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cronicas-->Que Deus ilumine o pão que o diabo amassou -- 22/09/2002 - 11:55 (Wilson Gordon Parker) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Que Deus ilumine o pão que o diabo amassou

Não consigo esquecer a planilha da Confederação Nacional das Padarias, que serviu de prova "irrefutável" para demonstrar que o pão francês precisa ser aumentado em 66 %.

Um reajuste que nos lembra os tempos de inflação.

Os fabricantes de pão alegam que o preço do trigo aumenta todo dia, porque o dolar não pára de subir. Por causa disto, muita gente descobre que não produzimos trigo suficiente para o pão nosso de cada dia.

No entanto, todo ano, o brasileiro que come o pãozinho feito com farinha de trigo, assiste os telejornais noticiarem com grande pompa, que vamos ter a maior safra de grãos de todo o planeta. Sempre a mesma patriotada em ritmo de marchinha cívica.

Produzimos muita soja., mas plantamos pouco trigo.

Vocês conhecem a história do carvão siderúrgico?

Temos condição de extrair todo o carvão que necessitamos para abastecer o mercado interno, principalmente com as minas e jazidas que temos no sul do país. Mas não o fazemos, simplesmente porque temos um acórdo com os USA, que nos obriga a comprar grandes quantidades do carvão produzido nas minas do "Tio Sam".

E o nosso carvão é melhor que o americano.

Lembrando disto, é mais do que provável que somos obrigados a comprar o excedente do trigo americano e argentino.

Voltando ao nosso pãozinho, os padeiros resolveram encomendar planilhas que pudessem demonstrar, de maneira "insofismável e honesta", porque o brasileiro terá que pagar pelo pão que não comeu.

A lógica do negócio é a seguinte: os padeiros pretendem produzir o pão, mas como são obrigados a participar do racionamento de energia, eles deixam de produzi-lo.

Sendo assim, não o vendem.

Os consumidores pretendem comprar os pãezinhos, mas não o fazem porque não o encontram..

Desta forma, como um queria vender e o outro queria comprar, nada mais "correto" que fazer uma planilha onde a padaria receba pelo pão que não produziu, e o brasileiro pague pelo pão que não comprou, e nem comeu.

As distribuidoras de energia irão aumentar as suas tarifas, tendo como como base este pensamento filosófico das padarias.

Eles querem vender, mas não o fazem, porque o povo vai fazer uma economia de 20 %.

Assim sendo, nada mais "justo" que o consumidor pague pela energia que não usou, mas que iria usar, se estivesse sobrando.

Como o que vale é a intenção, os empresários precisam ser ressarcidos do prejuizo de não terem vendido.

Seguindo este raciocínio, toda empresa que se sentir afetada pelo racionamento de energia, poderá reinvidicar uma indenização do governo, que por sua vez fará com o que o consumidor pague o que seria devido, caso tivesse existido.

A mídia está fazendo o maior estardalhaço sobre um propalado "tudo pela pátria" que tomou conta do povo. Estão cantando em prosa e verso a solidariedade dos brasileiros para com o governo.

Eles sabem que não é nada disso.

O pessoal faz economia porque não quer ficar no escuro, pois o governo irá aproveitar qualquer chance para tirar a pouca luz que restou para o povo.

Pensando bem, o brasileiro chegou num ponto, em que o ideal seria que uma escuridão total tomasse conta deste país, não nos permitindo enxergar nada além de um palmo do nosso nariz. O fedor seria insurpotável, mas não podemos abdicar de todos os nossos sentidos. É provável que nos falte ar.

A televisão faz uma campanha intensa, onde aparecem os exemplos mais tocantes e ufanistas, de como se fazer economia de luz na pátria amada. Tudo isto, para que a situação energética não fique totalmente fora de controle, e o governo não seja obrigdo a fazer os apagões, que serão um desastre para as televisões, e seus anunciantes. Aliás, uma tragédia para todos.

Segundo a mídia, o povo "inteiro" sentiu a ncessidade de economizar energia, e todos o estão fazendo mais à base da intuição do que orientados por alguma destas famosas cartilhas que sempre aparecem nestas épocas.

O que eu gostaria de saber é como vai funcionar o sistema de corte de energia. Será que vai ter gente batante para cortar a luz do consumidor, e, principalmente, qual será o tempo verdadeiro que as concessionárias levarão para religar a luz?

Estamos sem luz, e comendo o pão que o diabo amassou.

Meus amigos, eu já não aguento mais. Acho que vou passar a escrever somente sobre paixão e amor, virtual ou real, tanto faz.

Se ainda me restar alguma sensibilidade no coração.
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