MÃOS DE MARCENEIRO
(Homenagem a Reinaldo Brostt)
Tens nas mãos o instrumento do desenho,
Nas ferramentas o corte certo do delinear das formas,
Na alma, o crivo artístico de um ideal,
Na criação da peça, o fascínio do belo.
Tuas mãos simples e fortes,
Deslizam soltas no prensado do compensado,
Ou no espesso junco nobre do mogno,
Não mais nobre que o abstrato do seu suceder,
Visível somente na tela do editar,
Revelação da intimidade do artista com a arte,
Paixão do ofício, conquista de amor.
Mãos de Marceneiro, luvas profissional,
Que satisfaz gostos, que faz vibrar a emoção,
Que veste o nu do ambiente,
Enriquecendo-o de realce, brilho e cor.
Mãos de Marceneiro, mãos de Mestre,
E o maior dos Mestres, fez dela sua profissão.
Junte agora suas palmas, em forma da pomba da paz
Num monumento de prece, pela graça da unção
Que a ela satisfaz.
Jair Martins / 18.04.02 - 10:25h |