A dor de antes
não que já não doa,
dói menos.
A dor de antes,
não mais cortina
cobrindo a rima
inútil que não soa:
verso grafado à-toa.
A dor de antes,
não que já não doa:
dói menos.
Mas quando dói grita,
e no grito fica
a essência da dor.
No fim, enfim, esqueço.
Vivo o histérico riso,
amputo o último motivo
da dor que desconheço.
No fim, assim, retorno,
não tardo e amanheço.
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