Usina de Letras
Usina de Letras
246 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50555)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140788)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6177)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->ZÉ GAMBÁ -- 18/12/2002 - 10:39 (Wellington Macêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pessoas farristas sempre existiram; sendo o costume de beber um vício muito arraigado desde épocas remotas. Geralmente os adeptos do deus Baco têm sempre algum pretexto para justificar a sua compulsão etílica. Uns bebem porque estão alegres; outros porque estão tristes; alguns para esquecer algo; outros em comemoração a algum fato e assim por diante. Motivo é o que não falta.
Zé Gambá exímio contador de hisstórias era um desses bebedores costumazes. Casado há bastante tempo com Elpídia, morava numa cidadezinha do interior. Cidaadezinha pacata, com poucos habitantes e, na sua maioria, voltados para a agricultura de subsistência, além do pequeno comércio, suas duas principais atividades econômicas.
Diariamente, logo nas primeiras horas da manhã, Zé Gambá tinha por hábito frequentar o boteco de Zuca Mão de Vaca, ponto de encontro para o início de suas costumeiras libações alcoólicas na companhia de alguns amigos, todos bebedores inveterados, onde permaneciam horas a fio com aquele tipo de conversa sem fim. Vez por outra, já bastante alcoolizados e com os ânimos exaltados, se dirigiam à zona do meretrício onde a farra se prolongava até altas horas da noite, sempre na companhia das mulheres ditas de vida fácil. Terminada a farra e alquebrado pelo cansaço, Zé Gambá retornava para sua casa na sua indisfarçável embriaguez, espaerançoso de que a sua mulher estivesse dormindo e não se apercebesse do adiantado das horas, bem como do seu precário estado físico. Ledo engano.
Elpídia, mulher sessentona, de corpo avantajado, valente como ela só, daquelas ditas com "cabelo na venta", aprontava-lhe um verdadeiro sermão eivado de solene descompostura, impedindo-lhe de dormir na cama do casal. Rotina que não sofria a menor solução de continuidade.
Numa determinada ocasião, após prolongada libação alcoólica, Zé Gambá retorna para casa bastante embriagado como de costume. Retira do bolso a chave da porta de entrada e, com grande dificuldade consegue abrí-la evitando o menor ruído, na vã esperança de que a mulher estivesse dormindo. Entrando no quarto onde uma tênue claridade penetrava pelas frestas da janela anunciando o amanhecer, acreditava que Elpídia estivesse dormindo sem se dar conta da sua presença aquela hora da madrugada. Sorrateiramente, senta-se num dos lados da cama e começa a retirar os sapatos com todo cuidado para não despertá-la. Nesse exato momento eis que Elpídia abrindo os olhos e de forma agressiva, exclama:
-----Isso são horas de chegar, Zé ?
Assustado e sem perda de tempo, responde-lhe com a maior desfaçatez, fingindo que acabara de acordar e estava calçando os sapatos:
----- Êta sono da peste ! quase me fazia perder a missa das seis horas.
E soerguendo-se ainda meio desequilibrado como resultado da bebedeira, sai novamente de casa apressando os passos, simulando se dirigir à Igreja.
Dessa feita a ressaca ia ser curtida distante da casa e livre dos impropérios da sua mulher.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui