A CAMPANHA DE HUGO CHÁVEZ APELA PARA A VIOLÊNCIA E O JOGO SUJO

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80ff80">ffffff">Fonte:ffffff"> http://www.elnuevoherald.com/2012/09/18/1302828_p2/la-campana-del-presidente-chavez.html

ffffff">Terça feira, 18 de setembro de 2012

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Terror urbano – Hordas de arruaceiros contratadas por Hugo Chávez atacam a pedradas os partidários do candidato opositor Henrique Capriles no aeroporto de Puerto Cabello no último dia 12. Foto de Ariana Cubillos para a AP.

Grupos de arruaceiros, armados e pagos pelo regime, bloqueiam as pistas dos aeroportos para que o candidato da oposição, Henrique Capriles, não possa aterrissar; a mídia oficial divulgou um vídeo que tenta desprestigiar um de seus aliados, enquanto que a turba de seguidores de Hugo Chávez sai à rua com uma missão apenas: a de destruir os cartazes eleitorais do rival, na campanha política que está sendo considerada a mais suja da história do país.

Como era de se esperar, a campanha do candidato da ‘Revolução Bolivariana’ parece ter perdido as estribeiras a três semanas das eleições presidenciais da Venezuela, fazendo uso de estratégias desesperadas com base na violência, no terror urbano, e no jogo sujo, na tentativa de minar, pelo medo, as probabilidades de o candidato opositor ser eleito, o que demonstra tacitamente que o que a ‘criminologista’ brasileira Vera Malaguti, uma comunista que vive na Venezuela, afirmou recentemente, de que “em âmbito mundial, a ‘direita’ utiliza o medo à criminalidade como estratégia política em suas campanhas eleitorais” (matéria que enviei hoje a todos). Previsível, ainda, é o fato de tal ‘estratégia’ estar se tornando cada vez mais frequente quanto mais próxima se encontra o dia das eleições nesse conturbado e acima de tudo inseguro país sulamericano, em 7 de outubro próximo.

Omar Barboza, presidente executivo do partido opositor ‘Un Nuevo Tiempo’, diz que “o governo compete eleitoralmente com mentiras cuidadosamente preparadas sobre os seus oposicionistas, utilizando documentos e dossiês falsos, desvirtuando a proposta da oposição, chantageando a quem a apoia, comprando o apoio de grupos e pessoas a peso de ouro com dinheiro público, e finalmente abusando da violência e da hostilidade direta para impedir o contato de Capriles com o povo”.

Capriles, que empreende uma campanha de sucesso ao percorrer a Venezuela, visitando povoado por povoado, se viu obrigado a suspender pelo menos duas dessas visitas ha poucos dias, ante a ameaça de ser agredido fisicamente (e, quem sabe, até assassinado) por tais grupos violentos afiliados e remunerados pelo Palácio Miraflores. Foi o que ocorreu no domingo de 9 de setembro, assim que sua campanha recebeu a informação de que um grupo fortemente armado o esperava para emboscá-lo no setor caraquenho de ‘La Pastora’, com uma advertência de um alto funcionário de um serviço de inteligência venezuelano de que não se poderia garantir a sua segurança.

Dois dias depois, a visita do candidato oposicionista à cidade de Puerto Cabello esteve a ponto de ser suspensa, depois que turbas de arruaceiros chavezistas bloquearam a pista de aterrissagem e atacaram um grupo de seguidores de Capriles que o esperava em seu terminal, provocando um enfrentamento que deixou pelo menos 14 feridos. Capriles teve que tomar uma lancha para chegar à cidade.

O conhecido analista político Davis Morán, disse que “o que o governo quer é impedir que a mensagem de Capriles chegue aos eleitores, sobretudo aos setores mais populares e empobrecidos da população, aos centros urbanos secundários que têm sido bolsões do ativismo político de Hugo Chávez e onde um exército de médicos e militares cubanos de há muito cuidam de lavar cerebralmente os mais simples com sua ideologia marxista”. “É nesses locais onde se estabeleceram tais ‘grupos militantes do castrismo-chavezismo’, alguns dos quais são agrupamentos paramilitares, fortemente armados pelo governo e formados por delinquentes que exercem uma função de ‘controle social’ dentro de um estilo eminentemente estalinista. São áreas onde o regime chavezista quer que Capriles não chegue”, acrescentou.

Todavia, apesar dos pesares, são nesses locais que Capriles parece estar desfrutando de certo grau de aceitação, pelo menos numa proporção suficiente capaz de melhorar suas perspectivas de votação no âmbito nacional. Algumas enquetes de intenção de voto mostram Chávez e seu opositor numa disputa renhida nesses locais, com algumas delas mostrando uma vantagem de quatro pontos percentuais, ora para o presidente, ora para Capriles.

O comando da campanha chavezista (que tem recebido a colaboração muito bem remunerada de marqueteiros petistas brasileiros), na verdade, não ficou de braços cruzados e tem dedicado uma grande quantidade de tempo e dinheiro para tentar minar o prestígio e a aceitação do seu opositor. Num de seus mais recentes esforços para tal, fez a postagem na mídia estatal de um vídeo no qual é mostrado o deputado Juan Carlos Caldera, representante junto ao ‘Poder Eleitoral’ da equipe de campanha de Capriles, recebendo dinheiro “por fora”. Os seguidores de Chávez apresentaram o caso como um escândalo de suborno — muito embora não tenham especificado por que nem para que— e responsabilizaram o próprio Capriles pelo ‘caso’ pedindo uma investigação sobre o financiamento da campanha da oposição.

O candidato opositor reagiu de imediato expulsando o deputado de sua equipe e assegurando que não aceitará qualquer tipo de chantagem, enquanto Caldera afirmava que o que foi filmado era uma contribuição à sua campanha pessoal à Prefeitura de Caracas feita por um empresário, coisa perfeitamente legal e normal no país. Ao vídeo seguiu-se uma série de denúncias do governo sobre um suposto “pacotão” econômico oculto da oposição, desmentido reiteradamente por seus membros, que argumentam ser, o documento usado por Chávez para acusar, uma falsificação grosseira. Dirigentes da oposição também denunciaram a sistemática destruição de placas e cartazes publicitários da campanha de Capriles.

Analistas consultados disseram que tais práticas demonstram, por um lado, a incapacidade do governo em, por sua vez, competir nesta eleição no terreno das ideias e, por outro lado, que está sendo vítima do desespero de uma possível derrota nas urnas. O analista Ignacio De León disse que a campanha de Chávez pela continuação eleitoral no poder já passou por várias etapas, que incluem a de explorar publicitariamente ao máximo o câncer do qual padece o caudilho, numa tentativa de gerar pena por sua pessoa entre os setores que tradicionalmente têm sido sua base eleitoral e que hoje parecem propensos a mudar de atitude. “Quando os chavezistas viram que isso não estava funcionando tiveram que apelar ao medo, substituindo a  ‘Missão Pena’ pela ‘Missão Ameaça e Terror’, quando o próprio Chávez declarou (e depois tentou contemporizar) que, caso não fosse eleito, haveria uma guerra civil na Venezuela ”, acrescentou De León.

Era de se esperar que utilizassem tais meios em função das pesquisas de intenção de votos que lhes estão dizendo que há uma diferença crescente a favor de Capriles e a base militante chavezista, ante isso, está tentando desestimular, primeiro os chavezistas moderados que poderão passar para o lado de Capriles e, segundo, atemorizar a base dura da oposição com essa estratégia baseada no medo, que a comunista brasileira Vera Malagutti, que vive em Caracas, diz ser um apanágio da ‘direita’.

A oposição venezuelana, na verdade, acredita que tal estratégia não trará bons resultados a Hugo Chávez e seus seguidores.

Contudo, o maior medo que hoje sente a grande maioria do povo venezuelano é o de perder seu país para o comunismo, já que as pessoas parecem estar convictas de que o voto é secreto e que, com um já provável triunfo de Henrique Capriles nas urnas, os que hoje estão no governo não poderão cumprir com suas ameaças, a não ser por um golpe de estado que termine com os últimos sinais de democracia no país.