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Cronicas-->Embrulho esquecido. -- 21/09/2002 - 12:38 (Tiago Crisóstomo Guerra) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Graças a um mísero cigarro.

Lá estava Carlos,as treze horas em pleno centro da cidade. Andava com passos firmes e rígidos , nem se preocupava com tanta multidão que tinha naquela rua. Já estava decidido no que viera fazer ali, iria comprar um carrinho de brinquedo de presente, para seu filho que completara dez anos. Numa pequena loja, escolheu o carrinho, foi até a atendente e retirou uma nota amassada duma bolsinha de moedas, daquelas que dão em tempo de eleição, a bolsinha estava tão intacta que parecia que aquele dinheiro já tinha um destino fixo, um presente para seu filho.
Esperou o troco e saiu .Dobrou o quarteirão e já estava também com outro pensamento e então tomou uma decisão: "preciso de cigarros". Entrou na padaria da esquina, deixou o embrulho do carrinho no balcão do caixa e lá gastou o resto do dinheiro com cigarros,e aproveitou para tomar um copo de cerveja.
Com a tamanha alegria que sentia carregando aquela caixa de cigarros em direção ao ponto de ónibus, ele nem percebeu que algo foi esquecido no balcão da padaria.
Enquanto estava no ónibus, estava sentindo falta de algo, foi quando se lembrou, esquecera o pequeno presente embrulhado no balcão do caixa da padaria, tudo por causa de malditos cigarros.E o que ia fazer? O seu filho estava ansioso em casa esperando o presente que o seu pai iria lhe trazer, acendeu os malditos cigarros para esfriar a cabeça, e esqueceu que no ónibus não pode fumar, percebeu isso ao ler o aviso que estava colado no vidro do ónibus e na face nervosa de uma mulher que olhava para ele . Jogou o cigarro quase inteiro fora, e sem se dar conta, desceu do ónibus em outro ponto, muito longe de sua casa, ele resolveu pegar a bolsinha de dinheiro para embarcar em outro ónibus, só que já não tinha mais dinheiro, havia gastado quase tudo nos cigarros.
Ele sentiu vergonha de si mesmo, e agora? Como explicaria ao seu filho e a sua esposa o ocorrido?
Foi então que enquanto passava em uma grande loja de brinquedos, resolveu entrar e "adquirir" um outro carrinho " de um modo mais vantajoso". Nunca fizera um ato tão humilhante daqueles, mas em todo o caso seria sua primeira vez. Vizualisou uma miniatura de limusine, bem cara, daquelas que jamais conseguiria comprar com o mísero salário.
Ele só tinha um bolso dentro da sua jaqueta, e ele estava cheio ,pois lá estava sua carteira, com identidade e tudo, deixou a carteira no balcão dos carrinhos miniatura e escondeu a miniatura no bolso, agora vazio. Novamente sem se dar conta, esqueceu sua carteira no lugar onde ficava a miniatura da limusine e nem percebeu que a atendente olhava desconfiada para ele.
Resolveu ir a pé até em casa e chegou bem feliz, sem se dar conta que havia esquecido sua carteira na loja de brinquedos.
Beijou a esposa e entregou o brinquedo ao menino e cantaram parabéns ao menino, os olhos do menino brilhavam ao ver aquela limusine.
Carlos ainda falou a esposa "consegui por um preço vantajoso". A esposa disse a ele que a empresa que ele tinha se inscrito havia ligado , e que era para ele no dia seguinte, estar lá as nove horas de posse de identidade, cpf, etc....
Pensando que sua carteira ainda estava na jaqueta, foi dormir, feliz com tudo o que fizera.
As oito horas do dia seguinte pegou a mesma jaqueta e a vestiu, confiante, que uma nova porta de emprego estava aberta, enquanto ele saía, despediu de seu filho que na porta de casa brincava com o carrinho que ganhara do seu pai "honesto".
Enquanto Carlos abria o portão de casa para sair, um carro preto o esperava, só que este era grande e tinha cirenes.




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