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Contos-->A lenda do rei Silêncio -- 20/12/2002 - 14:18 (Javier Martínez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era uma vez um rei rico e inescrupuloso. Governava o dia Difícil, da Comarca de Palíndromos, no ano de Mistérios. Situação espaço-temporal complicada no mundo da comunicação venérea.

Seu melhor amigo, o Poder, era um velho decrépito que vestia roupas da boutique da Corrupção, dona de uma rede de lojas que abriu uma franquia no Brasil há quinhentos anos. Hoje, ela é mais famosa que o Carnaval e todos querem experimentar suas roupas de material importado.

Os poucos que conheceram o velho Poder, por fortuna foram poucos, diziam que ele cheirava mal. Mas, por respeito ao rei Silêncio, ninguém espalhou esse boato.

Quando o rei e o Poder entravam à rua principal da Comarca havia uma só reação... Silêncio.

O rei tinha uma namorada, a Impunidade, que se afastava dele cada vez que ele começava a falar, mas gostava dele como a raposa da artimanha. Cada vez que a Impunidade saia do castelo do seu namorado todo mundo pensava... Silêncio.

Muitos achavam o rei uma pessoa ruim. Porém, era respeitado nos quatro cantos do Conformismo.

Quando as pessoas se sentiam ultrajadas, só diziam uma coisa... Silêncio.

Quando tudo parecia errado, acudiam o Silêncio.

Quando pediam ajuda, só ouviam... Silêncio.

Quando atrasavam seus salários, já sabiam... Silêncio.

Quando sofriam a fome, engoliam a dor pelo Silêncio.

Quando morriam por instituições falidas... Silêncio.

Quando o dedo sujo do Poder traçava seus destinos... Silêncio.

Quando a Paciência congregava à Manada, sorria... Silêncio.

Um belo dia o sol surgiu dentre o mar das nebulosas e o rei adoeceu. Nessa agonia de vários dias o Orvalho fez plantão para dissimular as lágrimas que ninguém tinha. As pessoas começaram a falar, e falar, e falar, como se a Vontade tivesse acordado.

Silêncio morreu numa manhã de eclipse de palavras. Sua sombra, a Expressão, descolou do chão e cobrou vida. Era a primeira vez que uma sombra de outra cor conseguia nascer e decidiu guiar o povo.

O Silêncio, já morto, falou com a Interpretação e solicitou um sentido diferente da palavra ‘morte’. A Interpretação tinha uma velha dívida com ele, por que ajudou várias vezes à irmã dela, a Constituição, e decidiu dar à palavra o significado de começo. Então o Silêncio virou sombra da Expressão e acompanhou seus passos por todo o Infinito.
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