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Contos-->ZÉ CAGA RAIVA -- 17/12/2002 - 16:26 (Wellington Macêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Irritabilidade representa uma das características fundamentais dos seres vivos. Todos a temos num determinado grau, de sorte que a intensidade de resposta a um estímulo qualquer varia de indivíduo para indivíduo.
Numa cidade do interior de Pernambuco vivia Zé Leopoldo, homem septuagenário, de tez morena, cabelos e barba ralos, pouco afeito a amizades. Um sertanejo autêntico. Residia juntamente com a mulher numa aprazível chácara donde raramente se ausentava. Nas poucas vezes que isso ocorria tinha por finalidade receber a mísera aposentadoria ou adquirir gêneros alimentícios quando por ocasião da feira semanal. Era na realidade um misantropo. Bastava alguém lhe dirigir uma palaavra qualquer para que Zé Leopoldo se irritasse profundamente. Daí a alcunha de Zé Caga Raiva como era conhecido. Por menor que fosse a interpelação o homem saía com quatro pedras nas mãos; não poupava a quem lhe dirigisse a palaavra.
Um belo dia, quando por ocasião do recebimento da aposentadoria, Zé Leopoldo estava almoçando num dos botecos da cidadezinha frequentada por feirantes e alguém dirigindo-se a ele, cumprimentou-o:
----- Bom dia seu Zé Leopoldo, almoçando não é ?
----- Estava, responde-lhe.
Em seguidas virou o prato sdespejando a comido no chão para a satisfação de um velho gato que ronronava nas proximidades, se aproveitando do incidente.
Noutra feita, Zé Leopoldo resolvera realizar uma pescari num dos açudes situado nas proximidades de sua chácara. Adquiriu os implementos necessários a uma boa pescaria, tais como vara, molinete, linha, anzóis, samburá, etc.
No dia seguinte já bem antes do amanhecer, Zé Leopoldo levantou-se sobremaneira disposto no antegozo de um dia que se prenunciava bastante aprazível. De posse de toda aquela parafernália indispensável à pescaria, não se descuidara do farnel pois que somente pretendia regressar no final do dia. Despediu-se da mulher, iniciando a caminhada na direção do local determinado. Lá mais adiante vários trabalhadores que se dirigiam a um canavial, ao cruzarem com Zé Leopoldo o cumprimentaram, dizendo:
-----Bom dia seu Zé Leopoldo, está indo a uma pescariazinha, não é ?
----- Ia, responde-lhes Zé Leopoldo.
E no auge da sua irritação quebrou a vara destruindo, em seguida, os demais apetrechos, regressando de imediato. Era mesmo um homem de uma irritabilidade sem limites.
De há muito possuía um fusca já bastante gasto pelo uso, donde vez por outra retirava-o da garagem e encetava uma viagem a fim de visitar alguns parentes que residiam na região. Entretanto, logo na saída da cidade havia um posto da Polícia Rodoviária Federal e Zé Leopoldo não sendo possuidor de habilitação para conduzir veículos era dispensado de qualquer abordagem pelo pessoal que alí trabalhava, já que era bastante conhecido. Nessa ocasião porém, ao se aproximar do referido posto, fora abordado por um policial recém chegado naquela região que ainda não o conhecia. Ao estacionar o veículo no acostamento o policial se aproxima, indagando:
----- Bom dia senhor, está indo para onde ?
Transbordando sua irritação, Zé Leopoldo responde-lhe:
-----Estava indo; já não vou mais.
-----A carta e os documentos do veículo, por favor, pede-lhe o patrulheiro (naquela época era comum referir-se a "carta" como sinônimo de habilitação)
Imediatamente responde-lhe Zé Leopoldo:
----- Por acaso eu prometí lhe escrever ?
Rapidamente, Zé Leopoldo retorna desistindo da planejada viagem.
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