De 1992 até 1998, o juiz Micolau dos Santos Neto roubou R$170 milhões dos cofres públicos. O mais interessante, para não dizer outra coisa, é que ninguém no Brasil se deu conta disto durante seis longos anos.
Nicolau é um antêntico filhote da ditadura, tendo feito o seu doutorado de ladrão nos governos dos generais-ditadores que tomaram de assalto o Brasil na quartelada de 1964. Circulava sorridente pelas salas do DOI-CODI, um alcaguete de luxo, servidor fiel dos gorilas fardados, e que acabou sendo uma peça importante no governo atual, forjando sentenças a favor das pessoas que lhe propiciavam a impunidade.
O ladrão comprou mansões, carros importados a vontade, transformou a vida da família num mar de rosas. Suas filhas passaram a ter vida princesa, numa farra de causar inveja aos outros ladrões que também roubam por aqui.
Lógicamente, muita gente ganhou dinheiro junto com ele.
Foi preciso o genro do ladrão, sabe-se lá porque cargas d água [quem sabe é honesto?], abrir o bico, para que o pessoal encarregado de tomar conta do dinheiro que colocamos no caixa do govêrno, fruto do nosso suór e trabalho, "descobrisse" que tinha um juiz roubando R$170 milhões há exatamente seis anos.
Donde se deduz que isto aqui é uma casa da mãe Joana !
As obras do conjunto arquitetónico chamado Fórum Trabalhista Nicolau dos Santos Neto, em homenagem ao notável ladrão que comandava a execução do grandioso conjunto de duas torrres, foram paralizadas, porque o govêrno e demais autoridades, sentiram que as denúncias estavam começando a ganhar um volume além do normal.
Assim sendo, resolveram não dar mais dinheiro para o juiz Nicolau, e ele ficou impossibilitado de abastecer a sua conta bancária no exterior. Por outro lado, o magistrado parou de molhar a mão de alguns homens iguais a ele, que também estão "acima qualquer suspeita"aqui no Brasil
Por ter sido afastado do cargo, também não poderia mais prestar favores ao govêrno, legislando a favor do interesse das autoridades governamentais, em questões consideradas pelas mesmas como assuntos de relevància nacional.
Em abril deste ano, o ministério público resolveu pedir a prisão preventiva do ladrão, e a justiça acatou o pedido. Ele, que de bobo não tem nada, se mandou. As filhas ficaram.
Dziem que todo mundo procurava o juiz, inclusive a Polícia Federal, que gastou cerca de R$1 milhão com despesas de passagens, hoteis etc. Diz a lenda que nunca localizaram o "meretríssimo".
Mas eis que um belo dia, o magistrado vendo as pobrezinhas das suas filhas serem importunadas pela Polícia Federal, constantemente seguidas, e reclamando muito por não poderem gastar democraticamente o dinheiro que o papai roubou da gente, o ladrão resolveu se entregar. Mas, logicamente, uma personalidade como ele, teria que faze-lo de forma a preservar a sua imagem de magistrado, pai de família, pois é público e notório que ele não é um ladrão comum, desses mal nascidos que roubam para matar a fome. Assim sendo, ele precisava de garantias.
O nosso glorioso Ministro da Justiça foi o homem escolhido pelo Nicolau para fechar o acórdo. O policial que iria busca-lo em qualquer parte do país, teria que ser um amigo do advogado do ladrão. Mas onde estava o larápio ? Por medida de segurança, ninguém sabia. Havia sido montada uma grande rede para proteger a figura do magistrado.
As exigências do marginal de colarinho branco foram todas aceitas. Ele não queria ser algemado, nem chegar de camburão, nem ser visto pelo povo e pela imprensa.
Segundo está parecendo, a Rede Globo conseguiu um contrato de exclusividade com o malandro. Parece que tudo está armado para que, em menos de noventa dias, o ladrão esteja em casa, cumprindo uma gostosa prisão familiar.
Deverá voltar a receber R$20 mil de pensão. Poderá movimentar livremente as suas contas bancáriass no exterior, lógicamente negociando com o govêrno, a devolução de uns trinta por cento do total do roubo, coisa que será fartamente divulgada pela mídia em geral, e pelo Jornal Nacional em particular, que também deverá mostrar o sofrimento das pobres herdeiras do juiz, obrigadas a gastar tanto dinheiro roubado à s escondidas. Transformadas em vítimas inocentes, estará aberto o caminho para que as filhas do ladrão se candidatem à algum cargo eletivo, que poderá seer uma vereança bem safada.
Para encerrar com chave de ouro esta história de corrupção, deverá surgir um novo "escrotório" de consultoria de projetos, associando o Nicolau dos Santos Neto com a Jorgina de Freitas, a porta bandeira da escola de samba "Ladrões da Previdência", e o Eduardo Jorge, aquele pórra louca tambem filhote da ditadura, que foi auxiliar do presidente da República, e de quem ninguém fala mais nada.
Deverá surgir em pouco tempo, uma campanha nacional para preservar a imagem dos nossos ladrões que estão acima de qualquer suspeita.
