CHORAR PRA QUÊ?
Ana Zélia
Os “deuses” são mais poderosos.
As “estrelas” brilham mais que o Sol.
O “poder” está na ordem emanada, na autoridade,
nos “loucos” obrigados a cumpri-las.
Chorar? Não adianta.
A natureza levou anos, séculos, de uma simples semente
à árvore adulta.
Nunca perguntamos por que as árvores nas cidades não dão frutos?
Qual o método usado para o “milagre” que as impede.
Crimes ambientais são acintosamente cometidos e as “justificativas”
As mais deselegantes possíveis: “árvores doentes”, laudos fantasiosos
e aceitos. Malditos homens!
Chora o Teatro, o Largo de São Sebastião.
No centro da cidade a MANGUEIRA perdida, a sombra que se foi, o abrigo das andorinhas, a paisagem sem moldura.
E não foi a única, a uns dez metros dela, outra fora abatida e ninguém viu.
Choram os poetas, atores, a população que, boquiaberta, perplexa, não acredita.
Num contraste à parte riem os “imbecís” que lucram com o espaço aberto.
Por certo darão lugar a mais um “quiosque”, mesas, bebidas, lucros.
Uma festa.
Chorar por quê?
O homem em sua “sapiência” não consegue fazer retornar um segundo do tempo passado.
A natureza levou anos e anos em luta constante com o progresso e a ambição.
A MANGUEIRA (s) jaz no chão ou num lixão qualquer da cidade.
Os artesãos se autorizados farão obras de “arte” ou de protestos.
O crime foi praticado, autoria comprovada, provas contundentes.
PUNIÇÃO para autores, com penas severas que os façam refletir e que doam no bolso, perda do cargo e o repúdio eterno da população.
SONHOS! Tudo passa, Manaus é terra de ninguém, o esquecimento, novos ares,
bares, festas, farras faraônicas.
Chorar pra quê?
O amanhã é incerto.
Perigo iminente corre o Palácio do Governo na Sete de Setembro, antes
circundado pelo Rio Negro, hoje ainda resiste.
E amanhã?
MALDITOS HOMENS QUE DESTROEM VIDAS EM NOME DA AMBIÇÃO,
P O D E R!
Manaus, 19 de setembro de 2012.
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Nota da autora- Amanhã se comemora o DIA DA ÁRVORE. Ver “in locu” um crime ambiental como este, cortar uma MANGUEIRA com mais de cinquenta anos em pleno Largo de São SEBASTIÃO, ao lado do TEATRO AMAZONAS, Palácio da JUSTIÇA, sem
Justificativas plausíveis, nos mostram a alma cruel de alguns dirigentes que tentam se fazer responsáveis com a segurança do povo e esquece que árvore tem alma, vida, que anos por anos cresceu, nunca deu frutos, mas amenizava o calor causticante de uma
cidade habitada por gente fria e para sua desgraça muitos nem daqui são.
Suas atitudes mostram a falta de amor, respeito ao que é nosso.
Ana Zélia
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