Meus olhos derramaram dor
Por todos os mendigos medonhos
Meus poros sensíveis se dilataram
Meus pêlos atônitos se eriçaram
Pelos crimes bárbaros e hediondos
Chorei tanto que esmoreci
Da esperança esqueci
Preferi nunca existir
Não deveria ser assim
Poderia a vida ser diferente
Se Deus é amor, por quê?
Mas resisti
Ouvi vozes dizendo
Que colhemos o que plantamos
Não entendi
Como pode uma criança colher
Se não sabe plantar?
Depois li o que escreveu um pastor
"As crianças colhem o que escutam"
Cresci
Vi a natureza forte
Na terra, na água e no animal
Vi a constante transformação
A árdua luta pela sobrevivência
Sorri
Quando entrei no santuário
E sedenta aceitei a Ti
E dos por quê(?) esqueci
Pois nada podem mudar
Percebi
Ao olhar para a luz
Além do céu azul
O que se pode fazer
Quando há uma fonte de amor
A jorrar de dentro do coração
Que salta para sarar a vida.