Esgoto a céu aberto no Senado Federal
A diretora do Serviço de Processamento de Dados do Senado, o já badalado e famoso Prodasen, depois de passar meses negando, de pé junto, que o tal painel eletrónico não havia sido violado, resolveu dar uma reviravolta nas suas idéias, e confessar que ela realmente comandou a quadrilha que copiou os dados referentes a votação secreta da cassação do mandato do fantástico empresário Luis Estevão.
Será que ela fez isto porque se arrependeu ?
Ela deve ter assim decidido, porque o laudo pericial realizado pelos técnicos da Unicamp, no programa que controla o painel de votação no Senado Federal, detalha toda a fraude, e constata que o mesmo foi violado pelo usuário que usava a senha de Heitor Ledur, técnico do Prodasen.
Continuar com a negativa seria pura imbecilidade. Ela também sabia que, mais cedo ou mais tarde, bateriam na sua porta, pois os seus "meninos" iriam, fatalmente, abrir o bico.
Quando soube do depoimento do seu "menino" Heitor Ledur, no qual ele confessou ter participado da trama, ela percebeu que a farsa tinha chegado ao fim.
Logo depois, ela prestaria o tal "emocionante" depoimento.
O senador Eduardo Suplicy comparou a violadora ao líder tibetano Dalai Lama, comparação esta que só pode ter acontecido por causa da "lama" do nome do líder religioso.
Acho que devido aos problemas particulares que enfrenta, o referido senador não está muito bom da cabeça, pois já está levantando, também, a hipótese de fazer com que a penalidade imposta aos senadores envolvidos na podridão dos acontecimentos, seja mais branda, sem cassação, caso falem tudo o que sabem.
Falar o que mais? De mais grave mesmo, só se disserem que tudo foi feito por determinação do presidente da República.
Os dois senadores envolvidos, ACM e Arruda, negam toda a história. A Regina Célia diz que recebeu ordem do Arruda, que dizia falar em nome do grande cacique ACM.
Este, por seu turno, diz que nunca deu recadinho para ninguém dar ordem nenhuma para funcionário seu.
O interessante nesta história toda, é que os dois envolvidos, Arruda e ACM, já vem alardeando a fraude, para os outros senadores, há muito tempo.
O Senador José Eduardo Dutra, do PT, somente agora revelou o que o ACM havia lhe dito, de que a senadora petista Heloisa Helena, não havia seguido a diretriz do partido.
E porque o mesmo não botou a boca no trombone ?
Segundo dizem, na lista de votação, a senadora realmente votou contra a cassação do senador Luis Estevão. E os técnicos da Unicamp constataram que não houve mudança de votos.
Que estranhos e fortes motivos levaram a Heloisa Helena a proceder desta forma ?
Neste ponto, lembro do depoimento da Regina Célia, quando ela diz que um dos motivos que a fez levar avante a fraude no painel de votação do senado, foi a sua convicção de que não deveria haver votação secreta dentro do parlamento.
Eu também sou contra essa votação secreta.
Entretanto, isto não me dá o direito de sair por aí bisbilhotando tudo o que for chamado de secreto. Todos sabemos que, na sua origem, esse tipo de votação é feito exatamente para acobertar os falsos, os fracos, os medrosos e sem caráter, enfim, no parlamento isto foi instituído unicamente para enganar o povo e salvaguardar os interesses dos políticos.
Se não fosse a gravação da conversa entre os procuradores e o ACM, na qual o cacique baiano fala que tem a lista dos nomes que votaram no painel eletrónico, esta fraude nunca seria descoberta, pois dentro do senado vigora a lei do silêncio e do medo.
Ineficientes, corruptos e medrosos.
Muitos estarão perguntando, como pode um malandro como o ACM, cometer a besteira de falar em público coisas que deveriam ser segredo total ?
Simplesmente, o velho coronel se superestimou.
Tal qual Calígula, há muito tempo ACM já havia perdido a noção dos limites do seu poder. Começou a ignorar os pequenos detalhes. A língua passou a ficar maior que o cérebro. Se impunha pela arrogància e pela fanfarronice. Passou a ser o temido bazofiador da República. O imperador do Brasil. No fundo mesmo, ACM é o maior blefe da história política brasileira.
A Diretora do Prodasen, Regina Celia, foi guindada ao cargo por ele, pois a referida dama é ligada por laços de família à política baiana.
Segundo ela, ninguém colocou a faca no seu pescoço para que fizesse tal coisa. Não foi coagida fisicamente. Fez porque o grande chefe mandou. Toda esta "fidelidade" é muito estranha. Medo de perder o emprego ? Poderia somente perder o cargo.
O correto mesmo seria ela ter denunciado a trama toda.
Diante de todos estes absurdos, uma pergunta não pára de latejar dentro de mim:
- Quantas vezes esta quadrilha da Regina Célia e seus meninos, bisbilhotou ou adulterou dados no Senado Federal ?
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