todos nós. Nos planos divinos não há privilegiados nem condenados. Todos, sem exceção, terão tantas oportunidades para a remissão das suas faltas quantas se fizerem necessárias, como somente poderia resultar da magnitude de uma benevolência superior.
E mais uma vez o diálogo entre os cães é interrompido, haja vista que ao se retirar da praça, a dona do cão rico leva-o consigo. Desta feita de forma tão inesperada quase não permitindo que os mesmos se despedissem naturalmente.
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