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Contos-->RELATOS DO INVEROSSÍMIL - XVI -- 16/12/2002 - 15:14 (Wellington Macêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Desde épocas remotas que o homem imbuído no afã de desvendar os mistérios que envolvem sua origem na terra procura, numa ânsia incontida, onde se encontra a verdade estribado nas mais díspares teorias aventadas. Apesar do ceticismo envolvente uns elegem como ponto de partida os relatos bíblicos inseridos no Velho Testamento; outros, alicerçados nos pilares da ciência são partidários da teoria darwiniana no que respeita a seleção natural das espécies; além de tantas outras teorias que carecendo de uma maior consistência foram relegadas a um natural esquecimento. Semelhantemente, o mesmo é postulado com relação às demais espécies animais. De início, surgiram os animais pré-históricos já exitintos; posteriormente, dentro de uma seleção natural em decorrência das mutações genéticas, algumas espécies foram se adaptando em consonância com o seu "habitat" persistindo até os dias atuais. Selvagens, a princípio, com o decorrer do tempo passaram a ter uma convivência mais estreita com o homem como elemento de marcada utilidade. Algumas espécies servindo de alimento; outras como força de trabalho; outras como elemento de guarda; outras mais dispensando-lhe companhia como animais de estimação e assim por diante.
No entanto, o que nos surpreendeu sobremaneira foi a constatação de que os caninos, apesar da suas apregoada irracionalidade, sãso detentores de inefável inteligência conforme contido nos diálogos até então relatados.
Acredite o leitor ou leitora que estamos plenamente conscientes da incredulidade dispensada aos nossos relatos, haja vista trarar-se de um fato asté então inconcebível, sem que nos seja possível dispor de provas substanciais que nos permitam dirimir quaisquer dúvidas a respeito. Nada mais temos feito, desde a constatação daquilo que julgávamos impossível, do que tentar obter dentro dos meios disponíveis, elementos indispensáveis para que outras pessoas pudesse, também, testemunhar a nossa experiência.Como recurso derradeiro aventamos a possibilidade da utillização de um gravador.. Foi uma tentativa infrutífera, já que tal recurso eletrônico não é capaz de captar ondas sonoras emitidas pelos caninos. Neste caso, infelizmente ainda não dispomos de recursos cuja sofistificação nos permita tal sintonização. Resta-nos, portanto, o empenho do nosso testemunho; da nossa palavra até que num futuro próximo a ciência dos humanos jos ofereça meios de prová-lo.
Convictos da veracidade do que expusemos com relação aos diálogos entre os cães e, na certeza de que em breves dias encontraremos os meios necessários que possibilitem a obtenção de provas insofismáveis, continuaremos no firme propósito de relatá-los, mesmo que para tanto tenhamos a nossa credibilidade ultrajada.
----- Bom dia amigo ----- exclama o cão rico. Que bela manhã a natureza nos oferece incitando um sentimento de patriotismo quando das comemorações da independência do nosso país. Provavelmente, num dia como o de hoje, há mais de cem anos; num céu de um azul mais azul; sob a luz de um sol radiante e bafejados por uma brisa acalentadora típica de um país tropical, homens imbuídos de profundo civismo proclamaram, às margens do Ipiranga, nossa independência.
----- Boim dia ----- responde-lhe o cão pobre. Não tenha dúvida quanto a magnitude do evento. Recordo-me quando nos primeiros anos que por aquí cheguei, da massa humana, sobretudo crianças, se deslocando em direção das principais avenidas da cidade a fim de presenciar o desfile das forças armadas em homenagem à data magna. Milhares e milhares de pessoas postadas sobre as calçadas portando bandeirolas do Brasil, tremulando sob seus aplausos, à medida que os pelotões desfilavam. Lembro-me da presença de alguns irmãos caninos como nós outros integrando o pelotão da Polícia Militar investidos das suas responsabilidades, nos deixando sobremaneira orgulhosos. Era uma esplendorosa festa de civismo em reverência à soberania da pátria.
----- Realmente, um dos sentimentos mais nobres que alguém poderá ter é o amor à pátria; o amor à terra que lhe serviu de berço natal. Venerar os símbolos pátrios representados pelo hino e bandeira nacionais é dever sagrado de todos nós. Infelizmente o que se nos parece, sobretudo nos dias atuais, é uma deplorável falta de civismo daqueles que detêm o poder. Diariamente, à cada momento, somos surpreendidos por escândalos envolvendo homens que se encontram no exercício de cargos influentes, tanto no poder executivo quanto nos poderes legislativo e judiciário. São humanos despreparados tanto técnica quanto moralmente, envolvidos em atos de malversação de verbas públicas sem o menor senso de respeito aos seus concidadãos. Recursos que deveriam ser alocados para o suprimento das necessidades básicas da população menos assistida, desviados do seu verdadeiro destino sem a manor cerimônia ----- declasra o cão rico sem esconder a sua indignação.
----- É meu amigo ----- exclama o cão pobre. Não bastasse tanta falta de pudor, acrescente-se a repulsiva impunidade. Além de um código penal obsoleto, somos detentores de uma justiça morosa altamente conivente com os poderosos e, sobejamente rigorosa diante dos menos favorecidos. Enquanto uns poucos se prevalecem dos favores da lei a maioria, por sua vez, é tratada sob os seuss rigores. Ao meu ver, quanto mais poderoso sob o ponto de vista econômico; quanto mais consciente da transgressão cometida, maior e mais rigorosa deveria ser a pena aplicada ao infrator, diferentemente daquela imputada aos desassistidos pelos poderes públicos.
----- Certa feita ----- declara o cão rico ----- ouví dizer que quando os que comandam perdem a compostura os que deviam obedecer perdem o respeito. Portanto, não saberia precisar quando, mas acredito que dias haverão em que o povo terá banido da vida pública esses corruptos juntamente com os seus asseclas para a felicidade geral da nação tão vilipendiada. Caberá aos humanos de bem; àqueles que fazem da honestidade o seu lema de vida, lutar com denodo sem desfalecimento para que as gerações futuras tenham por herança uma sociedade mais justa e mais fraterna.
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