Nietzsche em Tempos de Crise
Se ao invés de Angela Merkel, Portugal tivesse recebido a visita de Nietzsche qual seria a
solução extraída da filosofia deste gênio alemão?
Em momentos em que precisamos tomar decisões, recuperar o ânimo, encontrar a melhor saída, é sempre bom buscar ajuda nos legados dos grandes mestres.
Nietzsche está na moda, logo ele que chegou tão perto da loucura ao ver que suas obras não alcançaram o sucesso previsto, a acolhida desejada.
O mundo em crise descobriu Nietzsche, o seu legado filosófico parece assentar como uma luva neste momento histórico.
Vamos então começar por aqui: “se ficar muito tempo a olhar para o abismo, o abismo olhará para você. O universo é um espelho, devolve os nossos pensamentos, você atrai o que pensa”.
Eis aqui a base de “O Segredo” de Rhonda Byrne, que passa também pela filosofia de Nietzsche. Segundo os depoimentos do livro “ O Segredo” é preciso realizar quatro coisas.
-Saber o que se quer, ao que Nietzsche acrescentaria: quem tem razão para viver é capaz de suportar qualquer coisa, mas disse também que o melhor destino é a nossa zona de conforto, um campo conhecido, o nosso lar, o nosso país.
Imigrar é uma saída, mas não é a única, e está longe de ser a que oferece melhor retorno para o imigrante e para a nação: a maioria, depois de uma adaptação penosa, quase um calvário, acaba criando raízes nos países de acolhimento, se volta já não é para ficar, se investe é a medo, faz isso pela metade, e com muita razão, muitos se aventuraram nessa viagem de retorno e acabaram muito mal.
Roberto Leal disse em uma entrevista a uma rede de televisão que foi mais difícil reconquistar Portugal do que a sua vinda para o Brasil, claro que as coisas acabaram dando certo, isso porque se trata de alguém famoso e rico bastante para suportar os prejuízos que o sucesso da volta exigiu. E mesmo os imigrantes da Zona do Euro passam pelas mesmas circunstâncias, voltam de teimosos, com filhos e familiares a pedir –lhe para deixarem Portugal para lá.
- A segunda etapa do sucesso do “ Segredo” passa por concentrar-se nos desejos com entusiasmo e gratidão. Se fosse Nietzsche apresentaria a sua fórmula de felicidade: um sim, um não, uma linha reta, uma meta.
Talvez Angela Merker quisesse dizer tudo isto quando em seu discurso, ao que parece pouco feliz, disse para fazerem de Portugal realmente o melhor destino.
Lita Moniz
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