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Artigos-->BRASILEIROS NO EXTERIOR -- 13/11/2012 - 09:17 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


BRASILEIROS NO EXTERIOR



 



Edson Pereira Bueno Leal, novembro de 2012.



 



Os brasileiros espalharam-se pelo mundo - No Paraguai, Uruguai e Bolívia estão os brasiguaios , principalmente na agricultura de soja no Paraguai e arroz no Uruguai , aproveitando-se dos menores custos de produção e dos preços mais baixos da terra.



Censo feito pelo Itamaraty em 2002 revelou cerca de 1,96 milhão de brasileiros no exterior  e pode-se verificar que estão espalhados pelo mundo todo, metade está nos EUA . Os dados para 2004 já indicam um total entre 2,3 e 3 milhões de brasileiros no exterior , 1,3 milhão nos EUA . Destes aproximadamente 170 mil possuem curso superior .



 



 


































































































BRASILEIROS NO EXTERIOR  2002




EUA




784.000




França




20.000




Líbano




5.900




Paraguai




378.000




G.Francesa




16.000




 




 




Japão




274.000




Canadá




15.000




 




 




Portugal




86.000




Israel




11.000




 




 




Itália




67.000




Holanda




10.000




 




 




Suíça




45.000




Bolívia




10.000




 




 




Alemanha




45.000




Uruguai




9.700




 




 




Argentina




44.000




Bélgica




8.700




 




 




Inglaterra




30.000




Venezuela




8.500




 




 




Suriname




26.000




Suécia




7.000




 




 




Espanha




21.000




Austrália




6.700




 




 




Revista FSP 15.08.2003 , p. C-1 .



Cerca de 100.000 estão deixando o país por ano em média.



 



2007



 



Os dados em 2007 chegam a um contingente entre 3 e 4 milhões de imigrantes ,  cerca de 2 milhões nos Estados Unidos , 400.000 no Paraguai , 280 mil no Japão . Na Europa as rotas preferenciais pela ordem são Itália , Portugal e Reino Unido . .



Os contingentes mais significativos estão nos EUA , Paraguai e Japão.



Ao contrário dos estereótipos e emigrante brasileiro é jovem , de classe média , quase metade tem o segundo grau e 20% o ensino superior e formam comunidades ordeiras , de baixa criminalidade e exceto no Japão , evitam viver em enclaves segregados, facilitando a sua integração. ( revista Veja , 18.07.2001 , p. 94-100)



Em agosto de 2003 o serviço de imigração do Reino Unido deteve 63 brasileiros que estavam trabalhando ilegalmente na fábrica de biscoitos Cookie Man , em Surrey , condado no sul da Inglaterra . Todos serão expulsos da Inglaterra . ( F S P 15.08.2003, p. C-1) .



O Brasil  está tendo uma receita anual com os emigrantes superior à maioria dos produtos brasileiros exportados . Em 2004 entraram US$ 5,6 bilhões enviados do exterior por emigrantes .   Houve um aumento espetacular nestas remessas que na década de 1980 eram de apenas US$ 199,7 milhões por ano  . Em 2005 as entradas subiram para US$ 6,4 bilhões e US$ 7 bilhões em 2006 . O Brasil só perde em valores enviados para o México que recebeu US$ 23 bilhões em 2006 . 



 



2009



 



Em 2009 , segundo estimativa do Ministério das Relações Exteriores, 3 milhões de brasileiros estão vivendo no exterior . São 1,3 milhão nos EUA, 300 mil no Paraguai e 280 mil  no Japão e Reino Unido e 137.600 em Portugal., onde houve uma queda , PIS em 2008 eram 317 mil . Estes brasileiros remetem para o país US$ 7,5 bilhões por ano , segundo dados do BID . Com a crise econômica houve uma mudança de fluxo migratório em 2009 , com muitos brasileiros retornando ao pais . ( F s P , 16.10.2009 , p. C-3).



Muitos brasileiros estão voltando para o país devido á melhora da economia e à piora da situação , principalmente nos EUA e Japão . Por isso , segundo dados do BID , os brasileiros mandaram em 2009, 34% menos dinheiro do que em 2008, ou US$ 4,7 bilhões , o segundo maior montante na região, só atrás do México .



Segundo dados do Banco Central que só calcula a entrada de dinheiro de remessas pelos canais formais e não pelos doleiros , as remessas de brasileiros ficaram em US$ 2,2 bilhões em 2009 , ou 24% menos do que em 2008 .



De outro lado , sobem as remessas de imigrantes bolivianos , paraguaios , chineses entre outros do Brasil para o exterior que chegaram a US$ 669 milhões , o maior montante histórico e 7% a mais do que em 2008 . Para se ter uma idéia , este movimento de saída começou em 2004 e segundo especialistas pode chegar a US$ 10 bilhões . ( F S P , 5.3.2010 , p. B-8) .



 



2010



 



As remessas de brasileiros que vivem no exterior diminuíram 9% , caindo de US$ 864 milhões no primeiro quadrimestre de 2009 para US$ 790 milhões no mesmo período de 2010. ( F S P , 26.05.2010, p. B-2) .



O fluxo de brasileiros do Japão para o Brasil foi de apenas 71 de janeiro a junho de 2010 ,50.000 em 2009 . O número de brasileiros no Japão caiu de 317 mil em dezembro de 2008 para 267 mil em dezembro de 2009 .



A opção de permanecer no Japão se explica mais pela confiança de que dias melhores virão pela oferta de trabalho , pois as dificuldades de conseguir emprego em uma economia especializada ainda continuam grandes e a taxa de desemprego em junho é de 5,3% . ( F S P , 3.8.2010, p. B-5) .



 



 



 



DUBAI



 



De acordo com a embaixada do Brasil na capital do Dubai Abu Dhabi, existem 817 brasileiros registrados no setor consular . Boa parte trabalha para a estatal Emirates Airlines , que abriu mais de 150 vagas para comissários de bordo entre outros cargos . O salário é “tax free” , ou seja, livre de impostos , contra os 25% do IR no Brasil . ( F S P , 22.06.2008 , p. F-12) .



 



EUA



 



Nos EUA existem em torno de 1.300.000  residentes em 2004 . Porém a maioria , em torno de 70% permanece no país ilegalmente . Em Nova York são 300.000. Em Boston 200.000 e na Flórida 150.000 . Em São Francisco 25.000 e em Los Angeles 17.000 .



O censo populacional do EUA de 2000 contou 247.200 brasileiros, contra 47.965 em 1980  . A maioria chegou aos EUA na década de 90 , portanto as crises econômicas na década de 1980 foram o motivador para a saída . Cerca de 19,9% estão na Flórida , 17,1%  em Massachussetts , 12,0% na Califórnia , 10,2% em Nova Jersey e 10,1% em Nova York . 



Grande número dos recenceados possui curso superior completo ou incompleto ( 56,8%) . Entre os homens a profissão mais comum é a de gerentes e empresários ( 9,8%) e profissionais e técnicos especializados e entre as mulheres , de trabalhadoras domésticas ( 11,9%) e gerentes e empresárias ( 5,7%) .



 












































































Brasileiros nos EUA – Censo de 2.000




Profissões masc.




Profissões fem.




Escolaridade




Inglês




Proprietár.




9,8




domésticas




11,9




Nada




1,2




nada




5,6




Técnicos




6,1




Proprietár.




5,7




1. grau




6,1




mal




17,3




Operários




4,8




Escritório




5,4




2. grau




4,0




Bem




24,3




cozinheiros




4,5




Técnicas




4,1




2 grau cp.




31,9




ótimo




43,8




Constr.civ.




4,3




atendentes




3,8




Super.inc




22,3




Só fala ing.




9,0




 




 




 




 




Super.com




34,5




 




 




Fonte : Censo Americano de 2.000 .



A cidade brasileira que mais contribuiu para a imigração ilegal foi Governador Valadares em Minas Gerais da qual de 300.000 habitantes 33.468 são brazucas. O primeiro grupo partiu na década de 1960 e o sucesso contagiou muitos outros que migraram em massa na década de 1980  e tornou-se uma opção para jovens da classe média . Eles enviam para a cidade por ano US$ 72 milhões que são aplicados principalmente no setor imobiliário .



Pesquisa feita com moradores de Valadares que foram para os EUA feita pela Profa. Sueli Siqueira da Universidade Vale do Rio Doce mostra que 70% tinham emprego antes de viajar , 55% recebiam mais de 5 salários mínimos , 85% viajaram com o objetivo de fazer poupança , 75% não falam inglês e apenas 9% emigraram por causa do desemprego.



Em 2004 o maior volume de migrantes  saiu  de Goiás, os goianos devem formar a maior colônia brasileira nos EUA com 250.000 pessoas .



Apesar da grande quantidade de brasileiros com nível superior ,  a maioria executa serviços não qualificados como empregada doméstica , engraxate, lavador de pratos , porém nas quais o salário é muito superior ao do Brasil, alcançando facilmente US$ 3000 a 4000 .



Os estudos mostram que os imigrantes se submetem a atividades braçais , muitas humilhantes , apenas por conta da remuneração oferecida. Avaliações recentes mostram que brasileiros da classe baixa também resolveram se aventurar nos EUA , centenas delas que nunca haviam saído de suas cidades anteriormente . Dada a precariedade total de recursos , muitos tem imensas dificuldades de integração , nem sequer conseguindo aprender a falar o idioma. Muitos tem procurado diminuir estas dificuldades com a emigração de apenas um membro da família e só após uma relativa estabilização desta , os demais seguem atrás.



As pesquisas mostram por outro lado que aqueles que conseguem algum sucesso , acabam por se integrar ao entorno, principalmente pelos filhos que começam a estabelecer laços afetivos e institucionais a partir da escola.



A partir de agosto de 2000 o México deixou de exigir visto de entrada para os turistas brasileiros o que estimulou a entrada clandestina nos EUA pela fronteira mexicana . Mesmo os  que são presos dentro dos EUA , não sendo reincidentes podem responder ao processo de deportação em liberdade , após pagar fiança entre 3.000 e 20.000 dólares .



Todavia, os atentados ocorridos nos EUA em 11 de setembro de 2001 produziram consequências prejudiciais aos brasileiros . Com as famílias cortando seus orçamentos pela recessão , um dos primeiros cortes é a faxina que custa em Nova York em média 50 a 100 dólares por dia . Em Nova York se calcula que 100.000 pessoas tenham perdido o emprego em decorrência direta dos atentados . Com o desemprego aumentando , cresce a disputa por empregos mal remunerados ou desagradáveis antes rejeitados pelos americanos. No setor de turismo calcula-se cerca de 300.000 demissões após os atentados e no setor de comércio cerca de 77.000 . De outro lado ficou mais rígido o controle de fronteiras e mais complicado viver em situação irregular nos  EUA . ( Veja, 16.01.2002 , p. 62-65) . 



Outra medida  é o maior rigor que será inevitável com os clandestinos  e as dificuldades que crescerão para o fornecimento de vistos ou sua duração.



O grande aumento da população imigrante latino-americana deverá inevitavelmente ter consequências sobre a política americana para a região, tradicionalmente deixada para segundo plano .



Em 2050 um terço da população americana será de origem hispânica. Em termos demográficos as regiões dos EUA que mais crescem são as partes do sul e do oeste , que são predominantemente agrícolas e tradicionalmente pouco favoráveis ao  internacionalismo liberal e ao multilateralismo . Texas, Califórnia e Flórida são estados importantes no sistema eleitoral americano que deverão pesar nesta futura mudança de posição política . 



 



MIGRAÇÃO DE VOLTA



 



Os relatos dos que vivem nas regiões de alta concentração de brasileiros nos EUA são de que iniciou-se em 2007 um movimento de volta em razão da baixa do dólar e da crise no setor de construção civil americano   .Os indícios são de estabelecimentos comerciais cujo faturamento está caindo  , empresas de mudanças que a cada dia despacham mais caixas e contêineres para o Brasil , casas de remessa de dinheiro que fazem menos envio agências de viagem que estão vendendo mais passagens somente de ida .



Retornam aqueles que não conseguiram realizar o sonho americano  Segundo a  brasilianista Maxine Margolis da Universidade da Flórida  , há três grupos de imigrantes brasileiros nos EUA . O primeiro grupo é formado pelos que vieram depois do 11 de setembro . São operários, trabalhadores braçais que , conseguindo entrar  ficam dois ou três anos , saem e não voltam mais . O segundo grupo é formado por brasileiros que vivem há pelo menos 15 anos , tem greencard , são legalizados  , e não pretendem voltar ao Brasil . O terceiro grupo é dos que estão entre 8 a 12 anos , podem ter filhos americanos  , podem ter um bom emprego e até um negócio , não são legalizados , mas também    não querem sair dos EUA e não  viajam com medo de serem presos no aeroporto . ( F S P , 9.12.2007 , p. C-4) .



Em Governador Valadares, segundo a agência da CEF houve uma queda de 6% nos valores das remessas entre setembro a novembro de 2007 em comparação com o mesmo período de 2006. Estima-se que 41.000 moradores da cidade estejam nos EUA . As indicações são de que estão voltando indocumentados , mas também documentados que não pretendem retornar aos EUA.  ( F S P , 9.12.2007 , p. C-5) . 



No fim dos anos 90 , Governador Valadares chegou a receber 70 milhões de dólares por ano  em remessas do exterior . Na década de 2000 a 2010 as remessas diminuíram , chegando a cerca de 10 milhões de dólares por ano. Segundo a casa de câmbio Fitta Câmbio, a única legalizada da cidade , as remessas de dinheiro de Valadares para os EUA aumentaram 300% e no sentido inverso , o ingresso da moeda americana caiu 30%. ( Revista Veja, 25.04.2012, p. 112) .



Segundo dados do escritório americano do Censo, entre as 25  comunidades de imigrantes nos EUA, a do Brasil é a que mais se reduziu em 2010, 5,44% em relação a 2009 , queda de 359,2 mil para 339,6 mil . Mesmo com a piora , o imigrante brasileiro , com renda média de US$ 47,8 mil ocupa a 12ª posição em termos de renda entre o grupo de imigrantes. A Florida foi a região com maior queda na população brasileira , de 15,68% de 2009 para 2010 . ( F S P . 9.4.2012, p. A-9) .



 



JAPÃO



 



No Japão, segundo estimativas o número de brasileiros passou de 2000 em 1985 para 273.000 em 2002.A cidade  paranaense de Maringá e região deu uma grande contribuição  para este contingente  tendo este total, superado  os 188.968 japoneses que vieram para o Brasil nos 42 anos de incentivo oficial à imigração. Em 1995 o Brasil foi o quarto maior “exportador” para o Japão, atrás apenas da Coréia do Sul, China e Estados Unidos. No caso do Japão , trabalhar significa literalmente dormir no emprego.



Em 2.002 os dados apontavam uma substancial redução na quantidade de brasileiros viajando para o Japão . A redução do crescimento japonês , maiores exigências na concessão de vistos e a legalização pelo governo japonês de imigrantes de trabalhadores de países asiáticos estão entre os principais fatores da diminuição . ( F S P 17.02.2002 , p. B-7) .



Os brasileiros formam o terceiro maior grupo de imigrantes , cerca de 14,5% do total de estrangeiros sofrendo concorrência cada vez maior dos chineses e filipinos . 



 Calculando-se uma poupança média mensal de US$ 1000 per capita, o total anual poupado pelos brasileiros no exterior chega a perto de  US$ 3 bilhões . Estudo do BID estima em US$ 4,5 bilhões dos quais apenas 2,5 bilhões chegam pelas vias oficiais , quantia que equivale a menos de 1% do PIB mas que representa o triplo das exportações de café em 2000 e mais do que o país arrecada com turismo estrangeiro.



Graças a estes brasileiros no exterior que lá permanecem , muitos, principalmente no Japão apenas temporariamente, aplicando suas economias no Brasil, o valor das transferências unilaterais que englobam estas transferências, aumentou muito nos últimos anos, representando um saldo positivo pois são recursos que ingressam no país em moeda estrangeira sem a necessidade de posterior retorno.



As pesquisas que vem sendo realizadas com estes brasileiros , que saíram desiludidos do país , demonstram que a maioria não deve voltar para o país . No Japão , 75.000 trabalhadores brasileiros pediram visto de permanência , cerca de 65% estão lá há mais de cinco anos e 36% não sabem quando voltam ao Brasil. Provavelmente o Japão , pelas dificuldades de adaptação seja o país com maior índice de retorno. Já em Massachusetts, onde vivem 150.000 brasileiros , 20% não pretende voltar ao Brasil . No Paraguai , um em cada quatro brasileiros tem visto de permanência definitiva .



No Japão a imagem dos brasileiros tem sido cada vez mais associada à prática de crimes , estando de certa forma a imprensa japonesa difundindo a idéia de que os estrangeiros são responsáveis pelo aumento da violência.



Ao contrário o aumento de brasileiros no exterior tem um efeito bola de neve , denominado "fator corrente" , que significa que os emigrados tendem a atrair parentes e amigos que ficaram no Brasil , facilitando a chegada com dicas , alojamento e busca do primeiro emprego.



A crise econômica mundial atingiu os dekasseguis em cheio . Dos 317 mil brasileiros  instalados no Japão , estima-se que entre 38.000 e 51.000 terão de retornar ao Brasil até o fim de março de 2009 .



Segundo o Ministério da Justiça , mais de 70.000 brasileiros retornaram do Japão em dois anos por causa da crise. Em 2009 , de acordo com o Banco Central, o total de remessas diminui 23,6%, a  maior queda em 11 anos . ( Exame, Melhores e Maiores 2010, p. 166) .



Além da perda do emprego , como muitas empresas descontam diretamente do salário o valor dos aluguéis , perder o emprego, significa perder a moradia . Mais de 40% dos brasileiros desempregados ou que cumprem aviso prévio , já saíram ou terão de sair de sua casa , segundo pesquisa da Associação Brasil Fureai , criada em dezembro para ajudar os dekasseguis .



Metade dos filhos de brasileiros , matriculados em escolas brasileiras já foi forçada a deixar os estudos desde o início da crise . ( Veja, 25.02.2009, p. 62-63) .



O governo japonês decidiu apresentar  um plano de emergência, para , em última instância , criar condições para que os brasileiros retornem ao Brasil . Medidas serão tomadas para facilitar o ingresso em escolas públicas de crianças que tenham dificuldades para entrar em escolas para estrangeiros , apoio na busca de empregos , inclusive com o aumento de intérpretes e centros de atendimento específico , concessão de auxílio-moradia  para os que perderem o emprego e criação de um site com informações multilíngues , com campanhas de divulgação no exterior . ( F s P , 17.02.2009, p. B-7) .



O governo japonês começou a oferecer em, abril de 2009 dinheiro para que descendentes de japoneses deixem o país , entre eles brasileiros . Cada decasségi desempregado receberá 300 mil ienes ( R$ 6.700,00) para a passagem aérea, além de 200 mil ienes ( R$ 4.500,00) , por dependente . Todavia, os que aceitarem a oferta não poderão retornar ao Japão com visto de trabalho . ( F S P , 2.4.2009, p. B-6) .



Em Hamamatsu , com 180 mil brasileiros , 60% estão desempregados em maio de 2009 . A crise  atingiu em cheio a comunidade brasileira quase toda dependente das fábricas de automóveis e autopeças . No final de 2008 as fábricas começaram a demitir em massa e muitos perderam o emprego e também a casa , naquelas em que a empresa as fornecia .



Uma rede de solidariedade foi montada às pressas por entidades como o Brasil Fureai , que cuidou de localizar famílias dispostas a receber outras , providenciou cestas básicas e distribuiu informações sobre como conseguir o seguro-desemprego .



Com tudo isso, apenas 35.000 brasileiros , dos mais de 300.000 que vivem no Japão , retornaram ao Brasil . E apenas 2.000 aceitaram a oferta de dinheiro do governo japonês para comprar as passagens de volta .



Porém, para os que ficaram a situação mudou . Necessitando buscar a sobrevivência em setores alternativos , como o setor de serviços que exige conhecimento da língua , a maioria está aprendendo japonês para viver no Japão como um japonês . ( Veja, 3.6.2009, p. 121 . ) . Outros estão trabalhando na lavoura ganhando um pouco menos . A maioria está aguardando o que pode na esperança de a situação se normalizar e as empresas voltarem a contratar .



 



PARAGUAI



 



A segunda maior comunidade brasileira no exterior está no Paraguai . Dos 378.000 brasileiros  que moram no Paraguai , cerca de 300.000 estão registrados no Consulado do Brasil em Ciudad Del Este , região de fronteira com o Brasil .



Pesquisadores ligados à MCNOC – Mesa Coordenadora Nacional das Organizações Camponesas , apontam que 77% das terras agricultáveis do Paraguai estão na mão de 1% dos proprietários rurais e que 351 fazendeiros são donos de 9,7 milhões de hectares . Do outro lado , 25% da população paraguaia , ou 1,5 milhão de pessoas vive em situação de pobreza , entre as quais 400 mil agricultores sem terá .



No “Alto Paraná”, está a maior concentração de “brasiguaios” (produtores brasileiros ou paraguaios de origem brasileira ) , grupo que responde por quase 60% da produção paraguaia de soja, estimada em 7 milhões de toneladas na safra de 2007. A maioria dos “brasiguaios” é de pequenos e médios produtores com áreas de 50 a 200 hectares . São filhos e remanescentes da colonização brasileira no leste paraguaio nos anos 1970, após o acordo para a construção da usina de Itaipu . Para estes , a promessa do  presidente Fernando Lugo, de reforma agrária , é fonte de apreensão . ( F S P , 8.6.2008 , p. AS-22) .



 



ESPANHA



 



Segundo as autoridades espanholas  , há 100.000 brasileiros na   Espanha , 70.000 deles em situação ilegal . A Espanha recebe cerca de 1.000 imigrantes clandestinos por dia pelas facilidades da língua . Na década de 1990 a proporção de estrangeiros residentes na Espanha passou de menos de 2% para 10% da população. Estima-se que oito em cada dez prostitutas da Espanha sejam brasileiras , imigrantes ilegais .  



Durval Fernandes da PUC MG realizou um perfil sobre o imigrante  brasileiro na Espanha e ele tem em média menos de 40 anos , segundo grau completo e ganha 1.000 euros por mês . os homens trabalham no setor de construção e as mulheres , em serviços domésticos .



 Tendo entrevistado 404 pessoas verificou que o nível de escolaridade é bom, a maioria com segundo grau e muitos com  formação universitária . A maioria  é do Paraná , mais especificamente da cidade de Maringá , de onde são 25% dos entrevistados .Como o acesso aos EUA ficou mais difícil , complicado ainda pela exigência de visto pelo México , a indústria que existia para levar brasileiros para os EUA  , voltou-se para a Europa .



A indústria da falsificação de identidades funciona a todo vapor , com os preços variando de acordo com o nível de sofisticação . Uma carteira falsa custa entre 170 e 200 euros . Os emigrantes remetem em média 300 a 400 euros por mês , havendo situações excepcionais de remessas de até dez vezes esta quantia , como no caso das prostitutas brasileiras . Tamanha prosperidade cria problemas, pois as famílias no Brasil tornam-se dependentes deste dinheiro , param de trabalhar e obrigam as meninas a continuar  na atividade para sustentar a família inteira . ( F S P , Mais , 17.02.2008 , p. 6) .



Em 2008 a entrada de brasileiros na Espanha tornou-se mais rígida . Em janeiro de 2008 entraram na Espanha 13.722 brasileiros e foram barrados 428 , cerca de 3%. Em fevereiro o número de barrados aumentou para 452.



Entre 2006 e 2007 a média mensal de barrados passou de 20 para 200 . Brasileiros jovens , sem dinheiro, sem reserva de hotel , sem passagem de volta estão tendo a entrada no país recusada .



 



INGLATERRA



 



O Brasil , em 2004 passou a liderar o ranking dos países que tem mais pessoas com a entrada negada no Reino Unido e são mandadas de volta para seus países de origem. O Brasil  em 2004 teve 5.180 cidadãos despachados de volta . Em 2005 foram 5.195 brasileiros , em 2006 , 4.985  dos 182.000 que  chegaram  no país foram recusados , cerca de 14,48% do    total de  barrados . Do Paquistão chegaram 262.000 e foram recusados 2.035 ; da  Nigéria 288.000 e barrados 1.960 ;  dos EUA 4.100.000 e barrados 1.905 ; da África do Sul 456.000 e barrados 1.495 ; da Índia 846.000 e  barrados 1.440 ; do Canadá 996.000 e barrados 715 e do México 119.000 e  barrados 490 . ( F S P , 24.02.2008, p.  C-1 ) . 



Em 2007 , 1304 pessoas receberam o retorno voluntário assistido ( passagem aérea e em alguns casos ajuda financeira )  e destes 339 , 26% eram brasileiros, sendo o maior grupo , ficando em segundo lugar os bolivianos com 80 pessoas  . Em 2006 , 871 pessoas receberam passagem de volta , 289 eram do Brasil . A ajuda é dada pela IOM – Organização Internacional para a Migração .



Mudança nas leis sobre imigração passou a “criminalizar “ estrangeiros irregulares no país . No caso de imigrantes ilegais que usarem programas de retorno , não poderá voltar em cinco anos . Os que retornam por conta própria não poderão voltar em um ano . As medidas entram em vigor em julho de 2008 . ( F S P , 25.05.2008 , p. C-4) .



 



FRANÇA



 



Segundo o Ministério do Interior da França, em 2008 cerca de 19.061 brasileiros estão registrados como residentes no país . Estima-se que 50 mil vivam em situação irregular .



Em junho de 2008 34 brasileiros em meio a um grupo de 79 pessoas foram detidos sob a suspeita de aliciamento de brasileiros para trabalhar ilegalmente na França, falsificação de documentos para contratos de trabalho . Os brasileiros detidos trabalham em subempregos no setor da construção civil e viviam em condições precárias . ( F S P , 12.06.2008 , p. C-3) .



 



SURINAME



 



Há tantos brasileiros no Suriname que um bairro de Paramaribo , a capital , não é conhecido pelo seu nome original “Tourtonne”, mas  mesmo para os locais , ele é o “Belenzinho” .



Os brasileiros , saídos dos Estados do Amazonas , Pará, Maranhão e outros vão  para o Suriname  para trabalhar no garimpo .

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