Usina de Letras
Usina de Letras
235 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140787)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Ensaios-->Projeto Rio-Mar: A saga do coronel Hiram na Amazônia -- 14/12/2008 - 23:06 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Projeto Rio-Mar: Amaturá - Santo Antonio do Içá

“Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam”. (Henry Ford)

Por Hiram Reis e Silva (*) – Santo Antonio do Içá (11/Dez/2008)

- Largada para Santo Antonio do Içá

Acordei às 4h30min e depois me dirigi ao posto da Polícia Militar para confirmar o apoio agendado para as 5h30min. Acordei o plantonista, confirmei o horário e me dirigi para a praça central. Aguardei o frei capuchinho durante 30 minutos na praça para a entrevista que ele disse que me concederia; como não apareceu, fui ajudar os parceiros a carregar os caiaques. Partimos às 6h15min de 9 de dezembro; o dia estava magnífico, os golfinhos nos saudaram logo de manhã cedo com suas evoluções dolentes.

- Trajeto

Depois de remar por uma hora e um quarto, paramos para o descanso numa praia onde comemos um pedaço de pão e bebemos bastante líquido. O dia continuava agradável e, na segunda parada, na altura de Várzea Grande, observamos vários botos pescando. A orientação, apesar dos problemas com o GPS, continuava fácil e conseguíamos identificar no terreno as comunidades e acidentes sem qualquer dificuldade.

- Santo Antonio do Içá

Na chegada a Santo Antonio, por volta do meio-dia, mais botos em sua operação de pesca; ninguém sabe como, a Fabíola conseguiu virar o caiaque. Graças à experiência do professor Romeu, o fato foi contornado sem maiores problemas. O porto velho estava lotado e desembarcamos, com alguma dificuldade, no flutuante para embarcações maiores, escalando os pneus que servem de amortecedores para o casco dos navios. Novamente, utilizei o 190 em busca de apoio e apareceu o Policial Jeniel, que nos levou até a casa do vice-prefeito, já que o prefeito estava viajando. O vice não se encontrava, e sua esposa orientou o Jeniel a respeito de nossa hospedagem. Fomos até o Hotel Rio Solimões, próximo ao porto, e confirmamos nossas reservas. No porto, o Jeniel montou uma rápida operação de maneira que pudéssemos manobrar os caiaques para uma área segura e os descarregássemos; em seguida, deixou-nos no hotel junto com a bagagem.

Uma cidade grande para o contexto amazônico, com um traçado moderno e bastante organizada, construída a 70 m acima do nível do mar, a 888 km em linha reta de Manaus e 1199 km via fluvial.

- Rádio Felicidade

O Romeu marcou uma entrevista, às 7h30min de 10 de dezembro, na rádio Felicidade com o professor Sebastião Batalha. A Fabíola não quis participar. O professor nos deixou bastante à vontade e apresentamos o projeto e seus objetivos. Retornamos ao Hotel, que ficava a uns dez minutos da rádio e, antes de chegarmos a ele, fomos interpelados, na rua, pelo secretário da saúde do município, irmão do prefeito, que nos hipotecou apoio em viatura e alimentação.

- Turismo com o amigo Jorge

Pouco depois, estávamos com o amigo Jorge, funcionário da prefeitura, fazendo um tour pela cidade. Conhecemos a comunidade indígena do Lago Grande e o maravilhoso lago que lhe empresta o nome. A comunidade possui uma estrada asfaltada, pela gestão do prefeito Antunes, até as suas proximidades e, em reconhecimento, observamos uma bandeira do PT, partido do prefeito, tremulando no centro da aldeia. Conhecemos um balneário de águas cristalinas, em que os populares preparavam um tambaqui assado, e o aeroporto local que aguarda liberação da Infraero para funcionar.

- Apoio incondicional

Fomos deixados no hotel para nos refrescarmos e logo após nos dirigimos ao restaurante indicado pelo amigo Cristóvão, que lá nos esperava com alguns elementos ligados à saúde nas comunidades indígenas. Conhecemos a enfermeira Cristiane, uma paulista entusiasmada com os desafios que a comunidade de Betânia lhe propicia. Cristóvão autorizou que acompanhássemos o deslocamento da equipe de saúde pelo rio Içá, atendendo a um desejo nosso. Conversamos demoradamente com a Cristiane e marcamos a saída para as dez horas no dia seguinte. Só faltava resolver o problema da Internet, enviar as fotos tiradas até agora e escrever os artigos atrasados. O secretário escalou seu assessor - o Jaran - para que isso fosse resolvido. Jaran nos deixou as chaves de seu gabinete e nos lançamos sofregamente a escrever o diário de bordo e encaminhar arquivos de imagem e áudio. Só interrompemos para o jantar, lá pelas 19h30min, só parando à 1h da madrugada. Neste intervalo, ficamos escrevendo e conversando com a Cristiane, que também colocava sua correspondência em dia.

- Rio Içá

O Içá, como tantos outros afluentes do Amazonas (Jutaí, Juruá, Japurá, Purús ...), pode ser descrito pelas palavras incomparáveis do imortal Euclides da Cunha na obra póstuma ‘À Margem da História’ (lançada um mês após a morte do escritor):

“A inconstância tumultuária do rio retrata-se ademais nas suas curvas infindáveis, desesperadoramente enleadas, recordando o roteiro indeciso de um caminhante perdido, a esmar horizontes, volvendo-se a todos os rumos ou arrojando-se à ventura em repentinos atalhos ... Vai, noutros pontos, em ‘furos’ inopinados, afluir nos seus grandes afluentes, tornando-se ilogicamente tributário dos próprios tributários; sempre desordenado, e revolto, e vacilante, destruindo e construindo, reconstruindo e devastando, apagando numa hora o que erigiu em decênios - com a ânsia, com a tortura, com o exaspero de monstruoso artista incontentável a retocar, a refazer e a recomeçar perpetuamente um quadro indefinido ...

O Içá era tudo isso que esperávamos encontrar!


(*) Coronel de Engenharia; professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB); presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Rua Dona Eugênia, 1227
Petrópolis - Porto Alegre - RS
90630 150
Telefone:- (51) 3331 6265

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br/
E-mail: hiramrs@terra.com.br

***

Projeto Rio-Mar: S. Antonio do Içá - Tonantins

“Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam”. (Henry Ford)

Por Hiram Reis e Silva (*) - Tonantins (13/Dez/2008)

- Primeira Baixa

Na noite de 11 para 12 de dezembro, levando em conta os pressupostos de segurança e saúde, chegamos à conclusão, de comum acordo, que a Fabíola não estava em condições de acompanhar a equipe, com o quê ela iniciou o retorno ao Sul.

- Largada para Tonantins (12 dez 2008)

Não contamos com o apoio de viatura para carregar o material do Hotel até os caiaques e isso acarretou um atraso de uma hora no horário previsto para a partida. Calibrei novamente o GPS, com a expectativa de corrigir as incorreções verificadas nos percursos anteriores. Às 07 horas iniciei as remadas com um ritmo bastante lento, para que o Romeu se adaptasse novamente ao fato de remar um caiaque duplo sozinho.

- Primeira Parada

Depois de uns dez minutos já havíamos chegado a um cadenciado ritmo de 12 km/h. Apareceram, então, dois botos cor-de-rosa que nos acompanharam a uns 50 metros de distancia durante 30 minutos. A primeira parada, a uns 16 km de distância do porto, foi na extremidade sul da ilha do Pupona. As extensas praias de areias brancas abrigavam um considerável rebanho bovino, e aqui e ali se avistavam pés de feijão e de melancia, certamente remanescentes de plantações das várzeas dos períodos da vazante do rio. O GPS estava funcionando corretamente e me desloquei até o ponto assinalado para conferir sua exatidão. Fiquei satisfeito com o resultado e calibrei novamente o equipamento. A possibilidade de poder contar com o GPS em trechos mais complexos me deixou mais tranqüilo em relação às navegações futuras.

- Segunda Parada

Acompanhamos por um bom período um rebocador que, rio abaixo, empurrava uma balsa carregada de seixos rolados, mantendo um ritmo forte, até que resolvemos parar novamente no extremo norte da ilha Pupona. Ficamos observando pescadores que recolhiam o espinhel em sua montaria, resignados com o insucesso de seu labor.

- Avistando Tonantins

Depois de uma acentuada curva à esquerda, na altura da Ilha do Macuco, avistamos Tonantins a uns 8 km de distância. A correnteza forte facilitou bastante a navegação e aportamos no flutuante da prefeitura às 11h 45min.

- Contatos em Tonantins

O Romeu permaneceu com as embarcações e eu parti em busca do irmão do prefeito eleito de Tonantins, Sr Álvaro da Silva Cabral. O Cabral, como é conhecido, nos foi indicado pelo seu irmão, quando eu o conheci no Quartel General da Polícia Militar, em Manaus, no gabinete do Coronel Rômulo, Comandante do Policiamento do Interior. Na oportunidade, o futuro prefeito nos hipotecou total apoio em alimentação e pousada na sua cidade.

- Os amigos da Polícia Militar (PM)

Subimos as escadarias do porto e, como não avistasse nenhum telefone público para recorrer ao 190 (Polícia Militar), recorri a um moto-táxi e me desloquei para a casa do Sr Álvaro Cabral que, na oportunidade, não se encontrava em casa. Deixamos um recado informando de nossa chegada e nos dirigimos para o Hotel Garcia, de propriedade dele. Entregamos, na portaria, o bilhete para o prefeito e solicitamos que fosse feito contato com a PM. O cabo Libório nos atendeu cortesmente e destacou o Cabo Arcanjo e dois auxiliares para nos apoiar.

Deixamos os caiaques sob a guarda do Sr. Rodrigues no Flutuante da Prefeitura e carregamos nossos pertences, auxiliados pelos policiais militares, para a viatura policial que estacionara junto à escadaria, nos dirigindo então ao Hotel Garcia.

- Bar e Restaurante Dona Ray

Ocupamos o apartamento número 2 e os policiais nos levaram até o Restaurante da Ray, nos apresentando aos seus proprietários. A Senhora Raimunda, seu esposo Raimundo e sua adorável filha Patrícia foram extremamente amáveis conosco. Fizemos nossas refeições diárias no restaurante, sempre à base de Tambaqui frito.

- Associação dos Pescadores

O Romeu fizera, à tarde, um contato com o pastor Haroldo Fernandes de Lima e marcou uma entrevista para as dez horas do dia seguinte. Mais tarde, fizemos contato com o pastor e este nos contou sua história de vida, sua participação na criação da Associação dos Pescadores e a fundação da rádio FM Vila Nova. Ele nos agendou uma entrevista com o presidente da Associação, o senhor José Fernando de Oliveira, que nos mostrou suas realizações e projetos futuros.

- Padre Elias Augusto José

À noite tivemos o privilégio de conhecer o padre Elias, que agendou uma entrevista para as 08 horas de 13 de dezembro, a qual será colocada em http://diarioriomar.blogspot.com. Como havíamos solicitado, o padre discorreu sobre sua origem. Como fiel representante da ‘raça mestiça’, traz nas veias o sangue matizado pelas cores das diversas bandeiras consolidadas, hoje, nas cores verde e amarela. O padre discorreu com incrível lucidez sobre a história dos missionários católicos na região, sobre as necessidades da população e as atividades políticas na sua área.

- Senhor Francisco Alberto do Nascimento

Após a entrevista com o padre Elias, ele recomendou que conhecêssemos o avô de sua secretária. Ela nos conduziu até a casa do Sr Francisco. Personalidade das mais antigas de Tonantins, foi soldado da borracha e nos concedeu uma entrevista apaixonante contando sua história. O Sr Francisco nos presenteou com o livro de seu filho Alberto Francisco Nascimento – “Tonantins: sua história e sua gente”.


- Pastor Haroldo Fernandes de Lima

Às dez horas, fomos entrevistados na rádio Vila Nova pelo pastor Haroldo. Ambos nos emocionamos. O pastor é um homem dinâmico e empreendedor. Prometemos manter contato e reportar nossas impressões tão logo cheguemos à Porto Alegre.

- Sr Álvaro da Silva Cabral

Após uma série de desencontros, tivemos oportunidade de conhecer nosso mecenas, o Sr Cabral, no Bar e Restaurante Dona Ray. Conversamos sobre diversos temas e descobri que o Cabral era um irmão de armas, tendo servido em diversas unidades militares da região amazônica. Ratificou o apoio hipotecado pelo seu irmão e nos desejou sucesso na empreitada.

- Professor Cristovão Lopes Ramos

O diretor da Escola Estadual Irmã Terezinha, professor Cristovão, gentilmente, permitiu que utilizássemos suas instalações para escrever o presente artigo.

- Conclusão

Mais uma vez se torna patente a alma generosa e acolhedora do povo desta terra, cujo carinho, certamente iremos guardar eternamente em nossas lembranças.

(*) Coronel de Engenharia; professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB); presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Rua Dona Eugênia, 1227
Petrópolis - Porto Alegre - RS
90630 150
Telefone:- (51) 3331 6265

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br/
E-mail: hiramrs@terra.com.br


Acompanhe o dia-a-dia do projeto em http://www.cmpa.tche.br/ e o Diário de Bordo com fotos e entrevistas em http://diarioriomar.blogspot.com/


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui