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Contos-->RELATOS DO INVEROSSÍMIL - PARTE XIV -- 16/12/2002 - 11:31 (Wellington Macêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A vida tem sido pródiga em revelar acontecimentos que por sua imprevisibilidade nos parece ditados pelo acaso. Apresentam-se como fatos extraordinários nos levando a um estado de incredulidade. Desde épocas remotas os humanos numa incontida ânsia de desvendar os "mistérios" da natureza, perscrutam incessantemente através de suposições as mais diversas, justificativas para o até então inexplicável. Procuram nos confins do imensurável elementos plausíveis que satisfaçam a sua curiosidade no que respeita ao entendimento do desconhecido. Todavia, no extenso leque de suas conjeturas naufragam na imensidão do mar da ignorância.
Não fora a limitação dos nossos sentidos corpóreos, bem como os estreitos limites da nossa percepção, milagres e ocorrências sobrenaturais já de há muito estariam descartados. Basta atentarmos para o fato de que efeitos inteligentes são decorrentes de causas do mesmo modo inteligentes. Resumindo, na obra do Criador todo efeito resulta de uma matriz causadora. Não há lugar para o "acaso"; tudo se processa em harmonia com o previsível. No mundo material temos primeiro os fenômenos; depois nossa percepção sensória e, finalmente, por meio do nosso sistema nervoso convergem para o campo cerebral, nossa síntese psíquica: a consciência. Trata-se da razão; do bom senso; da inteligência do homem normal que não vai além das necessidades da vida terrena. Portanto, ao constatarmos a possibilidade de comunicação entre semelhantes, no caso específico dos caninos, a princípío relutamos quanto a sua veracidade. No entanto, à medida que os fatos foram se desenrolando buscamos, mesmo dentro da nossa incredulidade primeira, fulcros que nos possibilitassem acervos para a crença atual.
De repente, um novo reencontro dos cães se realiza, nos levando a abordagem de mais um tema que se nos parece de suma importância.
----- Olá, como tem passado ? ----- exclama o cão rico se dirigindo ao seu amigo o cão pobre.
----- Bem, obrigado ----- responde-lhe o cão pobre. Na noite passada, não conseguindo conciliar o sono resolví caminhar um pouco aquí pela praça. Vez por outra parava e olhava para o cpéu contando carneirinhos e nada do sono chegar. Numa das várias idas e vindas deparei-me com aqueles senhores a respeito dos quais já lhe fiz referência. Como quem não quer e querendo me aproximei deles até o ponto de não ser percebido, na intenção de ouvir qual o conteúdo do assunto que discorriam. Estavam tão absortos que não percebiam o que se passava ao redor. De súbito, ouví nitidamente, com todas as letras, quando um deles falor a respeito da morte, asseverando: "A natureza se mantem indiferente diante da morte porque esta nada destrói".
----- A propósito do assunto, lá em casa não sei se por ignorância ou por medo, as pessoas têm verdadeiro pavor quando alguém se refere à morte ----- ressalta o cão rico. Provavelmene em razão da materialidade que lhes tolhe a evolução. Acreditam que uma vez mortos, tudo se acabará sem a sombra do menor vestígio. Desconhecem que além de um corpo perecível, somos na verdade espírito imortal o qual persistirá na eternidade dos tempos. Portanto, somos seres imortais.
Veja você que apesar de tantas mortes a vida prossegue triunfante; nada é destruído nem como matéria nem como espírito. O princípio da vida não é prejudicado pela morte. Ele permanece intacto e até rejuvenescido através da morte.
----- Não saberia precisar com certeza quando, mas certa vez aquí mesmo na praça me fora dada a oportunidade de ouvir parte da conversa entre diuas pessoas desconhecidas para mim, a respeito do passado, presente e futuro. Um deles, por sinal bastante enfático, declarava de alto e bom som: que na vida não existem passado nem futuro, apenas o presente. O que temos de real, palpável mesmo, é o presente. Causava-lhe admiração o número de pessoas que vivem às custas do passado; a relembrar fatos e acontecimentos pretéritos ocorridos em épocas remotas já perdidos na imensidão do tempo.
----- Realmente, existem aqueles que vivem exclusivamente de recordações; algumas boas entremeadas por tantas más. Enquanto assim procedem desprezam o que possuem de verdadeiro que nada mais é do que o presente. Do passado não dispomos mais, já se esgarçou na fumaça do tempo. Quanto ao futuro, somente a incerteza ----- diz o cão rico.
----- Se bem que o país que ignora o seu passado não tem história. É na reminiscência do ontem que os historiógrafos, através de suas narrativas, trazem às gerações futuras fatos relevantes dos seus ancestrais. Veja você que à cada momento não somos mais os mesmos. Alguma coisa mudou em nossas vidas. Somos, na verdade, como um rio que a cada instante, à medida que as águas passam não é mais o mesmo rio ----- conjetura o cão pobre.
----- Da minha parte ----- assegura o cão rico ----- procuro viver intensamente o momento presente; o agora. O passado jamais tornará; enquanto que o futuro se reveste de profunda incerteza.
Mais uma vez os cães se depedem augurando um novo reencontro.
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