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Contos-->2 Detetives - Que Difícil!!! -- 15/12/2002 - 22:22 (Gustavo Henrique) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Ah... como é agradável minha pequena casinha", pensou Munhoz consigo mesmo, abrindo a porta da cozinha, que dava para o pequeno e gramado quintal, e respirando o ar fresco daquela ensolarada manhã de domingo. Olhou, e disse um bobo "Bom dia!" aos seus dois vizinhos: o da esquerda (João) e o da direita (José). As casas dos três eram idênticas, pois faziam parte de um conjunto que pertencia a um português muito chato, que morava num sobrado bem em frente, e ficava o tempo todo na janela "latindo" pra qualquer ser vivo que lhe conviesse.
Munhoz havia se mudado para lá há pouco menos de um mês, graças à sua loja de doces, que finalmente começou a dar um bom lucro. Coisa que só aconteceu porque ele levou em conta a dica de seu grande amigo Hércules de não ficar comendo a mercadoria. Finalmente conseguiu sair de seu buraco fedido (apartamento) e ter uma grana extra, pois antes da reviravolta, tudo o que ele tinha era o salário que ganhava como ajudante de Hércules, que nunca foi grande coisa, mas, não fosse por ele, não teria os 20 mangos necessários para pagar o aluguel de sua antiga moradia.
Agora tudo era vida nova. Tinha até uma vizinhança com nomes e sobrenomes normais, não mais o "Juca Fura-Tripa", ou o "Chico Trabuco", que faziam parte de sua antiga roda de vizinhos. Nunca contou pra ninguém, mas às vezes tinha quase certeza de que aqueles dois não eram boa gente...
Munhoz entrou novamente e fechou a porta da cozinha. Era hora do café da manhã. Abriu a geladeira e apossou-se de sua refeição.
-Dois pirulitos... três balas... e uma goma de mascar pra ajudar na digestão! Hã-Hã!
Mas de repente ele hesitou. Fez uma careta ao pensar um pouco, e disse consigo mesmo:
-Não... acho que devo parar com isso... Hã!... não é saudável! Hã! É melhor leite e ovos! Dãã... vou ter que sair pra comprar...
Devolveu os quitutes e foi para o quarto vestir-se. Mas de repente ouviu um grito! Sim! Um grito! E, acreditando em seu senso de direção, vinha da casa de João, seu vizinho da esquerda. Levantou-se rapidamente e levou um tombaço ao tentar correr com as calças ainda nos joelhos. Perdeu um minuto tentando levantar, mais outro para descobrir que era melhor vestir a calça antes, e mais outro para executar a tarefa.
Feito isso, foi depressa até o quintal, e pulou o muro para a casa de João. Entrou rapidamente na sala, pois a porta estava escancarada, e deparou-se com o corpo esfaqueado de João, estirado no sofá. Tudo estava bagunçado, mostrando que ele deve ter lutado contra o bandido. Verificou o pulso do pobre homem, mas já era tarde. Os golpes haviam sido perfeitos.
Munhoz pulou o muro de volta, pensando em chamar a policia. Mas logo que passou para seu quintal, notou algo na grama. Uma gota de sangue, sim. Que audácia! O assassino teve coragem de passar pelo seu quintal na fuga!
Mal verificou a gota de sangue, notou outra coisa no chão. Puxa! Um pedaço de carteira de identidade. E nele havia as três primeiras letras de um nome: J-O-S. Munhoz ficou fazendo algumas caretas, pensando, quando viu mais uma coisa estranha, próxima ao muro de seu vizinho da direita. Foi averiguar, e descobriu uma pequena carta. Leu:

"Já depositei o dinheiro em sua conta. Agora cabe a você eliminar João.

De seu Contratante, Manuel del Porto
Que mora na Rua dos Bosques, 423, Carapicuíba"

-Puxa! Este Manuel contratou alguém para assassinar João! Hã-Hã! Já descobri o endereço dele! Mas... o que é aquilo...? - intrigou-se Munhoz, dirigindo-se ao pé do muro de José.
Abaixou-se novamente e pegou um pedaço do que parecia ser um telegrama, que dizia:

"Já executei o serviço. Matei João a facadas, como o combinado.

De seu contratado, (pedaço rasgado)...é"

-Oh, puxa... só tem a última letra do nome do assassino! Já sei! Vou ver se o José não viu nada de estranho!
Pulou o muro para a casa de José e entrou na cozinha sem bater. Mas de repente ele estacou. Viu José lavando uma faca ensangüentada na pia, com um sorriso extremamente sarcástico. Sorriso este que desapareceu ao ver Munhoz.
-Hãããã!! Então foi você!! Isso explica tudo, sim! - fez uma careta - Seu nome é José! E no fragmento da identidade que eu achei havia três letras de um nome... um "J"... um "O"... e um "S"! E no telegrama que eu habilmente descobri ao pé do SEU muro havia a última peça do enigma! Sim... a última letra do misterioso nome: um "É". Hã-Hã! Pensou que pudesse me enganar?
José ficou com cara de dúvida. Fez um biquinho e pôs o indicador no queixo, pensativo.
-Hê-Hê-Hê... como era mesmo...? Hm... Hê-Hê... ah, sim... sem... sem tes... sem testemunhas. Hê-Hê! Você é uma testemunha! - afirmou ele, erguendo a faca ameaçadoramente.
-Hã! Não me faça perder tempo, seu assassino malvado! - retrucou Munhoz, pegando rapidamente uma cadeira e atirando-a em cheio na cara de José.
Inconsciente, o infrator não pôde evitar ser preso pela policia. Hércules também apareceu por lá, e cumprimentou com bastante gosto seu amigo.
-Babuínos Bundudos, Munhoz! Que extraordinário! Conseguiu pegar o assassino sozinho! Como fez?
-Hã-Hã! Eu te conto enquanto tomamos um belo café da manhã, está bem? - convidou ele, todo pomposo.
Os dois foram, rindo alegremente. E João, um exemplo de vizinho (vocês nem chegaram a conhecê-lo, mas todos o achavam gente fina), sempre será carinhosamente lembrado no Dia de Finados.
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