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cronicas-->O desavir dos desavergonhados -- 22/09/2002 - 11:59 (Wilson Gordon Parker) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O desavir dos desavergonhados

Depois de assistir o encontro dos acusados no arrombamento do painel eletrónico do Senado, fiquei pensando como o ser humano pode prestar-se a um papel tão triste, medíocre e ridículo.

ACM e Arruda ficaram pelados diante da opinião pública, mostrando o que existe de pior no mundo político: a falta de caráter e vergonha na cara!

Péssimos artistas, em nenhum momento conseguiram passar qualquer sensação de inocência, pois esta é uma história em que somente existem culpados.

Regina Borges, ACM e Arruda fizeram uma conspiração do silêncio durante muito tempo, que começou a se romper quando pudemos ouvir as basófias contadas pelo rei da Bahia, numa conversa com tres procuradores da República, que foi gravada por um deles, na qual o ACM dizia saber quem votou contra a cassação do Luis Estevão.

A bem da verdade, o líder das oposições no Senado Federal, José Eduardo Dutra [PT], já sabia disso há muito tempo, pois na véspera da sessão que cassou o então senador Luis Estevão, o Arruda havia lhe dito que tinha como saber o voto de todo mundo.

Estranhamente, o senador petista não denunciou tal fato, por achar que não deveria revelar uma conversa particular. Para completar, disse que grande parte dos senadores sabiam que o painel poderia ser violado. Ou seja, todos!

Regina Borges, que alguns querem trasnformar em heroína e santa, uma Joana D´Arc às avessas, apenas abriu o bico, e rompeu o pacto do silêncio feito com os seus asseclas, porque um funcionário do seu departamento confessou tudo. Depois da acareação, a arrombadora declarou estar com a consciência tranquila, o dever cumprido, e que agora já poderá dormir sem tomar lexotan. Tão mal caráter como os seus comparsas senadores, deveria ser demitida do serviço público.

O relator do processo no Conselho de Ética no Senado, Saturnino Braga, já deu o primeiro passo para transformar todo este descarado arrombamento do painel numa grande pizza.

Alegando um estado de "caça às bruxas", uma pressão muito grande da imprensa e da sociedade, para que seja cassado o mandato dos arrombadores, o senador Roberto Saturnino Braga declarou que precisaria se recolher para um lugar tranquilo, onde iria meditar, para saber se a abertura do processo para a cassação de mandato seria a melhor atitude a ser tomada.

Com esta atitude, o processo só estará no plenário para votação lá pelo mês de agósto, quando a opinião pública já deve ter amainado a sua ira, e com a atenção voltada para outras roubalheiras.

Não é a primeira vez na história da vida pública do senador Saturnino Braga, que ele vem com essa conversa de pressão sobre a sua pessoa, pois quando foi prefeito do Rio de Janeiro, tinha os mesmos ataques depressivos, e se refugiava em locais calmos e isolados, para poder meditar sobre as coisas podres que aconteciam ao seu redor. Quando largou a prefeitura do Rio de Janeiro, em 1988, ele declarou que a cidade estava falida.

Saturnino Braga é um homem fraco, e emocionalmente despreparado para dar qualquer tipo de parecer que envolva marginais da pesada, como os indiciados no arrombamento do painel do Senado Federal.

Enquanto isso, ACM recebe o apoio de baianos famosos, e o Arruda diz que cassação de mandato é igual a pena de morte.

Num país onde a impunidade faz parte do cotidiano, a falta de vergonha torna-se algo normal. Uma grande parcela do povo não sente mais indignação com os semvergonhas. Roubalheiras e atos ilícitos acontecem à céu aberto, e os governantes ainda acham que as investigações irão levar o país a ingovernabilidade.

O Presidente da república diz que não aceita uma CPI para apurar a corrupção no governo, porque não existe um fato determinado.

Realmente, não existe um fato determinado, mas sim, vários fatos determinados. Todos nós gostaríamos de saber qual a grande diferença entre uma coisa e outra.

Só mesmo num país onde o absurdo é uma rotina, é que podemos ouvir, placidamente, uma autoridade falar tamanho descaramento.

Para que nada nos deixe cair em tentação, devemos sempre nos lembrar da frase de Rui Barbosa:

"A pior das democracias ainda é preferivel à melhor das ditaduras!"


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