Amanheceu quente aqui em São José, Vale do Paraíba, os campos onde me encontro. Dentro de meu peito, o s.ol também brilha; é vida em mim.
Não há sinal de mau tempo, não há nuvens carregadas, não há contratempo. Mas há o tempo que existe e insiste em nos manter separados.
Talvez chova no final da tarde. Talvez eu chore, junto com o céu, de saudade pelo que somos sem nunca termos sido, pelo encantamento desses dias de poesia que temo perder por não saber o que te agrada, o que te aborrece e como agir para vê-lo sempre a sorrir.
E por falar em sorriso, o seu, que eu não conheço, faz parte da minha saudade. Não sei se é delírio provocado pela paixão, sei lá se é imaginação, mas eu te vejo sorrindo quando o mar espuma em ondas em minha direção.
É uma feliz "visagem" e, sendo ou não miragem, eu mergulho de cabeça.
E por falar em mergulhar, aqui não há mar, mas tenho água salgada nas veias: o mesmo canal onde navegam você e a poesia. Sou filha do mar; no mar vivi quase uma vida inteira e mudei de rumo por acaso/destino, sem perder a essência de sereia, sem deixar de construir meus castelos de areia.
E já que falo de mim e dos sonhos que cultivo, lhe digo que seria maravilhoso dividir contigo os lucros (e até prejuízos) de seus projetos futuros, mesmo que este futuro se resuma a minutos. Ainda que seja breve, quero que você me leve, me eleve, me enleve. Por mais que seja estranho, quero fazer o mesmo por você e não quero compreender os motivos, apenas aceitá-los como um presente dado sem motivo algum, retribuir com o melhor de mim e sonhar com um lugar só nosso, onde te encontro, permaneces, permaneço e selamos nosso acordo com um beijo.
p.s: nossa sociedade será limitada apenas às nossas felizes descobertas
Val
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