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Contos-->J A C Ó -- 17/12/2002 - 10:57 (Wellington Macêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lá pelos meados dos anos trinta quando era grande o fluxo de imigrantes europeus para o Brasil, aportou na cidade do Recife uma família de judeus proveniente da Polônia.
Como tantas outras recém-chegadas e com o auxílio dos seus patrícios radicados na cidade, a família se instalou na zona portuária conhecida naquela época como bairro dos judeus, alí fixando residência.
Jacó juntamente com a mulher Hanah e mais três filhos menores foram residir num sobrado situado à Rua do Bom Jesús, dispostos a iniciar uma nova vida na qual pudessem esquecer as inúmeras dificuldades enfrentadas no seu país de origem, onde como pequenos agricultores lutavam com denodo em busca da sobrevivência.
Contando com a ajuda de alguns patrícios que encontrara no Recife, Jacó iniciou as suas atividades de trabalho como prestamista, além da venda de relógios, jóias, etc., tudo de porta à porta, mesmo tendo encontrado, de início, certa dificuldade de comunicação com os nativos uma vez que o seu conhecimento da língua portuguesas deixava muito a desejar.
De início, eram grandes os contratempos mas, à medida que os dias passavam, Jacó ia angariando novos fregueses graças a sua obstinada persistência. Assim, como resultado, além de obter os meios necessários para a sua sobrevivência juntamente com a família, ele ia amortizando as dívidas que até então contraíra no início das suas atividades.
Apesar de pouco instruído, Jacó era dotado de aguçado senso de responsabilidade não somente com relação ao trabalho como, sobremaneira, no que dizia respeito a educação dos filhos, tudo associado ao excessivo aapego ao dinheiro do qual era possuidor. À medida que os anos passavam e com a indispensável ajuda financeira do pai, Aarão, Isaac e Abraão, seus filhos, se tornaram prósperos comerciantes, contraindo núpcias com moças pertencentes à colônia judáica.
Já com a idade avançada e possuidor de considerável fortuna acumulada em decorrência não somente da sua grande dedicação ao trabalho mas, sobretudo, devido ao incomensurável prazer em amealhar cada vez mais, eis que Jacó fora acometido por pertinaz moléstia em razão da qual viera a falecer. Uma vez ocorrido o desenlacxe e por ocasião do velório, por sinal bastante concorrido pelos integrantes da colônia judáica além de outros amigos que granjeara fora da colõnia, seus filhos bastante contristados não se arredavam do falecido.
Cumpridas as formalidades do judaísmo em casos de tal natureza e, cientes do grande apego de Jacó por dinheiro, seus filhos diante do infausto acontecimento resolveram demonstrar-lhe toda sua gratidão como derradeira homenagem. Num gesto teatral Abraão, o mais novo dos filhos, depositou sobre o corpo do finado o que nos dias atuais corresponderia a mais ou menos 100 mil reais, em espécie, de forma que os presentes pudessem perceber toda a sua gratidão. Em seguida, Isaac repetiu o mesmo gesto do irmão porém, desta feita, colocando sobre o falecido o que nos dias atuais corresponderia a mais ou menos 150 mil reais, também em espécie.
A essa altura dos acontecimentos, um verdadeiro burburinho se fez presente entre os que alí se encontravam, todos na viva expectativa do quanto seria o valor a ser depositado por Aarão, seu filho primogênito, como prova cabal da sua imorredoura gratidão. Imbuído no mesmo apego a dinheiro herdado do seu falecido pai, Aarão retira do bolso um talão de cheques e, bastante compenetrado, preenche uma das folhas com o valor nominal correspondente a mais ou menos 500 mil reais em moeda atual, depositando, em seguida, sobre o corpo inerte do seu inesquecível pai. No entanto, para surpresa geral, tivera o cuidado de retirar os 250 mil em espécie anteriormente depositados pelos irmãos que lhe precederam, a título de troco.
Inúmeros foram os comentários que se seguiram elogiando a prodigalidade do filho mais velho do falecido Jacó.
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