Sei que és matreiro
Caçador do cerrado central
Ribeirinho maneiro
Gingado de pescador
Como perdigueiro
Espreita-me
Como gazela arredia
fujo
Mesmo querendo
Corro prados verdes do medo
Com esse jeito
paciente
arteiro,
matreiro,
temo
que me peque de jeito
Percebo a busca de teu olhar,
a distância,
não consegue aplacar
o fogo que arde e reflete
na retina do teu olhar
Esperando a hora certa...
sem coragem...
vai embora...
No silêncio,
também espreito-te
fagueira,
faceira,
e levo-te comigo
no coração
Um pouco
na contramão
Remando
contra a correnteza
Fugindo
de seu olhar perdigueiro
Barra do garças/MT 30/01/03 |