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Ensaios-->Jonas Marcolino -- 05/09/2008 - 09:31 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
JONAS MARCOLINO

Ernesto Caruso, 03/09/2008

É um digno descedente dos brasileiros primitivos com origem nas terras roraimenses.

Segundo declarou no Clube Militar (foto da Revista Mai/Jun/Jul/08) no exitoso seminário “Brasil, ameaças à sua soberania”, como um dos palestrantes do tema “Defesa da Amazônia”, no dia 16 de abril 2008, usava o tempo caçando e pescando na selva vizinha da cidade até os dezoito anos.

Tal fato se repete em outras regiões do país para gáudio de brasileiros bonzinhos e piedosos que desejam manter os índios na era da pedra lascada, e de entidades e governos estrangeiros, que vêem essas áreas como uma reserva de oxigênio proporcionada pelas matas, alimentando o espírito dos ecologistas, do Greenpeace e World Wildlife Fund (WWF). Estranho é pensar, é saber, é entender, que as reações em defesa das reservas se acirram quando se encontram na Amazônia, celeiro de riquezas.

Felizmente, o jovem Marcolino resolveu estudar, despertando para a vida como acontecia com outras gentes iguais a ele, com a mesma cor da pele ou de pele mais clara, mas que desfrutavam dos recursos advindos do progresso e da tecnologia, inexistentes nas aldeias isoladas.

Inimaginável se viver, hoje, sem energia elétrica, assistência médica, educação, trabalho, saneamento, transporte, que a despeito da incúria de governos, as cidades têm, mas nas aldeias, não. Usa essa argumentação com as próprias palavras e visão inteligente de que o índio, seu irmão, não deseja viver no primitivismo, não quer ser um silvícola, quer ser um cidadão e conviver com o bem-estar. E o faz com perfeição, fruto do trabalho, do estudo, vencendo barreiras gradativamente. Ainda que filho de pais analfabetos, é formado em Matemática, professor e está concluindo o curso de Direito, além de ser um dos diretores da Sociedade de Defesa dos Indígenas Unidos do Norte de Roraima (Sodiur).

Com profundo conhecimento sobre aquela ambicionada região e das condições em que vivem as tribos indígenas — condições sub-humanas que repudia — viaja pelo Brasil ministrando palestras sobre o assunto e, se reconheça, com tamanha desenvoltura.

No Clube Militar deu uma mostra do que sabe, pois citava na íntegra de forma memorizada os artigos da Constituição do Brasil versando sobre os indígenas. Instado sobre uma questão referente ao Estatuto do Índio, deu provas de que o conhece com grande profundidade. Demonstra uma preocupação patriótica integrada por todos na Nação brasileira, que saiba explorar as riquezas minerais no País em benefício da sociedade, apenas empresas brasileiras.

No dia 10 de junho deste ano, participou do seminário “Amazônia, Soberania Ameaçada - Farsa ou Realidade” no Clube Espéria, São Paulo/SP, uma iniciativa da parceria entre um grupo composto por mais de cem entidades como a Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp), a Associação Comercial, as do Fórum Permanente em Defesa do Empreendedor como SESCON-SP, ACSP, Fecomercio, mais, OAB/SP, Cebrasse, Sindhosp, Sindcont-SP e Fecontesp.

Com menor efervescência, mas com o mesmo grau de ameaça no processo de fragmentação do Brasil — dividir para vencer — vale lembrar as propostas de expansão das reservas já demarcadas em Mato Grosso do Sul pelo então Major Rondon há mais de cem anos, aniquilando fazendas, deformando municípios, separando índios de não índios, fraturando a nacionalidade, uma nova limpeza étnica, rasgando a Bandeira da Nação Mestiça que somos, da integração, da união, fomentando a desintrusão e o confronto.

O chamamento à comunhão nacional é patente nas Constituições brasileiras e na tradição histórica como exposto em 12 de maio de 1798 na Carta da rainha D. Maria I ao governador e Capitão-General do Pará, D. Francisco de Souza Coutinho, estabelecendo ordens para que os índios habitantes das povoações quanto aqueles que viviam embrenhados fossem integrados à sociedade. Explicitava o objetivo da medida de proporcionar aos indígenas um patamar de igualdade, “para que os mesmos índios fiquem, sem diferença dos outros meus vassalos, sendo dirigidos e governados pelas mesmas leis, que regem todos aqueles dos diferentes Estados, que impõem (sic) a Monarquia, restituindo os índios aos direitos, que lhes pertencem igualmente como aos meus outros vassalos livres”

Os interesses das nações sempre cobertos pela capa da guerra pela paz estão no exemplo mais recente de 26 de agosto quando o presidente da Rússia reconheceu a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia perante a Geórgia.

Mas, a lide em defesa da família e da integração em Roraima, terra de Jonas Marcolino, está no STF, cuja manifestação do Ministro Ayres Brito, relator do processo causou veemente indignação na sociedade, no mínimo fundamentado em um laudo desprovido de autenticidade, como afiançado em denúncia do pesquisador Carlos Schaeffer no artigo “Crônica de um conflito”, publicado na Revista Consultor Jurídico, 16 de abril de 2008.

O temido por muitos e o sentido e escrito por Daniel Roncaglia em “Terra do í­ndio: Tendência é manter demarcação de reserva”, publicado em 17/05/08 na Revista Consultor Jurí­dico: “O Ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal, tende a manter o decreto que homologou a Terra Indí­gena Raposa Serra do Sol, em Roraima. É o que se pode depreender de decisões do próprio ministro sobre o caso.”

No plenário da elevada Corte se apresentou maquiada de índia a advogada Joênia Batista Carvalho, conterrânea de Jonas Marcolino, também formada em Roraima, que defende a reserva de acordo com o Decreto de Homologação do governo Lula, com imensa área, contínua e na fronteira. Presente, a lhe apoiar e ao governo, uma significativa representação de índios facilmente agrupados e lá dispostos para exibição na televisão, dar sustentação à argumentação e cativar a opinião pública.

Ora, o contraditório é o fundamento da apreciação judicial e a sociedade gostaria de assistir os depoimentos e as defesas de Jonas Marcolino e Carlos Shaeffer, se possível com uma representação de índios e famílias mestiças, contra a secessão proposta e os decretos que estão loteando o Estado em quistos potencialmente independentes como Ossétia do Sul e da Abkházia.

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