Livro: VERTIGEM
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Quando nos ares falenas
brancas e amarelas vão,
deixam-me solto e tão leve
e o corpo alar como penas...
os pés me fogem do chão.;
minh alma branca de neve
irrompe em ondas serenas
por voar meu coração.
As nuvens passam chorando
seus pingos de chuva fria
no meu passo embevecido.;
o dócil inseto e brando
na clareza do meu dia
tanto me faz convencido
no passo firme em que eu ando
que já houvera eu esquecido...
E és tu, querida, este alento
todo o sentir que enobrece,
a razão do pensamento
que de amor jamais se esquece.;
és tu a falena lépida
que à nuvem tênue dos olhos
fazes voar branda e tépida
de lágrimas grossos molhos...
CPE-MS, 14.03.85 - 19:22
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