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Contos-->RELATOS DO INVEROSSÍMIL - PARTE XVII -- 17/12/2002 - 09:45 (Wellington Macêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Retornando mais uma vez à praça já inúmeras pessoas por lá se encontravam. Afigura-se-nos que em razão da beleza ostentada por aquele aprazível recanto, à cada dia aumentava o número de frequentadores. Crianças acompanhadas dos seus pais; jovens casais de namorados; adultos das mais variadas idades, sem contar com a grande presença de idosos, todos desfrutando de uma contagiante sensação de paz. Além de nos encontrarmos em plena estação da primavera no seu contagiante convite ao amor ressalte-se, por outro lado, o deslumbrante variegado das flores numa autêntica festa para os olhos. Diversas alamedas ornadas por elegantes palmeiras imperiais intercaladas, aquí e acolá, por majestosas acácias cuja floração se revestia de inusitada beleza.
Assim, no evolver dessa atmosfera dá-se novo reencontro dos cães. consoante isso acontecia e como resultado das nossas observações os cães, a exemplo dos humanos, se sentem sobremaneira felizes quando do encontro com aqueles que lhes são caros. Fato destacado nas diversas ocasiões em que o cão rico retornava àquela praça despertando no cão pobre indisfarçável contentamento.
Entre nós humanos quando diante de ocorrência semelhanate, esboçamos a nossa alegria através de um largo sorriso acompanhado de efusivo abraço e palavras de apreço. Diferentemente dos humanos, acreditávamos que a única manifestação de apreço dos caninos consistia num intenso balançar da cauda quando diante de alguém que lhe seja caro. Na verdade, tal manifestação se faz em destaque diante dos nossos olhos. No entanto, diante de uma anatomia e, sobretudo, de uma musculatura facial diferentes das nossas, os caninos se vêm impossibilitados de manifestasr a sua alegria através de um sorriso. Manifestam o seu contentamento, o seu júbilo, principalmente pela emissão de intensas vibrações ópticas que se fazem acompanhar do balançar da cauda. Se atentarmos para o fato com atenção poderemos perceber um considerável aumento no brilho dos seus olhos, brilho esse resultante da emanação das referidas vibrações.
Diante de mais um reencontro, o cão rico sem dissimular a sua satisfação, se aproxima discretamente do cão pobre receioso de que a sua dona venha admoestá-lo. No ensejo, se aproveitando da distração da sua dona em conversa com uma amiga, o cão rico se achega ao cão pobre com o coração a estremecer-lhe de alegria dentro do peito. Inicia mais um diálogo parecendo ter-se-lhe rompido o dique da loquacidade.
----- Oh, que prazer renovado encontrar mais uma vez o querido amigo ----- assevera o cão rico.
----- Creia-me o amigo ----- responde-lhe o cão pobre -----não fora a sua presença proporcionando-nos momentos agradabilíssimos, certamente a alegria das nossas vidas ser-nos-ia marcada por indesejável raridade. À medida que os anos fluem vamos aprendendo a valorizar cada vez mais os prazeres espitiruais e deixando de lado os anseios materiais. Desse modo, reveste-se-nos de inusitado prazer cada momento vivido na abusca da espititualidade propiciando-nos verdadeiro regalo d alma.
----- Infelizmente -----assegura por sua vez o cão rico -----em nossos dias os humanos stêm a sua inteligência voltada, apenas, à conquista do bem estar material, esquecendo-se da transitoriedade de que são revestidos. Acredito mesmo, no meu modesto modo de entender as coisas, que todas as decobertas humanas nasceram da profundidade do espírito que contatou com o invisível; com o além. A grande disparidade do grau de inteligância dos humanos é diretamente proporcional aos anos vividos. À cada nova vida trazemos com nós, de forma latente, tudo o que nos fora dado conhecer. Daí acreditar que aprendizagem nada mais representa do que recordar. Revolver no inconsciente conhecimentos adquiridos em vidas pretéritas constitui a pedra angular daquilo que chamamos inteligência. Mas, para que a inteligência possa avançar ainda mais é preciso despertar, educar, desenvolver uma faculdade mais profunda: a intuição.
----- Após alguns instantes de silêncio o cão pobre enfatiza ----- mais do que inteligência os humanos precisam de afeto; de doçura; de amor para tudo que resulte da criação. Não vê você o alto nível de inteligência de que alguns humanos são dotados utilizada com exclusividade na invenção e fabricação de poderoso arsenal destinado à morte ? Bomba atômica; mísseis teleguiados; aviões surpersônicos de combate; armas as mais sofisticadas capazes de eliminar todo tipo de vida existente na terra. Além das propaladas guerras química e bacteriológica de uma hediondez sem precedentes. Para que tudo isso seja possível as nações mais ricas e poderosas dispendem bilhões e bilhões de dólares os quais, se houvesse mais amor e menos ódio entre os humanos, seriam muito melhor utilizados no combate à fome; às doenças responsáveis pela morte de milh~es de vidas preciosas, sobretudo nos países pobres. Mas o que se observa é esse abominável fraticídio praticado em nome da religião, de sistemas políticos díspares; de etnias variadas quando, no meu modesto entendimento, sabemos que são atos revestidos de pura barbárie. Atos que em essência maculam o que se chama de civilidade. Acredito que os humanos somente terão atingido o ápice da civilização no momento em que os exércitos permanentes deixarem de existir. Quando houver tolerância pacífica entre os povos.
-----Revestido daquela modéstia peculiar aos caninos, o cão rico na sua costumeira elocução, declara -----quando todos os valores da civilização desfalecem numa decadência dolorosa, é justo que nos alegremos diante de alguns que despontam como verdadeiros baluartes do amor fraterno. Somente a misericórdia divina nos enviaria humanos dotados de tamanha gandeza espiritual. Portanto, curvemo-nos diante dessa misericórdia e agradeçamos de coração genuflexo a Sua bondade.
-----Ao pressentir a retirada da dona do cão rico levando-o consigo, completa o cão pobre ----- à cada século a humanidade tem conquistado avanços tecnológicos sem precedentes na história. A inteligência dos humanos tem nos levado à concepção de descobertas as mais inusitadas sob o ponto de vista da materialidade. Esse humanos já olharam bastante para fora, restando-lhes, agora, olharem para dentro de si próprios, única via para a resolução dos seus problemas vivenciais. Assim, intui-me a razão que outras civilizações habitantes de outros planetas já se encontram em estágios mais evoluídos do que nós, no que concerne à ética e a moral. Como poderiam alguns acreditar que a terra, pequenina, que vemos navegar pelo espaço como um grãozinho de areia no infinito constenha a única forma possível de vida no universo ?
A essa altura os cães se despedem mais uma vez, deixando-nos com um misto de alegria e tristeza. Esta, tendo em vista a interrupção de mais um surpreendente diálogo enquanto alegria, pelas lições que nos foram oferecidas. Restando-nos, apenas, aguardar pacientemente uma nova oportunidade que provavelmente se fará presente.
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