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Ensaios-->Memorial do Comunismo: O genocídio do povo da Ucrânia -- 27/11/2008 - 23:01 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Patrícios(as), colegas e amigos(as)

Em memória de TODOS os mártires desse maldito Regime/Governo/Sistema - que foram imolados ao longo do tempo e em TODOS os continentes -- hoje vou fazer a divulgação de alguns estudos pouco conhecidos, que acumulei durante muitos anos; e hoje, certamente servirão para que alguns possam avaliar melhor a TERRÍVEL impostura desses criptoscomunistas e anticristãos que têm hoje a OUSADIA de nos acusar e tentar nos transformar em vilões, pelo simples fato dos militares brasileiros serem desde 1935, o principal e quase único obstáculo para que possam instalar esse Sistema demoníaco no Brasil e na América Latina.

Começarei por um estudo pouco conhecido por que foi elaborado por um Sacerdote ortodoxo ucraniano uniata, e que me solicitou tão somente colocá-lo numa terminologia adequada (meu único e pífio mérito).

Leia e se escandalizem... o Título foi escolhido pelo sacerdote Pe. Miguel Domingos cuja comunidade brasileira, há alguns meses TENTOU colocar com pouco sucesso essas denúncias que eles vêm fazendo já há muitos anos, na grande mídia nacional - inteiramente dominada no BRASIL pelos comunistas gramscistas - e, por isso, eles NÃO conseguiram a repercurssão que suas TRÁGICAS revelações mereceriam.

O texto é auto explicável; mas, como NÃO tive acesso aos PAINEIS, me limitei a adaptar para um português razoável o texto que meu amigo Pe Miguel Domingos, me passou em catelhano e em num português escrito por um slavo... (sorry!)

E, por favor, enviem para os comunistas que são seus correspondentes (litigiosos) para que eles tenham ao menos uma chance remota de se converterem desse TERRÍVEL pecado que estão cometendo apoiando que esse tipo de REGIME/SISTEMA/GOVERNO satânico seja implantado no BRASIL.

Saudações castrenses

Coronel Reformado do Exército Brasileiro Roberto Monteiro de Oliveira.


***

JAMAIS DEVEMOS ESQUECER

O GENOCÍDIO DO POVO DA UCRÂNIA COMETIDO PELO COMUNISMO

(1917 – 1991)

INTRODUÇÃO

1. A UCRÂNIA OPRIMIDA E MARTIRIZADA

“Conhecereis a VERDADE e ela vos libertará”

(NSJCristo. - Jo, 8,32.)

“Durante séculos a UCRÂNIA foi oprimida e subjugada pelos seus poderosos vizinhos,
despojada de seus direitos, liberdades e destino.

No entanto, tudo isso era ainda pouco para nossos opressores comunistas.

Os bolcheviques-leninistas, ao assumirem o Poder, resolveram simplesmente aniquilar toda a população ucraniana ou, ao menos, deportá-la para a Sibéria para realizar seus planos desumanos e para subjugá-la; mas, desta vez, para sempre.

Em conseqüência, eles decidiram destruir o País e assassinar todo o seu povo por meio da FOME e dos FUZILAMENTOS.

Esta é a verdadeira síntese sangrenta do período comunista, na HISTÓRIA DA UCRÂNIA.

Os bolcheviques-leninistas foram os primeiros a adotar como sua 'justiça revolucionária', sem o menor pudor ético, o ABERTO e FRANCO banditismo. Eles aclamavam e enalteciam a imagem do VERDUGO DE COURAÇA com um fuzil nas mãos. Assim, se converteram na força satânica que aglutinou em torno de si todo o sub-mundo criminoso do império.

Essa malta de assassinos e o seu aparato opressor se denominavam CHEQUISTAS, por pertencerem à CHEKA; depois, por serem da GPU; e depois enecavedistas (NKVD); e, finalmente, kagebistas (KGB).

Só ao preço de dezenas de milhões de vidas, a Ucrânia conseguiu conquistar a sua Independência. E já fazem mais de 10 anos que as seqüelas do seu passado colonial mantêm-na impossibilitada de reerguer-se e a impedem de progredir.

A realidade é que os ideólogos comunistas implantaram na nossa história e na memória do nosso povo, inúmeros mitos psico-políticos. Os mitos, especialmente os políticos, como é de conhecimento geral, provocam antagonismos em toda sociedade e criam contradições entre grupos sociais.

Somente poderemos vencê-los com a VERDADE. E hoje essa VERDADE é como que uma vingança. Ela nos fala com a VOZ DA ETERNIDADE.

A VERDADE na história da Ucrânia é uma memória popular abafada pelos infortúnios e pelos massacres. Só com a restauração da VERDADE poderemos reerguernos com toda a nossa potencialidade e estrutura. O caminho doloroso da VERDADE obriga-nos hoje, a nós os seus descendentes, a ter que tragar os amargos pecados dos nossos antepassados.

Resgatar essa memória é um processo longo e doloroso. Nós queremos que nossos filhos vivam felizes num Estado livre e independente.

Por isso não pretendemos traumatizar suas consciências com as tristes recordações do passado trágico do nosso povo. Contudo, se silenciarmos a memória do povo, nos sentiríamos culpados e nos levaria a conviver com um injusto complexo de inferioridade. Olhemos para traz a VERDADE amarga, mas digamos com alegria e orgulho:

NÓS SOBREVIVEMOS, não conseguiram dobrar-nos!

Assim, encontraremos em nós mesmos as forças necessárias para viver e recordar, porque só a memória haverá de preservar-nos como nação, como povo e como Estado Soberano, de erros semelhantes.

Comecemos todos juntos o processo da REVOLUÇÃO ESPIRITUAL e MORAL em NOSSAS ALMAS. Despojemo-nos do jugo passado de não termos um estado próprio, de estarmos subjugados nacional e socialmente pelos impérios, por suas ideologias
totalitárias e por seus mitos políticos.

Se queremos ser melhores, convertamo-nos em tais, reconheçamos a nossa VERDADE histórica, sem a ocultarmos do mundo. Mas, não permitamos que outros modifiquem, falsifiquem e ocultem do mundo a NOSSA VERDADE, a VERDADEIRA HISTÓRIA da Ucrânia entre 1917 e 1991.

A ASSOCIAÇÃO UCRANIANA MEMORIAL 'Vasylh Stuch' da cidade de KYEV criou a primeira EXPOSIÇÃO permanente intitulada 'JAMAIS DEVEMOS ESQUECER
- crônica do genocídio comunista'. É a primeira no seu gênero na Ucrânia.

Com a passagem do 70º aniversário da tragédia do assassinato maciço cometido pelos comunistas por MEIO DA FOME em 1932-1933, conseguimos RECONSTITUIR esta fase da nossa HISTÓRIA em painéis para uma EXPOSIÇÃO, produto do esforço
da ASSOCIAÇÃO e da diáspora ucraniana radicada nos Estados Unidos e Canadá.

A EXPOSIÇÃO COMPLETA consta de uma série de 54 painéis e este Livro Guia para os expositores. Foi feita uma tiragem de mais de 1500 jogos que permitirá sua difusão em museus, exposições, centros educativos das cidades e nas bibliotecas públicas.

Os materiais desta exposição estão apresentados por PERÍODOS, para facilitar a organização de cursos, conferências e excursões.

A EXPOSIÇÃO, segue uma ordem cronológica por períodos, e conta os acontecimentos de toda a fase do totalitarismo comunista, na história da Ucrânia desde 1917 até 1991.

ESTES PERÍODOS SÃO:

1. O sistema de campos de concentração na U.R.S.S.

- (1917-1920) O golpe de estado bolchevique e o começo do TERROR.

- (1921-1923) A U.R.S.S. nasceu da fome e da violência.

- (1924-1931) O preço da industrialização e da coletivização forçada

- (1932-1933) O HOLOCAUSTO UCRANIANO.

- (1934-1938) O colapso da ucranização e do “GRANDE TERROR.'

- (1939-1941) O COMPLÔ de duas ditaduras e suas conseqüências.

2. O período de (1942-1952), últimos dez anos da ditadura stalinista.

- (1946-1947) O terceiro Golpe por meio da FOME.

- (1953-1964) O frio degelo.

- (1965-1985) O Totalitarismo incruento.

- (1986-1991) O COLAPSO DA DITADURA.

Tanto o educador, o historiador, como o guia e todo aquele que se interessa pela história da Ucrânia durante o período soviético, encontrará nos materiais desta exposição elementos para preparar excursões, conferências e dissertações para distintos níveis de ouvintes e visitantes.

Na parte esquerda dos painéis, detalha-se a cronologia dos acontecimentos históricos, por meses e anos, a partir da constituição da República Democrática Ucraniana, do Congresso soviético alternativo de KHARKOV, desde os primeiros decretos de LÊNIN, as decisões dos congressos do partido comunista, dos plenários, das disposições do Gabinete do Comitê Central do Partido Comunista (bolchevique) Russo, outras decisões das autoridades comunistas e dos acontecimentos que tiveram lugar durante o
período que abrange desde 1917 até 1991.

A parte direita dos painéis mostra a cronologia dos acontecimentos e as conseqüências da condução ideológica comunista. Esta parte se baseia em fotografias, fatos inegáveis, documentos secretos, provenientes de diversos arquivos (até agora desconhecidos) em estatísticas e análises científicas.

Utilizando uma expressão jurídica, podemos afirmar que a exposição é uma CODIFICAÇÃO dos CRIMES COMUNISTAS.

A exposição recria verdadeiramente a cronologia histórica do destino de MILHÕES DE SERES HUMANOS, UCRANIANOS e de OUTRAS NACIONALIDADES,
que morreram como conseqüência da política criminosa dos Ocupantes Soviéticos.

Todos os crimes do totalitarismo comunista foram cometidos ocultos pelo mais ABSOLUTO SEGREDO e, por isso, a maioria da população da Ucrânia possui uma informação insuficiente sobre os fatos.

A maior parte dos povos do mundo inteiro conhece muito pouco (ou nada) sobre essa fase histórica da Ucrânia e sobre o altíssimo preço que o povo do segundo maior país da Europa, teve que pagar, tanto em população quanto em território, para converter-se em 1991 em um ESTADO SOBERANO, DEMOCRÁTICO E INDEPENDENTE.

Por isso, é necessário informar, tanto aos cidadãos da Ucrânia como à comunidade
internacional sobre os crimes contra a HUMANIDADE cometidos pelos dirigentes do Kremlin, cujas ações criminosas premeditadas, tiveram por finalidade destruir deliberadamente
a nação ucraniana como tal.

É perigoso ignorar as trágicas lições da história, pois tal atitude diminui nossa capacidade coletiva para progredirmos dentro da civilização global.

É imprescindível dizer a VERDADE e informar à opinião pública mundial sobre o papel extremamente passivo de seus governos, que demonstraram uma omissão indiferente,
colaborando assim, às vezes, para o injusto e trágico destino da Ucrânia.

Só o CONHECIMENTO e o ENTENDIMENTO de nossa história dará ao mundo a possibilidade de tomar consciência de que seu apoio às aspirações da Ucrânia de fortalecer a sua independência, é moralmente justificável e favorecerá aos interesses vitais de seus próprios países.”

Autor: Roman Krutsyk

PAINÉIS de 1- 5

A 30 de novembro de 2001, na ASSOCIAÇÃO MEMORIAL 'Wasylh STUCH' da cidade de Kyev, foi inaugurada formalmente a 1ª Exposição permanente na Ucrânia, intitulada 'JAMAIS DEVEMOS ESQUECER - Crônica do genocídio comunista.'

A partir de documentos e testemunhas recriam-se acontecimentos e fatos do passado totalitário da história da cidade de Kyev e de toda a Ucrânia. Para esta exposição adotou-se o princípio cronológico-temático. A finalidade é reconstruir a crônica dos crimes do regime comunista, estabelecer os feitos e acontecimentos que JAMAIS devem ser esquecidos, se almejamos construir na Ucrânia uma sociedade fundada nos princípios democráticos e no humanismo.

A concepção desta amostra é de autoria do presidente do Memorial, do Sr. Engenheiro Roman Krutsyk. Também são suas a concepção, preparação dos textos e dos painéis e a organização geral da exposição.

Correspondem ao historiador e professor Dr. Yuri Shapoval, presidente do conselho científico da Associação Memorial, o planejamento da exposição, a redação dos textos, a seleção dos documentos expostos e as ilustrações.

A realização artística, a formatação e desenho computadorizado, são da autoria do profissional Oleh Krawchenko, membro da Associação e artista plástico.

'O horror moral do terror e sua influência corruptora sobre a psique humana, não estão nos determinados assassinatos, nem tampouco na quantidade deles, mas SIM NO SISTEMA EM SI.' São palavras de Sergey Melgunov, o conhecido
investigador e historiador russo, que se refletem nas expressões políticas de Vasylh
Symonenko:'Bilhões de esperanças sepultadas na terra negra. Bilhões de infelicidades disseminadas no povo.'

Martim Luther King caracterizou o totalitarismo desta forma: 'A injustiça, onde quer que seja, ameaça a justiça em todas as partes'. Estas expressões tomadas como epígrafes desta mostra, revelam um terrível sistema de terror, que durante longos anos imperou na Ucrânia, e seu nome é: UNIÃO SOVIÉTICA.

1. O SISTEMA DOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NA URSS.

Um dos primeiros e mais convincentes documentos, é o mapa que jamais pôde ser publicado nos tempos da União Soviética. Nele, indica-se assim todas as 'lagerniye upravlenie' (Direções dos Campos de Concentração – em russo), dos 230 Campos de Concentração que se contabilizavam na URSS. O mapa abrange o território da União Soviética e nele se encontram indicados os sistemas carcerários em cujo marco atuavam as citadas Direções dos Campos.

Cada uma destas direções supervisionava entre 5 a 20 campos de trabalhos forçados.

Porém, além das mencionadas 'lagerniye upravlenie' indicadas no mapa, existia uma grande quantidade de campos de passagem e outros de caráter secreto, de cárceres destinados a manter presos políticos, cárceres comuns, e dos chamados 'cárceres fechados' e dos hospitais psiquiátricos.

A ASSOCIAÇÃO UCRANIANA MEMORIAL da cidade de Kyev trabalhou conjuntamente com sua homóloga de Moscou.

Na ocasião, recebeu o banco de dados sobre o sistema repressivo da URSS. O Banco de Dados contém informação sobre todos os cárceres existentes nas províncias ucranianas, sobre seus quadros diretivos e a ficha da criação. Além disso, contêm dados sobre cada um dos campos de concentração do sistema GULAG (a sigla GULAG, em russo, significa Direção Geral dos Campos de Concentração). (Quer dizer, do organismo
regente do sistema soviético de campos de concentração - nota do tradutor).

No Banco de Dados figuram as fichas de abertura e fechamento de cada campo, situação geográfica e quantidade de presos que cada campo alojava e o tipo de trabalho que eram obrigados a realizar. Outrossim, conta com uma lista indicativa alfabética dos órgãos repressores da URSS, suas fotografias e dados biográficos.

Ao se tomar conhecimento desses estudos, causa impacto a existência de campos de trabalhos forçados, nos quais o número de reclusos iguala à população atual de algumas capitais das províncias ucranianas (250.000, 268.000 presos).

O número de reclusos foi visivelmente aumentado logo depois do final da 2ª Guerra Mundial. Atrás das grades foram parar os antigos prisioneiros de guerra soviéticos, procedentes dos campos de concentração alemães, os ex-combatentes do 'Exército Libertador Russo' do general Vlasov, os combatentes da organização de nacionalistas ucranianos (OUN por suas siglas em ucraniano) e do Exército Insurgente Ucraniano
(UPA) e todos aqueles que durante os anos da guerra foram deportados para a Alemanha.

Segundo alguns dados, a quantidade total dos presos do GULAG superava com acréscimo o total dos efetivos do Exército Vermelho.

Assim, considerando-se as cifras muito conservadoras do escritor Robert Conquest, que calculava em 8 milhões o número de presos nos campos de concentração, no início da década de 40, concluímos que entre uma quinta e uma décima parte da

população adulta da URSS, se encontrava fechada nestes campos de concentração, obrigada a trabalhar em condições que lhe asseguravam morte prematura.

Despertavam uma grande inquietação nas autoridades soviéticas, as revoltas maciças
nesses campos e a participação nelas de uma grande quantidade de presos, dotados de alto nível intelectual. Para reprimir esses revoltosos maciços, mas indefesos, foram organizadas verdadeiras operações militares, lançado-se contra gente desarmada, tanques, veículos blindados e também bombardeiros da aviação de fronteira.

Uma parte significativa da população carcerária do GULAG era constituída por ucranianos.

Num dos documentos, qualificado como 'muito secreto' e elaborado por uma comissão do Ministério do Interior da União Soviética que investigou, uma vez reprimida a revolta, os acontecimentos no campo de VORKUTA, é apresentada assim a classificação dos presos a partir das referidas descriminações políticas:

' NACIONALISTAS:

Ucranianos: 10.495

Bielosrussos: 160

Georgianos: 16

Armênios: 27

Azerbaidzhanos: 5

Estônios: 1.521

Letoneses: 1.075

Lituanos: 2.935

Moldavianos: 4

Pan-Turquestanos: 2

Pan-Islamitas: 6

Judeus: 55

Polacos: 510

Húngaros: 1

TOTAL: 16.812”

Assinado: Kozheniakyn (Capitão)

Chefe do Departamento Especial, 4 de agosto de 1953.'

PAINÉIS 6 - 7


A MOSTRA inicia-se a partir de 1917. Na história da União Soviética, este foi precisamente o ano da denominada 'REVOLUÇÃO DE OUTUBRO'. O próprio Lênin e os outros dirigentes do partido comunista de então, ao referir-se aos acontecimentos de outubro chamavam-no 'Golpe de Estado' e não de “Revolução”. Posteriormente, esses acontecimentos foram mitificados, do que resultou a conquista do apoio total da população
para os revolucionários comunistas.

Na realidade, não houve o famoso assalto ao Palácio de Inverno: tudo o que durante dezenas de anos foi mostrado no cinema ou nas publicações dos meios de comunicação de massa, foi uma mentira descarada. Também foi escondida de mil maneiras, a essência da filosofia comunista pois, desde o princípio, os bolcheviques basearam na violência todas as suas expectativas e os seus cálculos de vitória.

Era muito difícil governar um país gigantesco como a Rússia, fragilizado pelas contradições nacionais e completamente anarquizado. Por isso, em pouco tempo (em dezembro de 1917), os bolcheviques para enfrentarem a contra-revolução, a sabotagem e a especulação, criaram a Comissão extraordinária PAN-RUSSA, mais conhecida por sua abreviatura: CHEKA ou (por suas siglas em russo: VCHK).

O 6º painel da exposição mostra a história da criação da CHEKA, em dezembro de 1917, que foi encabeçada por Felix Dzerzhinski. Ele tinha uma grande experiência em atividade clandestina e, por seu caráter, era uma pessoa muito dura e implacável.

Além de ter a habilidade de saber agrupar ao torno de si, pessoas que tinham as essas mesmas características.

No painel, observamos fotografias nas quais Dzerzhynskyi se encontra em companhia de chekistas ucranianos, e também o retrato de VASYLH MANTZEY, um dos primeiros chefes da Cheka na Ucrânia, enviado por Moscou.

Na Ucrânia, os organismos da Cheka, chamada para os efeitos formais de CHEKA da Ucrânia (VUCHK por suas siglas em russo), sempre foram encabeçados por oficiais enviados pelo 'Centro' (Moscou) e jamais por seus quadros.(Somente em 1953 foi designado o primeiro líder do Comitê Central do Partido Comunista da Ucrânia, que por sua ascendência era ucraniano).

Uma das características das atividades da CHEKA e do Comitê Central do Partido Comunista na Ucrânia foi que, desde o princípio, estas instituições e seus integrantes caíram no descrédito, pois em seus quadros ingressavam não só membros do partido comunista, mas todo o tipo de aventureiros e oportunistas que buscavam acomodar-se.

Um desses, que buscava acomodar-se, era STEFAN SAIENKO, chefe da cheka de CHARKIV.

No painel (parte superior a direita) transcrevem-se parágrafos de um livro que relata a atividade de Saienko durante os fuzilamentos maciços de 1919. Mais tarde tornou-se cidadão honorário da cidade de Charkiv. Os interessados na história de Charkiv, encontrarão informações sobre Saienko que, após protagonizar todos esses horrores, foi diretor de uma fábrica.

Também vemos a foto de DORA EVLINSKA, uma mulher-carrasco (verduga), que na Cheka de Odessa matou pessoalmente a 400 oficiais. Existem outras fotografias.

Todas TERRÍVEIS, porém verdadeiras.

O Território da Ucrânia passava do domínio de uns para o domínio de outros; as autoridades trocavam seguidamente. Então (durante a guerra civil), foi organizada uma comissão especial encarregada de investigar os crimes da Cheka.

Existem fotografias que provam os cruéis interrogatórios aos quais eram submetidas as pessoas, torturadas e assassinadas por motivos políticos. Ou seja, que tais métodos,
geralmente associados à década de 1930, mas já eram aprovados e usados nos anos 20.

Um dos interrogadores principais - e constantemente presente, sim - é o próprio
LÊNIN, que avaliava tais crimes e em que medida puni-los. Os documentos publicados nos últimos anos, provam que Lênin estava totalmente a par dos acontecimentos e inclusive, em algumas de suas cartas, exigia que se buscasse 'gente dura'.

No início da década de 20, Lênin exigiu 'uma limpeza' entre os chekistas ucranianos e a eliminação das pessoas mais odiadas. Ou seja, que mesmo desde a organização da URSS, se constata com clareza que a aplicação da violência foi o fundamento de todo o sistema totalitário comunista.

PAINÉIS 8 - 9

Os dois painéis seguintes, nos falam de um tema recorrente na nossa trágica história:

A FOME.

A fome de 1921 foi provocada não só pela má colheita do ano, mas também pela política bolchevista de confisco da produção agrícola para pagar os impostos, que se mostrou terrivelmente danosa. Esta FOME custou a vida de cerca de 3.000.000 (três milhões) de ucranianos. Mais adiante, em outros painéis, são apresentados documentos sobre outros assassinatos maciços por meio da FOME na Ucrânia.

No total, na UCRÂNIA ocorreram 3 (três) etapas de assassinatos maciços por meio da FOME: em 1921 – 23, em 1932 - 33 e em 1946 - 47.

Sobre a FOME de 1921 - 23 se tem mais informações, devido ao fato de que, na URSS e particularmente na Ucrânia, atuavam numerosas organizações internacionais de ajuda. Mas, muito cedo, por razões ideológicas, essas organizações foram proibidas por Moscou, que as considerou uma expressão da influência burguesa sobre a população.

Durante decênios a fome de 1932 - 33 ficou ausente da propaganda anti-soviética e conseqüentemente foi reprimida.

Até hoje, a propaganda comunista tenta convencer ao mundo de que as mortes maciças causadas por esse período de fome, teve como causas a seca e as fracas colheitas que provocaram tamanho desastre. No entanto, isso não passa de mentiras
desprovidas de qualquer prova pois, ao contrário, nesse período ocorreram abundantes
safras.

As informações meteorológicas de 1932 atestam que, neste ano, não houve seca na Ucrânia e que as colheitas foram superiores às de 1931.

É amplamente conhecido o fato de que a Ucrânia tem uma posição geográfica tal, que em anos de seca, ou de colheitas fracas, isso somente ocorre no sul ou no oeste da Ucrânia; em outras regiões, estes fenômenos não ocorrem, razão pela qual - com um normal intercâmbio de reservas alimentares e do livre processo de migração entre a população - JAMAIS poderia ocorrer uma fome generalizada e as conseqüentes mortes em massa da população. Isto nos leva à conclusão forçada de que a fome de 1932 – 1933, foi planejada DELIBERADAMENTE por Moscou para dobrar os camponeses ucranianos rebeldes.

Para levar até o fim essa medida desumana, os bolchevique mobilizaram todo seu sistema repressivo.

Em 6 de fevereiro 1922, foi criada a “Direção Política do Estado” (GPU em russo).

As autoridades tentavam com isso encobrir a odiada e muito comprometida abreviatura VCHK (Cheka), que se havia convertido no símbolo de violência e assassinatos maciços.

Esta decisão tinha por objetivo esconder do povo, tanto a própria natureza do regime, como transmitir uma mensagem fingindo que as autoridades estavam modificando sua atitude quanto à população. (Na realidade foi uma mera troca de nomes pois que as estruturas repressoras e os quadros dirigentes continuaram sendo os mesmos).(nota do tradutor).

Entre os primeiros comissariados populares que os bolchevique criaram, estava o Comissariado do Povo para assuntos internos (NKVD - siglas em russo).

Na parte inferior do painel vemos 2 (duas) fotos e um cartel que comprovam atos de “expropriação” de objetos de valor das igrejas. Para o regime comunista, a destruição dos templos e a expropriação dos valores das igrejas, além de constituir propaganda anti-religiosa, resultavam em um crescimento importante em suas reservas de divisas.

Na Ucrânia, os bolcheviques levavam a sério esta operação de maneira muito eficiente e por isso recebiam prêmios e condecorações.

PAINÉIS 10 -15

Em 21 de janeiro de 1924 morreu LÊNIN que, por encontrar-se muito enfermo, já não influía mais sobre a situação política da URSS.

Na realidade, todo o poder já estava nas mãos de JOSEF STALIN.

Nos cartazes expostos LÊNIN e STALIN são apresentados como 'dirigentes do povo' muito chegados entre si, e que transmitem o poder um ao outro. Na realidade, estes fatos não ocorreram: Stalin se apoderou do poder direta e pessoalmente.

Nesta época, entre os comunistas existiam duas linhas político-estratégicas bem demarcadas: a INDUSTRIALIZAÇÃO e a COLETIVIZAÇÃO.

Tudo começou com a Industrialização, feito que os bolcheviques tentaram creditar para si como uma grande realização, muito especial. No entanto, quando se soube o alto preço que essa industrialização exigiu, houve uma profunda modificação desses conceitos.

A industrialização somente tornou-se uma realidade à custa de milhares e milhares de pessoas, principalmente camponeses, que foram enviados compulsoriamente para as grandes obras.

Só na construção da magnífica 'Magnitka' (gigantesco complexo para a fundição de aço na cidade de Magnitogorsk - nota do tradutor) morreram mais de 100.000 trabalhadores.

Ao mesmo tempo, nesse período, desenrolou-se também a coletivização forçada.

Nos painéis são expostas fotografias únicas, que dão testemunhos sobre como eram destruídos as propriedades e os bens dos camponeses, e sobre a violenta expropriação de suas safras (de grãos).

Entre as autoridades bolcheviques surgiram nesta época duas opiniões distintas.

E, uma delas, criticava a linha de Stalin que optara por uma industrialização forçada.

Stalin, no entanto, estava consciente de que, se não conseguisse uma rápida industrialização
'para obter o fortalecimento da base material da indústria', não poderia se manter no poder. Por isso, ele modificou completamente a linha política anterior, e lançou o famoso lema 'CONSTRUIR O SOCIALISMO NUM SÓ PAÍS'.

Na URSS, nessa época, estavam em curso vários métodos teóricos para se conseguir mobilizar a sociedade, de forma a que ela aceitasse cumprir em silêncio as duras metas impostas. E um destes processos foi 'a causa SCHAXTY'. Mostram-se os
documentos que tratam o caso, junto com o livro intitulado 'gente destruidora'.

O título da 'causa', que se converteu no símbolo de toda uma época, deriva do nome da cidade de Schaxty. Durante esse processo foram julgados antigos mestres especialistas e profissionais da época tzarista. A partir de julho de 1928, Stalin fez a convocação para quem fossem “descobertos” 'Shaxtianos' em todas as esferas e círculos da vida em sociedade. Ou seja, ele deu um sinal para milhões de habitantes da URSS para que denunciassem 'sabotadores e terroristas” entre a população. Essa sua convocação foi imediatamente seguida e eficientemente posta em prática pelos órgãos da GPU.

É importante destacar que esta exposição se baseia exclusivamente em documentação e materiais de arquivos.

No Painel 12 podem-se ver documentos originais e conhecer seu conteúdo.

Na metade superior, está exposta a documentação pessoal de funcionários da Cheka; suas cartas testemunham a escrupulosamente perversa seleção do pessoal dessa organização repressora.

Em cima à direita, vemos as regras do NKVD (Comissariado Popular de Assuntos Internos), em 24 de maio de 1922, onde são detalhados os amplos poderes que foramlhes outorgados a este órgão repressor.

Os comunistas realizavam suas ações repressoras em meio de um absoluto segredo.

Os censores vigiavam todos os meios de comunicação de massa da época, desde as minúsculas publicações em algum vilarejo perdido, até os periódicos centrais
de grande tiragem.

No centro do Painel n.º 12 vemos a primeira página de um resumo dos textos censurados, fruto do trabalho do censor oficial.

Na metade inferior do Painel, encontramos extratos de atas da reunião do órgão colegiado reitor do OGPU da URSS, na qual tratou-se da causa do Centro Nacional Ucraniano.

A sorte de 50 pessoas inocentes decidiu-se somente nessa reunião.

A causa da Associação para a Libertação da Ucrânia (SVU - siglas em Ucraniano.), ilustra claramente o que foi dito antes.

No Painel anterior, apresentam-se alguns de seus integrantes. Esta é a foto do acadêmico Serhy Yefrmov, vice-presidente da Academia de Ciências da Ucrânia, um conhecido intelectual, autor de mais de 4.000 títulos.

O acadêmico Yefrmov foi acusado de ter a intenção de apoiar uma intervenção estrangeira, organizar assassinatos de comunistas e encabeçar a SVU (Libertação da Ucrânia). Por esta causa e posterior processo dos integrantes do SVU umas 700 pessoas foram detidas e 45 finalmente sentenciadas. Porém cerca de 30.000 (trinta mil)
mais padeceram diversos graus de repressão (fuzilamentos, deportações, encarceramentos e trabalhos forçados).

Os comunistas quando forjavam as causas político-criminais, lhes davam nomes retumbantes para que a informação sobre os 'inimigos do povo', chegasse ao povo de uma maneira impactante.

No Painel n.º15 mostra-se, como exemplo, a causa denominada 'granadeiros', promovida contra mestres ucranianos da região de POLTAVA.

No centro do painel vemos uma fotografia dos chekistas que dirigiam a construção do canal de BILOMOR. Dezenas de milhares de presos morreram nesta obra.

Na parte esquerda do painel, em cima está a foto dos participantes de uma reunião geral de fiscais. Eles eram encarregados de aplicar 'o sistema judicial soviético'.

E na primeira fila vemos o A. Vyshynsky (o 7º da esquerda.), o principal fiscal stalinista.

No painel também esta exposta a foto de EVHEN KONOVALETZ líder da Organização Militar Ucraniana (UVO, siglas em ucraniano) que em 1929, encabeçou a Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN).

Em 1938 Konovaletz foi assassinado em Rotterdam – Holanda por Pavel Sudoplatov, agente do NKVD.

Os comunistas se valeram do terror para DESTRUIR os seus oponentes políticos.

Esta metodologia tinha categoria de ‘política de Estado’, e era estendida aos dirigentes
políticos ucranianos que se encontravam fora das fronteiras da URSS.

Neste painel, na parte inferior, também se exibem documentos pertencentes a Mychaylo Hruschevskyi, historiador e cientista, que fora o primeiro presidente da Ucrânia em 1918 e presidente do Conselho Central Ucraniano em 1917 e, na primavera de 1924, Hrushevskyi retornou a Ucrânia vindo do exílio e de imediato foi posto debaixo da vigilância da GPU. Desde o momento do seu retorno até a sua morte em novembro 1934, esteve permanentemente vigiado. Hrushevskyi morreu na Rússia, na cidade de Kyslovodsk, em circunstâncias misteriosas e jamais a sua morte foi esclarecida.

Neste painel se expõe uma das denúncias contra Hrushevskyi; e existem 8 tomos de tais denúncias nos arquivos de SBU - Serviço Secreto de Segurança da Ucrânia, inclusive a parte da vigilância dos agentes da GPU e a resolução de se abrir um processo contra ele.

MYCHAYLO HRUSHEVSKYI passou os últimos anos de sua vida na Rússia submetido a uma forte pressão da GPU. Em 1931 foi deportado da Ucrânia sob a acusação de uma comissão de serviço proibindo-lhe de retornar.

Logo foi repetidamente preso e libertado, e mantido na Rússia até o fim da sua vida.

PAINÉIS 16 - 19 e 19 a

A palavra 'HOLOKAUSTO' provém do grego e significa 'DESTRUIÇÃO'(*)

É destruição intencional das pessoas, abarcando totalmente com esta tragédia as gigantescas massas da população.

Na exposição, com o idioma dos originais, se apresenta o epígrafe de ROBERT CONQUEST, um destacado investigador norte-americano, professor da Universidade de STANDFORD e autor do livro ' HARVEST OF SORROW' (Colheita de Desesperos).

Conquest escreveu: 'Moscou planejou a FOME para destruir o camponês ucraniano, como bastião nacional. Os camponeses ucranianos foram destruídos não por serem camponeses, mas por serem camponeses ucranianos.'

Esta afirmação de Conquest esclarece muitas coisas, pois freqüentemente os cientistas
russos declaram que também houve FOME na região do VOLGA e no Kazakistão.

Porém foi na Ucrânia, como o destaca Conquest, onde se deu a maior resistência ao regime bolchevique, desde antes da década de 30.

(*)Hoje se sabe que o genocídio de ucranianos atigiu cifra bastante acima de 10 milhões, pois essa monstruosa tragédia, só há poucos anos mereceu algum espaço na mídia internacional, graças à combativa insistência, dos padres católicos ucranianos ortodoxos uniatas. Nessa gigantesca chacina, alguns milhões foram presos, deportados e mortos ou desaparecidos na Sibéria; vários desses milhões (8 milhões?) foram vitimados pela fome, o chamado “Holodomor” ou “Golodomor” -– a “fomegenocídio”, (em ucraniano: ) -– provocadas em anos de abundantes colheitas dos agricultores
ucranianos (os kulaks), mediante o confisco TOTAL da produção de grãos, por anos seguidos,
parte da qual exportada para obter divisas em moedas fortes. E NÃO se limitaram ao período de
Stalin, pois se iniciou em 1921–23, prosseguiu em 1931-32; e 1932-33; e até em 1946–47, já depois de terminada a II GM, no governo de Kruschew.

Na Ucrânia, o ano 1930 foi um ano em que povos inteiros expressaram sua oposição, ou seja que o povo se opunha a coletivização, e não entregavam nem seus bens nem sua honra.

Isto despertou uma fúria tremenda em Moscou e no fim de 1932 Stalin enviou à Ucrânia seus emissários, em particular a V. MOLOTOV, L. KAGANOVYCH, V. BALYTSHYI,(ex-chefe da GPU na Ucrânia) e toda uma brigada de funcionários do Partido Comunista (cerca de 1.700 pessoas), com a missão de corrigir essa situação descrita.

Foi nesse período que aos camponeses ucranianos foi confiscada uma grande quantidade de grãos, como conseqüência das cruéis medidas tomadas pela comissão MOLOTOV.

Segundo os planos de Moscou, a Ucrânia devia entregar quase 5.900.000 toneladas de pão, quando na realidade somente conseguia produzir 70% desse volume.

Com tais medidas foi destruído o camponês ucraniano e quebrou-se a COLUNA VERTEBRAL da Nação.

A Exposição também nos mostra várias fotografias, únicas, que mostram os cadáveres
de pessoas que morreram de fome nas ruas da cidade de Charkiv .

Em 1932-33 as autoridades proibiram terminantemente tirar fotografias que mostrassem
a fome. Porém muitos estrangeiros que trabalhavam na Ucrânia fotografaram tais cenas, e o mundo foi despertado assim para a terrível fome na Ucrânia. Também os diários norte-americanos informaram a opinião pública sobre essa fome.

Por sua vez, o conhecido escritor e intelectual inglês BERNARD SHAW, no seu regresso de Moscou em 1933 assim se expressou: 'Lá não existe nenhuma espécie de fome'; no entanto, ali ele comeu um dos maiores almoços de sua vida. Com esse tipo de método, as pessoas interessadas desde o exterior, ficavam totalmente ignorantes
sobre o que ocorria de fato na Ucrânia.

Não obstante, apesar do Ocidente possuir completas informações sobre o assassinato
maciço por meio da fome, foi precisamente neste momento que os Estados Unidos reconheceram a URSS como um Estado. Para o Ocidente eram mais cômodo reconhecer a Stalin, apesar de ter consciência perfeitamente do preço do reconhecimento de tal regime perverso.

Logo após a liquidação da NEP (Nova Política Econômica), que permitiu aos bolcheviques
manterem-se no poder, surgiu um perigo real para o domínio na URSS da ideologia marxista-leninista, que pretendia aparentar construir um novo modelo de estado, criando uma sociedade livre da exploração burguesa.

Na prática tal coisa não se sucedeu. O Estado comunista apenas substituiu o regime anterior porque reinava a decadência e a intranqüilidade. Os dirigentes bolcheviques queriam comprovar para a comunidade mundial a qualquer preço, a excelência de suas doutrinas político-sociais.

Mas logo que os bolchevique gastaram mal as reservas de ouro da antiga Rússia Tzarista e depois que Anastas Mikoyan vendera os tesouros dos MOSTEIROS, o pão converteu-se na única e principal 'divisa' em poder das autoridades soviéticas.

Foi então que Stalin e o seu semi-analfabeto Politburo, valendo-se de tal 'divisa',

apostaram tudo por tudo e com seus grandiosos projetos industriais buscaram enganar a opinião pública mundial.

Então, quais eram esses projetos? Os bolchevique haviam liquidado a maioria dos engenheiros da Rússia Tzarista, e os sobreviventes foram reprimidos e declarados 'sabotadores' e não se tinha confiança neles. Portanto, os numerosos projetos técnicos que os bolcheviques anunciavam em propaganda para o povo, como se fossem seus
próprios, na realidade eram:

- O Metrô moscovita 'Lazar Kaganovych', logo conhecido como 'Lênin',(nome que perdura até os nossos dias), ERA UM PROJETO NORTE-AMERICANO.

- A fabrica de tratores de Charkiv - projeto ALEMÃO.

- O complexo metalúrgico de Magnitogorsk – projeto NORTE-AMERICANO.

- A fabrica de automotores 'GAZ' de Gorky – projeto NORTE-AMERICANO.

- A aviação civil da URSS - outro projeto ALEMÃO, sendo a Firma alemã a LUFTHANSA, a provedora das aeronaves.

- Todo os projetos de engenharia necessários para se fazer realidade esses caríssimos
projetos, estavam baseados em tecnologias ocidentais, estavam a cargo de especialistas enviados pelas empresas autoras dos projetos e, nessas tarefas centenas de milhares de 'construtores de um futuro esplendoroso', fugitivos das vilas, famintos por um simples prato de sopa poderia, tão somente amassar com seus pés descalços, a massa do cimento.

E Moscou pagava ao Ocidente, por estes projetos e pelo trabalho de seus especialistas com o pão e a vida de milhares de seus camponeses. Esse foi o preço do silêncio ocidental.

Recém em 1983 foi que os norte-americanos finalmente quebraram o silêncio sobre o HOLOCAUSTO UCRANIANO.

Nesse ano, o Congresso formou uma Comissão Especial para a investigação dos assassinatos maciços por meio da fome. Nos painéis expõem-se 2 jogos dos materiais reunidos por essa Comissão. Também traduziu-se em inglês os 19 pontos das conclusões da Comissão aprovados por um Congresso dos EE.UU.

Neles condena-se a falta de iniciativa e o silêncio cúmplice do governo estadunidense de então, e se reconhece que o assassinato maciço por meio da fome, foi uma ação planejada por Moscou contra os ucranianos.

Estranha a atitude, com relação ao trágico holocausto ucraniano, do governo atual da própria Ucrânia: em 1993, por motivo do 60º Aniversário da tragédia do extermínio maciço de ucranianos pela fome, foi feita a solene entrega ao Parlamento Ucraniano de uma cópia completa desses documentos produzidos pela investigação da Comissão do Congresso dos Estados Unidos. No entanto, estranhamente, os verdadeiros cientistas
e investigadores ucranianos não têm acesso a estes materiais.

A pedido da ASSOCIAÇÃO 'MEMORIAL' da cidade de KYEV e com o apoio da diáspora ucraniana, em agosto de 2001 pôde obter-se uma nova cópia desses materiais.

Porém 200 áudio cassetes com as testemunhas orais e dos sobreviventes continuam
inacessíveis nos porões do atual Parlamento Ucraniano.

No painel 19, na parte superior, estão expostos alguns trabalhos de cientistas ucranianos sobre a FOME de 1932-33. Na metade inferior, vê-se obras de autores estrangeiros, incluindo 2 de mais de 30 tomos com os resultados dos trabalhos de investigação da Comissão Especial do Congresso de Estados Unidos (USA) e suas conclusões.

As conclusões foram traduzidas para o ucraniano pela Associação 'Memorial'.

Atualmente a bibliografia sobre a fome continha mais de 6.000 títulos.

Completa esta exposição sobre o TERRÍVEL período de 1932-33, um mapa de extermínio por meio da fome, no qual se detalham, por províncias, as perdas porcentuais e a sua população. Além desse mapa mostra-se a composição da Comissão Internacional de JURISTAS e a tabela comparativa do crescimento da população nas Repúblicas
Soviéticas confrontantes com a Ucrânia e as perdas na Ucrânia durante igual período. É sabido que os resultados do censo realizado na URSS em 1937 nunca foram publicados. Stalin ordenou destruí-los.

Também foram assassinados os cientistas demógrafos ucranianos que, levando em conta as conseqüências demográficas da fome, nas suas informações estatísticas assinalaram as perdas humanas causadas por esse genocídio por meio da fome.

A cifra de 3 milhões e 84 mil pessoas, que figuram na tabela apresentada pela Comissão de Juristas como a cifra de perdas entre a população, NÃO É EXATA.

A Comissão se baseou em dados de fontes soviéticas correspondentes aos anos de 1926 e 1939, ou seja 6 anos antes e 6 anos depois da fome. ATUALMENTE já são acessíveis os arquivos secretos de Moscou donde se informa sobre o traslado aos povoados ucranianos, devastados pela fome, de povoações inteiras e granjas coletivas procedentes das regiões russas.

Se tomamos em conta as conseqüências demográficas da fome, obteríamos que as perdas ucranianas causadas pelas fomes de 1921/23, prosseguiu em 1931/32; em 1932/33 ; e até em 1946/47, já depois de terminada a II GM, certamente vitimaram algo próximo de 10 MILHÕES de inocentes, apenas por serem cristãos e ucranianos.

Para ocultar as cifras reais das vítimas da FOME NA UCRÂNIA, criada artificialmente por Moscou, os comissários bolcheviques logo depois de 1933 vasculharam as vilas por toda a Ucrânia confiscando e destruindo os livros de contabilidade e os registros do estado civil das pessoas, correspondentes a 1933.

Por casualidade, alguns de tais registros sobreviveram no arquivo estatal da Província de VINNYTSIA.

Correspondem ao Conselho do povo de Sosonka, no distrito de Vinnytsia, e compreendem o período de abril - maio de 1933.

Aí lemos textualmente:

- '9 de maio, STSHO. Danylo Martynovych, Idade 42 anos. De nacionalidade ucraniana.

Membro da cooperativa agrícola. Causa da morte: FOME.'.

- 14 de maio de 1933. ROMANENKO,Yakiv Levkovych. Idade 52 anos. Ucraniano de nacionalidade. Membro da cooperativa agrícola. Morreu de FOME.'

- ROMANENKO, Todoska Mykytivna. Idade 6 anos. De nacionalidade ucraniana. Estava aos cuidados de seu pai, agricultor independente. A causa da morte, estabelecida tanto pelo conselho do povo, como pela polícia, foi o pai que a apunhalou e a comeu.

- TYMKOV, Hryhoriy Zacharovych, idade 7 anos. Causa de morte: Apunhalado por um canibal'.

- Romanenko, Hanna Mykytivna. Idade 3 anos. Causa da morte: O pai, a punhaladas, a matou para comê-la'.

PAINÉIS 20 - 26

Em cima a direita no painel n.º 20 desta exposição, vemos uma fotografia de Pavel
Postyshev, apresentado nesse momento como 'amigo das crianças soviéticas' e seu educador. Porém o Postyshev autêntico era outro. Em princípios de 1933, de Moscou ele foi enviado à Ucrânia. O povo o chamava 'o primeiro e o segundo secretário', quer dizer, ele era um personagem dotado por Stalin de enormes poderes.

Foi Postyshev quem desencadeou a campanha contra o 'nacionalismo ucraniano', com o propósito de convertê-lo no responsável por todas as conseqüências da fome.

Como pela fome de 1921 – 22, agora também havia que se culpar a alguém. Assim, os 'nacionalistas burgueses', foram os culpados pela intervenção, pela seca e também pela fome de 1932 - 33.

No painel, vemos a fotografia do funeral de Sergey Kirov, assassinado em 1º de dezembro em Leningrado. Este foi um acontecimento extraordinário, porque nesse 1º de dezembro de 1934, foi aprovada uma disposição do Comitê Executivo Central do Politburo do Partido Comunista que estabelecia um trâmite sumário para as causas criminais e dispunha que as sentenças de morte deviam ser executadas dentro de 24 horas após editadas.

O documento foi uma verdadeira 'CARTA DO TERROR' que esteve vigente na URSS até sua ab-rogação em 1953.

Foi precisamente em 1934 que começam as repressões maciças de escritores, literatos,
professores e maestros.

O período de 1933 - 34 foi gravemente danoso no âmbito da pedagogia, pois então foram submetidos a críticas selvagens todos os educadores, chamados pela propaganda comunista 'os seguidores de Skrypnyk' (por Nykola Skrypnyk, o ministro de educação).

Assim a área da educação foi 'limpa' com particular esmero. Muitos pedagogos e literatos foram enviados a 'ucranizar' os campos de concentração na Sibéria, Solovky y Kazakistan.

Porém o mais dramático estava por acontecer. Em 1936 Nikolay Yezkov ao qual Stalin nomeou para o NKVD. Era um antigo secretário do Comitê Central do Partido Comunista (bolchevique) e chefe da Comissão de Controle do Partido.

E foi a Yegov a quem Stalin ordenou levar a cabo as ações punitivas, mais repugnantes, entre as realizadas na URSS. Assim surgiu a 'Era de Yegov', que durou de 1936 a 1938.

O que Yegov fez, em primeiro lugar, foi destruir a todos os antigos opositores. Foram realizados vários processos exemplares - contra os trotskistas e divisionistas da direita.

Porém onde Yegov centrou sua atenção foi no sistema penitenciário e o de campos de concentração. Logo após assumir, segundo dados preliminares, foram aprisionados 700 a 800 mil pessoas. A questão que surgiu era: O QUE FAZER COM TANTA GENTE?

Apesar de que já existia o GULAG, (Direção Geral de Campos de Concentração) - (Nota do tradutor), os campos de trabalho forçados, onde a gente trabalhava e produzia bens materiais, já não suportavam tanta pressão humana.

Optou-se então por criar novos campos de concentração e reestruturar os grandes
complexos de trabalhos forçados em campos de concentração menores. Os presos se ocupavam principalmente na derrubada de bosques e trabalhavam na indústria madeireira, em ocupações que não requeriam aquecimentos especiais.

Também decidiu-se fuzilar os 'inimigos mais radicais das autoridades soviéticas'.

No verão de 1937 foram fuzilados cerca de 30.000 (trinta mil) detidos. Porém, como o número de presos estava em constante aumento, os maiores fuzilamentos maciços ainda estavam por acontecer.

Na URSS as autoridades criaram uma atmosfera de histeria coletiva, quando tornou-se popular a denúncia. Foram feitas várias ações punitivas, uma das quais documenta o painel n.o 22. No primeiro documento, com a assinatura de Stalin se aprova a formação de 'TROYKAS'. (Uma 'troyka' estava composta pelo primeiro secretário do
Partido Comunista de uma Província, território ou república, pelo chefe do NKVD e um fiscal do mesmo nível. As 'troykas' tinham amplas atribuições judiciais, inclusive de condenar à morte de cumprimento imediato. - nota do tradutor).

Neste documento, os detidos não classificados em categorias (a primeira categoria

significava 'fuzilar imediatamente'.) Tal como se fossem meros materiais de construção de uma obra, (tantos ladrilhos, quilos de cimento, quantidade de tábuas etc.), também as vidas humanas eram pressupostas e rotuladas desde Moscou, estabelecendo-se planos de fuzilamentos e cotas de execuções por repúblicas, províncias
e territórios.

Assim vemos no documento do centro, dirigido aos comitês do Partido Comunista das Repúblicas, territórios, províncias, etc. pelo qual o Comitê Central do Partido Comunista (bolchevique) Russo, detalha tais cotas, chamadas 'limites', que logo Yegov distribuía centralizadamente desde Moscou. A Busca (procura) local dos 'inimigos do povo' chegou tão longe que os comitês do Partido Comunista das Repúblicas, os dirigentes das províncias e os mandantes chekistas começaram a solicitar a Moscou a
ampliação dos ' limites', em 6, 10, 30 mil mais já que as cotas dispostas anteriormente
resultavam poucas para destruir a maior quantidade possível de inimigos do povo.

Donde Moscou dispunha as maiores cotas era para a Ucrânia, porém a direção do NKVD da República Socialista Soviética da Ucrânia solicitou quintuplicá-las. E neste painel, a maneira de exemplo, se vêm quatro de tais solicitações para ampliar as cotas das repressões.

Um dos fuzilamentos maciços de 'inimigos do povo' teve lugar em outubro - novembro de 1937, na ilha de Solovky, onde existia um dos mais terríveis campos de concentração. Aí foi 'limpa' a prisão de Solovky. A ação foi dirigida pelo chekista Leonid Zakovskyi o qual começou sua carreira na Ucrânia.

Ele encabeçou o 'troyka' que se dedicou a 'limpar' o lugar. 1.111 presos foram
condenados a morte por fuzilamento. Os condenados foram transferidos para o precipício
de Sandormoch na Karelia e, durante vários dias, o capitão M. Matveev foi pessoalmente
fuzilando-os na média de 250 presos por dia.

No painel n.º 22 se vê os documentos do mencionado Matveev, nos quais ele detalha os fuzilamentos feitos por ele mesmo. Os presos nos campos de Solovky eram na sua maioria de nacionalidade ucraniana. Na parte inferior do painel se vêem as atas de fuzilamento, compromissos pessoais de cada vítima, as ordens de prisão e as sentenças.

Em Solovky foram fuzilados conhecidos intelectuais ucranianos, entre outros Lech
Kurbas, Mykola Kulish. A história com detalhes dos campos de trabalho forçados de Solovky conta com sua própria exposição, na sede da ASSOCIAÇÃO 'MEMORIAL'

em Kiev; são 15 stands onde se expõe detalhadamente a história dos fuzilamentos de
Solovky. ( NB - Infelizmente não dispomos dela. São fotos de cenas terríveis).

No painel n.º 24 vemos documentos e fotografias de um outro dos lugares onde também tiveram lugar fuzilamentos maciços na Ucrânia. É a cidade de Vinnytzia. A tragédia de Vinnytzia é uma página à parte da história da Ucrânia. Quando os nazistas ocuparam a Ucrânia, criaram uma comissão que iniciou as exumações na cidade de Vinnytzia.

O livro 'CRIME SEM CASTIGO', baseado nos documentos desta comissão, detalha este assassinato maciço.

No painel podemos ver a composição dessa comissão internacional de peritos que trabalhou nas exumações. Seus integrantes deixaram anotado que os fuzilamentos em Vinnytzia foram levados ao fim durante 1937-39. Foram descobertas 91 fossas comuns onde se acharam 9.432 restos humanos, que apresentavam orifícios de balas na
parte traseira dos crânios e mostravam sinais de torturas. No painel também vemos os planos das fossas comuns de Vinnytzia, as fichas de exumações e novos resepultamentos ocorridos durante 1943.

Terminada a guerra, as autoridades soviéticas construíram sobre as fossas comuns um 'Parque de Cultura e entretenimentos', levantando sobre as tumbas coletivas pistas de baile e parques de diversões, sala do riso e que funcionam até hoje. Para ocultar melhor seus crimes realizados, os chekistas logo após a guerra cuidadosamente revistaram a cidade de Vinnytzia e os povoados vizinhos prendendo e assassinando a
todos que prestaram depoimentos diante a comissão internacional em 1943.

O ano 1938 caracterizou-se também porque Stalin decidiu 'trocar peixinhos no aquário do Partido Comunista', desfazer-se de N.Yegov fazendo-lhe ser responsável de todos os crimes. No painel há 2 fotos tomadas ao lado do canal de Moscou - Volga.

Numa aparecem Stalin, Voroshylov, Molotov e Yegov. Na outra tomada, no mesmo momento e lugar, Yegov já não está lá - foi desmontado - no entanto em 1939 ele é preso e fuzilado em fevereiro de 1940, logo ao ser acusado de ser espião e líder de uma organização contra-revolucionária nos órgãos do NKVD.

No painel n.º 27 vemos num dos dois lugares, as maiores tumbas coletivas das vítimas dos fuzilamentos maciços em Kiev. É o cemitério de Lukianivka. Ali, em 1918 - 1919 sepultaram-se os Kievianos executados pelas tropas bolcheviques de Muraviou e também os mortos pelas tropas do general tzarista Denekin.

A partir de dezembro de 1934 ao longo do grande terror, neste cemitério foram enterrados os fuzilados pelas autoridades soviéticas. Devido a que o cemitério já estava repleto de sepulturas, os bolchevique enterravam as suas vítimas em segredo nos caminhos, jardins e canteiros do cemitério.

Estes crimes permaneceram ocultos durante muito tempo, porém encontraram-se testemunhas que mostraram que foi ali onde o regime comunista ocultava os sinais (pegadas) de seus crimes.

Estes enterros foram também confirmados por documentos de arquivos. Leontiy Forostivskyi, o último chefe municipal da cidade de Kyev durante a ocupação nazista relembra: “Até a troca da capital da cidade de Charkiv (em 1934), todos os fuzilados pelo NKVD eram geralmente enterrados no cemitério de Lukianivka. Tanto a alameda
principal e as laterais, como também todos os caminhos do cemitério são grandes fossas comuns.

Estes lugares foram cuidadosamente nivelados e a terra bem compactada. Campos inteiros entre os arvoredos também são grandes fossas comuns clandestinas. O terreno foi nivelado, arado e neles semeado capim.

Neste cemitério estão enterrados no mínimo 25 a 30 mil executados'.

No painel figuram também fotografias das tumbas e Estátuas, erguidas pelas pessoas que investigaram o passado e dedicadas a destacadas figuras políticas, artistas e representantes do clero, executados pelos bolcheviques e que provavelmente jazem neste lugar.

Atualmente o cemitério de Lukianinka encontra-se fechado por ter sido declarado

reserva nacional.

PAINÉIS 27 - 30

O ano de 1939 começou com o pacto dos dois ditadores, expressa na assinatura do conhecido pacto Ribbentrop - Molotov.

Os painéis testemunham sobre o que trouxeram para as terras da Ucrânia Ocidental, (até esse momento integravam o estado polaco - nota do tradutor), as tropas do Exército Vermelho que ingressaram, incluindo o corpo repressor soviético - o NKVD, responsável por formar as estruturas do governo, tanto administrativas como as encarregadas de reprimir a população. O complô dos ditadores, sem importar suas divergências ideológicas, permitiu dividir ao seu gosto o território da Europa. Sobre este particular, cabe citar os ditos de Churchill: 'Tal troca antinatural da política russa é uma metamorfose de que só são capazes os estados totalitários'.

Na metade inferior do painel n.º 28, vemos a fotografia de um desfile na cidade de Brest, do qual participaram conjuntamente tropas nazistas e soviéticas. No painel anterior cita-se o telegrama com o qual Hitler saudou o Stalin pelo motivo de seus 60 anos. No mesmo, destacava-se entre outras que 'amizade germano-soviética está
consolidada pelo sangue derramado'.

No painel n.29 mostra-se outro símbolo do terror comunista: BYKIVNIA. Um vilarejo ao norte de Kyev, a Rua de Chernihiv.

Aqui, entre 1936 e 1941 também houve sepultamentos maciços de executados
pelos órgãos do NKVD em Kiev. As primeiras vítimas, geralmente trasladadas desde a
prisão de Lukianivka, que foram enterradas no fim dos anos 20.

A designação oficial de uma zona especial para as exumações secretas data de 1936. Foi ali onde, em meio do maior hermetismo foram enterradas sistematicamente as vítimas inocentes do regime comunista. Nos arquivos dos serviços de administração de terras da cidade de Kiev, conserva-se um documento, mediante o qual especialmente designou-se para a NKVD da capital da Ucrânia um prédio de 19 -20 quarteirões no
bosque de Darnytsia, perto do povoado de Bykivnia, para seu uso exclusivo. P.Kolmus,
periodista do 'BERLINER BOERSEN-ZAITUNG', foi ele o primeiro a escrever em setembro de 1941 sobre os sepultamentos em Bykivnia das vítimas do terror comunista.

Nessa época, os alemães realizaram exumações que revelaram corpos humanos em

decomposição a uma profundidade de 50 centímetros.

Os desenterramentos posteriores, em uma área de 15 mil metros quadrados, demonstraram

que ali também foram apressadamente enterrados, os detidos nas prisões

de Kiev, fuzilados nos dias anteriores a chegada dos alemães.

Em !944/1945 trabalhou em Bykivnia uma comissão estatal soviética encarregada

de estabelecer os fatos dos crimes cometidos pelos ocupantes nazistas. A comissão

declarou que em Bykinvia estavam enterradas as vítimas dos nazistas.

Em 1971, outra comissão estatal trabalhou nos lugares das exumações. Esta comissão

finalizou sua investigações com a tese que em Bykinvia estão enterradas pessoas

destruídas pelos alemães.

E recentemente em 1987 quando, por pressões dos cidadãos e com o apoio da

União de Escritores da Ucrânia, a verdade sobre os enterros em Bykivnia foram afinal

revelando-se paulatinamente. Então, formou-se uma terceira comissão estatal, desta

vez encabeçada pelo Ministro do Interior da República Socialista Soviética da Ucrânia

(R.S.S. da Ucrânia), para investigar os terrenos onde foram descobertos restos humanos.

Em pouco tempo, nos meios de comunicação de massa apareceram notas sobre

que em Bykivnia existiu um campo de concentração fascista onde morreu gente soviética.

Consecutivamente, em maio de 1988, inaugurou-se em Bykivnia um monumento

comemorativo, aprovado pelas autoridades soviéticas onde numa pedra central estavam

gravadas estas palavras: 'ETERNA MEMÓRIA. Aqui jazem enterrados 6.329 soldados

soviéticos, partisanos, combatentes clandestinos e pacíficos cidadãos assassinados

em 1941-1945 pelos ocupantes fascistas'.

Finalmente, em lugar de numerosas publicações que desnudaram a verdade sobre

Bykivnia, - particularmente as iniciativas empreendidas pela recentemente criada

Associação histórico-educativa ' Memorial' – as autoridades foram obrigadas a reagir.

Começou então seu trabalho uma quarta comissão estatal que debaixo da pressão

de fatos, testemunhas oculares reconheceram que em Bykivnia foram sepultadas

de fato, as vítimas de repressões comunistas.

18

Em 11.07.1989 na imprensa, apareceram comunicados sobre a conclusão dos

trabalhos da comissão, especificando-se em 6.783 o número das vítimas. Na opinião

dos investigadores, porém, as cifras são sumamente inexatas pois, na verdade, ali encontram-

se sepultadas não menos de 100.000 pessoas. No lugar do comunicado citado,

em julho de 1989 a inscrição na pedra em Bykivnia foi apagada. E somente ficou

a frase, ' ETERNA MEMÓRIA'.

Em 10 de maio de 1990, no bosque de Bykivnia foi encravada uma grande cruz

de carvalho e, em julho de 1990, os trabalhadores de uma das empresas da cidade de

Brovary (nos arredores de Kiev), colocaram ali um painel de uma tonelada e meia de

peso, com a sinalização 'TÚMULOS DOS EXECUTADOS - 1 KM. de distância'. Em

30 de abril de 1994, foi inaugurado o completo memorial de Bekivnia, erigido por disposição

do presidente da Ucrânia. No painel, também se mostra o Palácio de Outubro

que, até os acontecimentos revolucionários de 1917, fora o Instituto de Senhoritas da

Nobreza e, durante os anos 30, sede da NKVD.

E não é casual ver aqui uma fotografia do atual edifício do Gabinete de Ministros

da Ucrânia. O edifício foi construído para o uso do NKVD. No seu interior erguia-se um

outro edifício de dois (2) pavimentos, sem janelas, onde realizavam-se os interrogatórios

dos detidos.

Lugar de insistentes reclamações e protestos da Associação Memorial da cidade

de Kiev, e dos cidadãos da capital ucraniana, e com o apoio de VICTOR YUSCHENKO,

primeiro ministro da Ucrânia, em 22 de maio de 2001 o Gabinete de Ministros emitiu

uma resolução para a 'Criação de uma reserva histórica comemorativa - AS

TUMBAS DE BYKIVNIA'. Pondo-a abaixo da jurisdição do Governo da cidade de Kiev.

No marco de sua visita pastoral, O PAPA JOÃO PAULO II visitou Bykivnia – em

24 de junho de 2001. De modo que já fazem dois anos que as estruturas ministeriais

não cumprem as resoluções do governo de VICTOR YUSCHENKO sobre a 'Criação de

uma reserva histórica comemorativa - As TUMBAS DE BYKIVNIA'.

Também resultaram brutais as atuações, em 1939, das novas autoridades na Ucrânia

Ocidental.

As novas autoridades trouxeram para a população destas terras, que recebeu os

'libertadores' com as bandeiras nacionais e com o pão e sal, o terror maciço e os sepultamentos

clandestinos das vítimas em vilarejos e cidades (grandes e pequenas).

No painel n.º 30, se vê uma de muitas localidades secretas de sepultamentos

maciços das vítimas das repressões comunistas em Galitzia (Halycheni).Trata-se de

'DEMIANIV LAZ'. Expõem-se ali restos de roupa e calçados dos fuzilados.

Seus crânios, com orifícios de balas na zona posterior, que provam eloqüentemente

como os bolchevique aplicavam nas terras da Ucrânia Ocidental os métodos

que, e ao longo de dezenas de anos, foram praticados na Ucrânia Oriental.

Se compararmos as exumações de 1989 em 'DEMIANIV LAZ' (Um dos arredores

da cidade de Ivano-Frankivsk) como as realizadas em 1943 em VINNYTZIA, observamos

que foram efetuadas de maneira mais qualificada. Os restos expostos demonstram

sem dúvida alguma, tudo que foi executado em ' Demianiv Laz', o que o regime

bolchevique fazia para apagar os sinais dos seus crimes. Os restos provam o aberto

sadismo dos executores de sangrentas execuções. No painel, observa-se um crânio

que apresenta seis orifícios de bala em sua parte posterior e ao seu lado ossos do peito

atravessados por baionetas de 4 fios, um método usado para assegurar o arremate

da vítima.

19

Atualmente são conhecidos, graças a documentos dos arquivos, numerosos casos

nos quais o NKVD pelos seus crimes tentou culpar os alemães. Durante as exumações

de 1998, o Comitê Provincial de Ivano-Frankivsk de Partido Comunista, tentou

responsabilizar por tais matanças os alem‹es e os 'nacionalistas burgueses'.

Tais falsificações foram desqualificadas pelos documentos encontrados durante

as exumações. Além disso, as feridas ocasionadas pelas baionetas e 4 fios são provas

inquestionáveis, porquanto eram utilizadas exclusivamente por tropas e polícia soviéticas.

Também as exumações em 'Demianiv Laz' demonstram juridicamente os crimes

do sistema repressivo dessa época, violando até as próprias e desumanas leis de então.

Em particular do artigo 98 do Código Criminal da República Socialista Soviética da

Ucrânia, redação de 1927, que trata do abuso de autoridade ou de poderes outorgados,

em atos que abertamente excedem os limites dessa lei, pelos executores de tais

atos. Sobre tal base o fiscal maior de Ivano-Frankivsk iniciou e investigou a causa criminal

sobre os crimes que tiveram lugar em ' Demianiv Laz'. Segundo os documentos

achados, as vítimas haviam sido previamente sentenciadas de 2 a 5 anos de prisão.

Outras, simplesmente haviam sido detidas e levadas a 'Demianiv Laz', ali fuziladas

sem julgamento ou sentença alguma.

Quando no transcurso das exumações os ativistas de MEMORIAL, por meio de

panfletos fizeram conhecer os textos dos documentos achados com as assinaturas dos

funcionários do NKVD, dezenas de famílias de seus antigos membros abandonaram a

província de Ivano-Frankivsk, para refugiar-se na federação Russa, da fúria popular. E

nos painéis há fotocópias dos documentos descobertos durante as exumações, também

opiniões dos peritos sobre o número exato dos assassinados sua idade e sexo.

PAINÉIS 31 - 37

Os acontecimentos que se sucediam na Ucrânia deviam conduzir ao inevitável

surgimento de uma força de resistência ativa frente ao regime desumano. Essa força

resultou no 'Exército Insurgente Ucraniano' (UPA), formado pela Organização de Nacionalistas

Ucranianos (OUN). Ao terminar a Segunda Guerra Mundial, o número das

vítimas dos soviéticos foi estabelecido em 7, 5 milhões.

Na década de 50, NIKITA KRUSCHEV corrigiu essa cifra indicando que o total de

vítimas era 20 milhões e durante o governo de GORBATCHOV, o número de vítimas

soviéticas da guerra chegou a 27 milhões de pessoas. Essas cifras nos indicam que

as autoridades soviéticas buscaram ocultar a verdade de mil maneiras, pois todas as

suas 'vitórias' foram alcançadas pagando-se o preço de milhões de vidas humanas.

Os painéis seguintes nos mostram acontecimentos que só podem denominar-se

'a guerra depois da guerra', quando o regime comunista desencadeou na Ucrânia

Ocidental a guerra contra o UPA. Nesta exposição, se mostra pela primeira vez como

era complexa a situação. A propaganda soviética buscava convencer o povo de que os

'bandeiristas, assassinos e violadores' eram os culpados de tudo. (O nome de 'Bandeiristas'

se identificavam os seguidores de Stefan Bandera, líder de um dos ramos da

OUN - nota do tradutor).

Porém a foto de um dos grupos especiais do NKVD (Comissariado do Povo de

Segurança do Estado - nota do tradutor) que atuaram, provam exatamente o contrário.

É um grupo disfarçado de guerrilheiros ucranianos, no comando do tenente coronel do

NKGB, Zacharov. O grupo estava formado com nkavedistas bem treinados, aos quais

ensinou-se o dialeto local e as tradições dos galitzianos (Halychan). Para tais efeitos,

formaram-se várias escolas especiais do NKVD. Estes grupos completavam-se com

20

antigos insurgentes. Ao preço de conservar a vida, exigia-se deles que cometessem

delitos em nome do UPA. Em junho de 1945, atuavam na Ucrânia Ocidental, fazendose

passar por 'bandeiristas', e 156 de tais grupos especiais com um efetivo total de

1783 homens. Nos anos seguintes, o número destes grupos e seus efetivos foram

crescendo constantemente.

Além disso, para combater o movimento libertador ucraniano, foram enviadas para

as províncias da Ucrânia Ocidental 17 divisões de exercito regular russo. Segundo

dados dos arquivos, desde o momento da chamada 'libertação' até junho de 1946 foram

enviados à Ucrânia Ocidental, para trabalhar de maneira permanente 86.749 funcionários

soviéticos.

Desde o momento da 'libertação' das províncias da Ucrânia Ocidental até junho

de 1945 foram capturados 93.610 'bandidos'. Se tomarmos em conta que segundo dados

oficiais o UPA contava em 1944 com um efetivo de 45 a 80 mil homens, (60 mil,

segundo fontes alemãs), então comprovamos, com base nas cifras citadas, que o regime

soviético sustentava uma verdadeira guerra contra toda a população das províncias

ocidentais da Ucrânia. É primordial, portanto, estudar cada crime e tomar consciência

de quem foi o autor dos mesmos. Durante 1944-54 foram suprimidos na Ucrânia

Ocidental 500 mil pessoas, e destas 230 mil foram fuziladas.

A situação de pós guerra, na Ucrânia caracterizou-se por uma nova campanha

contra o nacionalismo ucraniano.

Esta campanha começou com a crítica do argumento do filme 'Ucrânia em chamas',

de Oleksander Dovzhenko, quando este fora especialmente examinado pelo Politburo

do Comitê Central do Partido Comunista (bolchevique) russo, durante a guerra.

As prevenções, dirigidas a Dovzhenko, eram muito simples. Stalin observou que os

personagens do livrinho eram só ucranianos. Ao que Dovzhenko respondeu que também

era ucraniano. Isso bastou para que Stalin o qualificara de 'burguês nacionalista

ucraniano'. A luta obstinada e heróica do UPA, um exército bem organizado, respaldado

pela quase unanimidade do povo nas terras ocidentais da Ucrânia, e que aparecia

como um exemplo para o resto do país, causou muita preocupação para os dirigentes

stalinistas. O painel n.º 35 nos ilustra sobre a atividade do movimento clandestino ucraniano.

Vemos a 'Plataforma do Conselho Geral Ucraniano de Libertação', cujo presidente

foi Kyrylo Osmak, observamos os cartazes de propaganda de então e a imprensa

periódica do movimento clandestino. Na parte inferior observamos o informe de

um dos destacamentos de UPA em abril de 1949. Nele os insurgentes descrevem as

características do território donde operam, as provocações da parte das autoridades

soviéticas de ocupação e o maltrato que recebia a população pacífica.

No painel n.º 36, vemos outras personalidades, os conhecidos poetas MAKSYM

RYLHYI e VOLODYMYR SOSIORA.

Também exemplos da campanha contra os 'cosmopolitas sem pátria', que na

realidade foi uma campanha contra todos aqueles que trabalham na área da cultura e

história hebréias (Judeus), na Ucrânia. O que está expressado é confirmado pela fotografia

de Elias Spivak, estudioso judeu que morreu num cárcere soviético durante esta

campanha. Com a morte de Stalin, encerra-se este período histórico tão terrível. É indiscutível

que novas repressões teriam sido desencadeadas, se não tivesse ocorrido a

morte de Stalin.

Na exposição podemos ver uma foto de Stalin decomposto, nunca foto editada oficialmente.

O plantel desta terrível época de pós-guerra resultaria incompleto, se não

se mostrassem alguns documentos mais da heróica luta armada do movimento clandestino

ucraíno, que continuou até 1956.

21

Na parte superior do painel n.º 37 vemos panfletos de propaganda dos combatentes

clandestinos. Os panfletos foram impressos em uma impressora secreta e publicados

na região de Vinnytzia.

Ao nos aprofundarmos no seu conteúdo, vemos como os analistas do movimento

nacionalista clandestino punham a descoberto os planos que Moscou ocultava com um

véu de mentiras. A história desses documentos resulta muito interessante. Na primavera

de 1991, durante os trabalhos das escavações perto do povoado Voroniv distrito de

Rohatyn, na província de Ivano-Frankivsk, (onde até 1949 teria se assentado o Estado

Maior clandestino de General Shuchevych), em baixo do pé da máquina escavadora

surgiu um tonel (barrica) cujas tampas estavam hermeticamente seladas com cera. O

TONEL estava repleto de documentos, enrolados e envolvidos em diários da época.

(Os documentos se revelaram ser o arquivo até o ano 1949 do Estado Maior de Shuchevich.).

Quando estes incalculáveis documentos chegaram nas mãos da Associação

Memorial da província, sua sede foi assaltada durante a noite. Os desconhecidos vasculharam

os poucos bens da Associação, esparramaram seus documentos e ao não

encontrarem o procurado, destruíram a marteladas um televisor colorido, único valor

material de então.

Pouco depois, o presidente do Memorial, Roman Krutsyk, começou a ser visitado

cada vez mais freqüentemente por visitantes suspeitos, que maliciosamente levavam

as conversações ao tema do arquivo.

Os visitantes se faziam passar por residentes de outros países, representantes da

diáspora ucraniana, ou diziam ser antigos membros da OUN ou do UPA, e as vezes

murmuravam ser membros da Direção Central da OUN. Estes últimos, exigiam a entrega

do arquivo. Porém conhecendo os métodos enganosos e provocações dos serviços

secretos soviéticos, ninguém dos estranhos visitantes logrou obter a informação sobre

o lugar onde estava ocultado o arquivo. Mais de um ano, o arquivo permaneceu escondido

no sótão de uma casa em um povoado galiziano. Logo após a declaração da Independência

da Ucrânia, uma parte do arquivo foi depositada no 'Museu das lutas libertadoras

em Terras Carpáticas'. O resto se encontra em estudo e com o tempo o

mundo haverá de deparar-se com novos e numerosos casos de crimes perpetrados pelo

sistema comunista, e tomará conhecimento sobre a verdade da heróica luta dos insurgentes

ucranianos. Algumas fotocópias do misterioso arquivo se expõem aqui em

vários painéis ,

Na parte inferior do painel n.º 37 vemos uma fotografia de um dos campos de trabalhos

forçados de Kolyma.

Tanto a região oriental como as províncias ocidentais ucranianas desde o começo

da ocupação bolchevique foram submetidas a numerosas deportações, as vezes de

famílias particulares, povoados inteiros e até Municípios.

Massas maiores e forçadas a deportações, realizavam-se em cumprimento da resolução

do Comitê de Defesa da URSS, de 30 de março de 1944. Na parte inferior do

Painel vemos uma informação do major general FADEEV, o chefe das Tropas do interior

da região militar da Ucrânia, sobre o resultado das operações para a deportação

das 'famílias e dos bandidos'. Datado na província de Lviv em 1950, está dirigido a L.

H. Melnekov, secretário do Comitê Central do PC (b) da Ucrânia.

PAINÉIS 38 - 39

22

A apresentação dos anos de após guerra, correspondentes ao último decênio da

ditadura stalinista, finaliza nos painéis n.º 36 e 37 desta exposição. E nos painéis n.º

38 e 39 a exposição retorna a 1946 -1947, sob o título 'O TERCEIRO GOLPE POR

MEIO DA FOME'.

A FOME começou e teve seu início com uma seca nas províncias do sul da Ucrânia.

Em vez de organizar a respectiva ajuda às regiões afetadas, Stalin com grande cinismo

vinculou a fome com as manifestações do nacionalismo ucraniano. NIKITA

KRUSCHEV, que até a chegada de LAZAR KAGANOVYCH, ele foi primeiro secretário

do Comitê Central do Partido Comunista da Ucrânia, e encabeçou na primavera boreal

de 1947 o Governo da República Socialista Soviética da Ucrânia, escreveu a respeito

várias cartas dirigidas a Moscou, pelas quais Stalin, (ficou memória destes fatos),

chamou-o de 'nacionalista burguês ucraniano'. O Tirano lhe proibiu categoricamente

ajudar a Ucrânia com qualquer tipo de auxílio.

Nessa época a URSS exportava seus grãos, pelo que recebeu expressões de agradecimento

de KLEMENT GOTTVALD, presidente da Tchecoslováquia: 'A União Soviética

salvou nos da fome', disse Gotwald. Outros dados indicam que foram exportados

para a Polônia 200.000 toneladas de grãos e outras 500 mil para a França. Simultaneamente,

na Ucrânia o povo morria de fome. Um fato pouco conhecido, porém não

menos terrível, é que nessa época só os registros civis anotaram na Ucrânia mais de

um milhão (1.000.000) de pessoas mortas de fome. Nos últimos anos, escreveramse

vários livros sobre a FOME DE 1946 - 1947, nos quais se publicaram documentos

únicos que ilustram sobre a realidade do país, durante o terceiro golpe por meio da

FOME. Valendo-se da 'divisa ucraniana', o pão, Moscou alimentou os regimes comunistas

criados por ele na Europa central e oriental.

PAINÉIS 40 - 43

Em primeiro lugar, nos painéis sobre este período mostra-se que a natureza do

REGIME COMUNISTA não mudou, pese que NIKITA KRUSCHEV tomou o poder na

URSS, logo depois da morte de Stalin, e liquidou o LAURENTIY BERIA, um dos personagens

mais odiosos e perigosos do período stalinista. Tanto Kruschev, como os que o

cercavam, realizou uma jogada muito simples:

- Responsabilizaram a Stalin de todos os crimes e defeitos do sistema comunista

do governo, realizando a troca, da figura 'formosa de Lênin'. E neste contexto, deu-se

em 1956 durante o XX Congresso do partido, o discurso de Kruschev. Mentiras desmontavam

os monumentos a Stalin, mas paralelamente criavam-se novos mitos em

torno de KRUSCHEV, focalizando os méritos de sua vitória sobre a Alemanha nazista e

sua capacidade e talento como estadista. No Painel apresentam-se os objetos de culto

a personalidade de KRUSCHEV. Vemos as palavras e a música de uma criação de

louvor a Kruschev, composta por músicos e poetas ucranianos. Vemos o texto do seu

discurso diante a Organização de Nações Unidas (ONU), onde KRUSCHEV COMPORTOU-

SE de maneira extremamente grosseira.

Focalizou-se o assassinato em MUNIQUE (Alemanha) de STEFAN BANDERA, líder

da OUN, crime realizado seguindo expressas ordens de KRUSCHEV. Vemos também

materiais sobre a Revolução HÚNGARA de 1956, sufocada por YURI ANDROPOV,

futuro secretário geral do partido comunista soviético, o qual nessa época era o

embaixador da URSS em BUDAPESTE. Dado que KRUSCHEV foi sempre entusiasta

da plantação do milho, e o painel nos fala deste tema. Vemos várias estrofes escritos

23

clandestinamente: 'Marchemos a passo firme até nossos campos, pois temos plantações

de milho', 'por mais que rezes ou não rezes, o salame não te cairá do céu'. “Se

quiseres o salame então semeie o milho'. Este era o 'folclore` da época de Kruschev.

O partido comunista da URSS tentava ocultar sua verdadeira natureza atrás dos

extensíssimos discursos do seu líder. Daí resultou logicamente a resistência que começou

a surgir para fazer frente a um sistema que só aparentava libertação. Na Ucrânia

encabeçaram-na jovens como Evhen Sverstiuk, Ala Horska, Ivan Svitlychnyi, Viacheslav

Chornovil e outros. Foram eles quem, no princípio dos anos 50, começaram a

refletir sobre os acontecimentos da Ucrânia. Nos vêem a memória aquela organização

criada por Levko Lukianenko nos anos 50, pelo que foi condenado a morte. São interessantes

as fotografias de alguns dos intelectuais criticados nessa época, como o poeta

Andriy Vozneesenskyi. Também está aí o retrato de Vasylh Symonenko, cujo diário e

poemas difundiam-se através do 'SAMVYDAV' (termo que significa 'Editado por sr'.,

método utilizado para difundir clandestinamente idéias contrárias ao regime - nota do

tradutor).

Quando da chegada ao poder de Leonid Brezhnev, em outubro de 1964, houve

pessoas que compreenderam claramente o que sucederia na URSS. Então, aqui é amplamente

representada a época de Brezhnev. Sua chegada significou para a Ucrânia

mais opressão, aplicação de novas torturas e represálias. Foi a vitória do neostalinismo.

E não se trata aqui de um exagero, pois o que foi iniciado por Brezhnev encaixa-

se perfeitamente com as velhas tradições stalinistas.

PAINÉIS 44 - 50

Muitos sustentavam dizendo, que o governo de BREZHNEV não era tão terrÍvel -

que foi um 'TOTALITARISMO INCRUENTO'. Pelo contrário, os painéis mostram a

quantidade das aprisionamentos acontecidos nesses tempos.

Por exemplo, Ivan Svitlychnyi, que viveu em liberdade 40 anos, durante 12 foi um

recluso e nos últimos 11 anos paralítico. O caso da ARTISTA ALLA HORSKA, que morreu

na localidade de Vasylkiv, nos arredores de Kyev, em circunstâncias nunca esclarecidas.

Foram muitíssimos os casos de desaparecimentos. Em setembro de 1965 no cinema-

teatro 'Ucraína', Viacheslav Chornovil, Vasylh Stuch e Ivan Dziuba, organizaram

um protesto público, durante a apresentação do filme 'As sombras dos antepassados

esquecidos' de Serhiy Parazhdanov. No painel a fotografia das pessoas que se animaram

a desafiar o sistema político e pelo qual cada um deles foi castigado.

Aqui apresenta-se a personalidade muito destacada de VALERIY MARCHENKO,

periodista de profissão e defensor conhecido dos direitos humanos que morreu em outubro

de 1984, em um campo de extermínio. RONALD REAGAN, presidente dos Estados

Unidos e o Departamento de Estado em uma declaração especial dirigida a URSS

expressaram sua profunda indignação por causa desta morte.

Também estão presentes YURI BADZIO, e SEMN GLUZMAN, hoje à frente da Oficina

Americano-Ucraína da Defesa dos Direitos Humanos. Ele foi o primeiro a praticar

um exame médico no general Petri Grygorenko, concluindo que se tratava de uma pessoa

psiquicamente normal e, por tanto tempo, não existia qualquer razão para o seu

confinamento em uma prisão psiquiátrica, tal como ocorreu. A idéia de submeter à consulta

de psiquiatras aos dissidentes foi de autoria de YURI ANDROPOV, cabeça nessa

época da KGB da URSS.

PETRI GRYGORENKO foi outra vítima do regime imperante, no ano 1972. Na Ucrânia

assentou-se no poder Volodymyr Scherbytskyi, que a diferença do seu anteces24

sor na Ucrânia. No painel vemos uma cópia do livro 'NOSSA UCRÂNIA SOVIÉTICA',

cujo autor foi Pert Shelest, antecessor no cargo de Scherbytskyi.

Tempos depois, por esse livro, Shelest foi acusado de 'nacionalista burguês ucraniano'.

A partir de 1972 foram acirradas as represálias contra os que pensavam de

maneira diferente. De tais dissidentes, na Ucrânia de então, resultaram os atuais defensores

dos direitos humanos, como YURI LYTWYN, ZENOVIY ANTONIUK, SVIATOSLAV

KARAVANSKYI, MYKOLA PLACHOTNIUK, OLEKSA TYCHYI e MUITOS

OUTROS.

Os últimos pôsteres descrevem essa época crucial. É a época das mortes dos

Secretários Gerais CHERNENKO, ANDROPOV e do acesso ao poder de M. GORBACHOV.

NO PAINEL 'A MEMÓRIA PERDIDA'.

Pela primeira vez se expõe de maneira cronológica o número de obras arquitetônicas

perdidas na Ucrânia.

Até 1914 foram 60; entre 1914 e 1917 foram 7; e entre 1918 e 1941 foram 251.

Durante a existência da URSS as antiguidades arquitetônicas foram destruídas

somente por razões políticas..

PAINÉIS 51 - 53

É a época denominada PERESTROIKA. A atenção está centrada nas intenções

de restaurar o passado, sobretudo nos esforços dos putchistas (1991) para retornar ao

velho sistema comunista.

Vemos o conhecido artigo de NINA ANDREYEVA 'Não posso renunciar os meus

princípios'. Nina Andryieva é atualmente líder stalinista do Partido Comunista (bolchevique)

Russo.

Merece atenção a cópia da decisão do Presidium do Conselho Provincial de

Chernihiv e do Conselho da cidade homônima, fechado em outubro de 1990, característica

do período imediatamente anterior ao golpe de estado de 19 de agosto de 1991.

Tais documentos foram elaborados em cada província da Ucrânia. Se o Golpe de estado

tivera triunfado, segundo estas decisões, teria havido um mar de derramamento de

sangue.

Nas decisões similares, as forças armadas e as de segurança, obrigaram-se a

prender a todos os líderes das novas organizações sociais com exceção as do partido

comunista, e das Juventudes do Partido Comunista.

Na atualidade, os políticos que gozaram do favor do antigo regime, de mil maneiras

e sem fundamentos, tentam convencer-nos que a intenção do golpe de estado que

ocorreu no começo da troca estatal não trouxe nenhum perigo para o povo.

Finalmente, no último painel, reflete-se a situação na Ucrânia em 1991, incluindo

a declaração da Independência.

Somando o que foi dito, pode-se afirmar que hoje existem diversos círculos sobre

as PERDAS DE VIDAS HUMANAS na URSS e na UCRÂNIA. Os dados publicados pelo

Acadêmico Yakovlev e seu Fundo Internacional 'Das democracias', que realiza pesquisas

de investigação e se dedica ao estudo dessa época, SÃO 32.000.000 (TRINTA

E DOIS MILHÕES) de VÍTIMAS da repressão durante os anos de vigência do REGIME

BOLCHEVIQUE.

25

Para a Ucrânia esta cifra é de só 10 milhões. Segundo nosso ponto de vista estas

cifras ERRADAS são propositais. não são completas e resultam intencionalmente diminuídas.

Porque atualmente as autoridades, tanto o Governo de Moscou, como os democratas

russos, igualmente como os antecessores, seguidamente esforçam-se tentando

negar ou ao menos diminuir os crimes do império russo na Ucrânia

A exposição culmina com a Declaração da Independência da Ucrânia.

É difÍcil viver sem reconhecer a verdade; é mais difícil ainda, construir ao mesmo

tempo um estado próprio. É isso que buscamos com esta exposição.

Devemos conhecer a verdade, sem nos importar quanto seja dolorosa e, o mais

importante é expressá-la de maneira sistemática, para que todos possam compreendêla.

Por isso a meta fundamental da ASSOCIAÇÃO 'MEMORIAL' é combater os mitos

históricos-políticos criados pelo regime comunista. Não devemos esquecer o inocente

sangue derramado. Temos a esperança que nossa atividade nos aproxima do tempo

em que o governo da Ucrânia, como Estado, finalmente qualifique devidamente o passado

totalitário da Ucrânia, em seus aspectos históricos, políticos e legais. Somente então

haverá garantias que o passado não haverá de repetir-se.

HISTÓRIA DA CRIAÇÃO DO 'MEMORIAL'

O Grupo inicial para a formação da ASSOCIAÇÃO UCRANIANA 'MEMORIAL' reuniu-

se por primeira vez em 8 de dezembro de 1988, na Casa do Cine, em Kyev. Em 4

de março de 1989, realizou-se a conferência constitutiva do 'Memorial'. Em 6 de abril

de 1999, teve lugar a conferência constitutiva e a organização do 'Memorial' da cidade

de Kyev.

Durante seu transcurso foram aprovados os seus estatutos, que foram admitidos

pelo Pequeno Conselho da ASSOCIAÇÃO Ucraína 'Memorial', e com a data de 17 de

junho desse ano a entidade foi inscrita no Registro da Direção de Justiça do Governo

da cidade de Kyev.

ALGUNS PONTOS DOS ESTATUTOS

Os objetivos básicos das atividades da ASSOCIAÇÃO são:

- Apoiar os processos de formação da democracia na Ucrânia e a eliminação das

seqüelas do totalitarismo, em todas as esferas da vida social, pelo caminho da renovação,

da justiça e da história.

- Conservar a memória das vítimas do genocídio, participar de buscas nos lugares

onde existam tumbas secretas e as vítimas das repressões, colaborar nas tarefas de

exumação e posterior digno sepultamento.

- Colaborar com a reabilitação das vítimas das repressões e no outorgamento de

ajudas necessárias.

- Descobrir os executores das repressões e aprovar o ressarcimento às vítimas

das perdas sofridas.

- Patrocinar estudos objetivos das causas e conseqüências da ditadura comunista,

colaborar com os organismos governamentais e com as organizações-nãogovernamentais

(OGNs) no estudo dos materiais relacionados com as repressões em

todos os períodos da ocupação da Ucrânia.

26

- Educar as novas gerações segundo o espírito dos princípios do humanismo cristão,

o patriotismo, o amor a cultura espiritual do povo ucraniano e o respeito das culturas

dos outros povos.

A EXPOSIÇÃO PERMANENTE funciona desde o 30 de novembro de 2001, na

sede da ASSOCIAÇÃO, ocupa 97 stands e está composta por três (3) seções: ' JAMAIS

DEVEMOS ESQUECER'. - crônica do genocídio comunista”, 'O MARTIROLÓ-

GIO DE KYEV'. e 'AS SOLOVKAS UCRANIANAS'.

As dependências da Associação contam com uma sala de conferências para 75

pessoas, donde se ministram classes abertas de história, brindam-se conferências e se

exibem vídeos.

A videoteca da Associação dispõe de 79 vídeos e encontra-se em permanente

ampliação. A exposição presta serviço de fonte informativa para preparar lições, dissertações,

redação de teses e outras extra-curriculares.

AS VISITAS DAS AMOSTRAS E A EXIBIÇÃO DOS FILMES, SÃO de CARÁTER

GRATUITO.

DURANTE o ano e meio de sua existência a exposição foi visitada por mais de

180 grupos organizados, de tal forma que o número total de visitantes supera 200.000.

Os visitantes, de distintas idades, experiências e educação não permaneceram indiferentes

diante das trágicas e heróicas páginas da história da Ucrânia.

Durante Março de 2003 a Exposição foi apresentada em 16 cidades dos Estados

Unidos. Numerosos centros educativos, museus e bibliotecas públicas, como também a

biblioteca do Congresso dos Estados Unidos expressaram seu desejo de adquirir cópias

da versão em painéis, para expô-las em suas dependências.

Direção:

Cidade de Kyev, r. Stelhmacha, 6/a

Tel.fax: (044) 258-00-71

E-mail: osta@in.ua

Direção em Internet:

===== FIM DA CITAÇÃO

Obs.: Hoje, dia 27 de novembro, é uma data que jamais deverá ser esquecida pelos brasileiros. Nesse dia, em 1935, facínoras comunistas, a mando de Moscou, entre os quais se encontravam os bandidos Luis Carlos Prestes e Olga Benário, provocaram a Intentona Comunista, com ataques a algumas cidades do Nordeste e do Rio de Janeiro, ocasião em que morreram 33 militares - alguns, fardados, enquanto dormiam de serviço nos quartéis - e cerca de 1.000 civis. Lula, quando defende a memória desses criminosos, a exemplo de Apolônio de Carvalho, torna-se também um criminoso. Comunismo nunca mais! (F. Maier)
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