“Sou escravo seguindo o progresso
Patativa sem voz pra cantar”.
Respeito seu modo de pensar.
É o que escreveu em versos.
Gostaria que fosse o reverso,
E que o fardo fosse leve também.
É que só nestas terras de Itanhém
Pudesse contar a minha história
Não foi lá com essas vitórias!
Mas acho que sou um alguém.
Alguém que preocupa com tudo
Com o mundo em que nós vivemos
Cuja liberdade quase não temos;
Com estas leis que são um absurdo
Com testemunha se fazendo de mudo
Frente ao rico que está por cima.
Desabafo com vocês do Usina
Que quando saem falta vai fazendo,
Se pudesse logo ia querendo
O retorno de toda essa gente fina.
Um alguém que sente saudades
Dos que passaram por aqui
Sem dar um adeus ao partir
Saíram dessa comunidade.
Mas ainda terei a felicidade
Pois Deus está no firmamento
E nos dará aquele momento
De um dia aqui nos abraçar
E de novo poder retornar
Pra este espaço de sentimentos.
No mundo tem de tudo
Também assim é o Usina
Tem alguns que não se afina
E tem aqueles que saem mudos
Considero-me um sortudo
Por ter amigos como vocês.
Nesta Usina já sou freguês
“Amigo seja discreto
Cumpre os seus projetos”
Mas volte de quando em vez.