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Ensaios-->O Conceito Zero: A.J. Barros é o Dan Brown brasileiro -- 14/05/2009 - 16:00 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Autor de “O Conceito Zero” é desconhecido, mas pode vir a ser nada menos que o Dan Brown brasileiro

Romance de A. J. Barros trata de uma conspiração internacional para invadir a Amazônia, numa trama que envolve o Exército brasileiro, a Abin, o FBI e a CIA. Confiando no sucesso, será lançado com campanha publicitária em jornais, revistas, ônibus, metrô e Internet

Um livro de suspense, mistério e ação, que narra no melhor estilo dos best sellers uma intriga internacional para proclamar a independência da Amazônia. Um assunto polêmico, com interesse mundial. Uma história de intriga com espaço até para monges templários. Uma pesquisa minuciosa que revela fatos desconhecidos para os próprios brasileiros – como a existência de uma estranha fortaleza de pedra construída há quatro séculos em plena selva, com dificuldades semelhantes às das pirâmides do Egito.

Assim é O Conceito Zero, o inusitado romance do até agora desconhecido escritor paulista A.J. Barros, que faz sua estréia na literatura com um livro destinado ao mercado de entretenimento. Publicado pela Geração Editorial e com distribuição pela Ediouro, o romance tem enredo cativante: fatos históricos misturados numa trama de ficção que pretende pegar o leitor e prendê-lo até a última página, com o surpreendente desfecho.

Trabalho de profissional

A. J. Barros não mediu esforços para escrever com profissionalismo o seu primeiro livro (o segundo já está a caminho). Durante vários anos estudou, fez pesquisas, entrevistou pessoas, participou de conferências sobre o tema e visitou lugares pouco conhecidos e distantes na Amazônia, onde a ação se desenvolve. Ele escreveu uma história rica, cheia de emoção, mas ao mesmo tempo apresentada de maneira simples e didática. Quis revelar um país mergulhado em conflitos internos e externos. Na casa dos 60 anos, o ex-auditor fiscal da Receita Federal faz uma estréia madura, de escritor seguro do ofício.

O leitor vai acompanhar a perseguição que um grupo de conspiradores faz para impedir que o protagonista Maurício, descubra os planos que levariam à proclamação da República da Amazônia. A trama de O Conceito Zero se desenvolve numa seqüência de episódios ora misteriosos, ora violentos, que envolvem as Forças Armadas Brasileiras, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, a CIA, o FBI e levantam suspeitas de que países do Primeiro Mundo estão conspirando para a invasão armada da Amazônia.

O pretexto para essa invasão está no conflito ambiental que se instalou na região nos últimos anos, gerando um crescente descontentamento no meio empresarial que há poucas décadas havia sido convocado pelo governo para investir em projetos de desenvolvimento e ocupação do Norte do País, dando origem a uma população heterogênea e inconformada.

Com habilidade, A. J. Barro faz crescer a tensão e a expectativa no romance à medida que fatos e provas alimentam aquela estranha sensação de veracidade das notícias que saem na imprensa sobre a ocupação da Amazônia por forças estrangeiras.

Uma perseguição constante é movida contra o agente Maurício, que precisa manter-se em permanente vigilância e observação porque não sabe onde estão as armadilhas empregadas pelo grupo de terroristas e assassinos profissionais contratados pelos conspiradores para o eliminarem.

O leitor ficará motivado pelo raciocínio desse agente federal para solucionar enigmas, a astúcia para prever e escapar de perigos e a audácia com que, ao final, enfrenta os inimigos. Um terno romance nasce entre uma capitã do Exército, braço direito do general, e um tenente da PM de Brasília, que acabou se envolvendo na intriga.

História envolvente, O Conceito Zero vai agradar o público em geral, mas pode acabar se tornando leitura indispensável de universitários, políticos, membros do poder público, militares, e por todos os brasileiros preocupados com os destinos do nosso país, porque revela um Brasil frágil, cheio de conflitos, com suas riquezas cobiçadas pelo chamado mundo desenvolvido que precisa das matérias-primas guardadas no solo amazônico.

Revelações sobre fatos esquecidos da nossa história e explicações sobre as lendas mais emblemáticas da região atravessam o romance, assim como aspectos étnicos, religiosos, geográficos, econômicos e territoriais – sempre expostos de maneira agradável, eles valorizam a história.

Adhemar João de Barros nasceu em Bálsamo (SP), em agosto de 1939, e estudou contabilidade e línguas em São José do Rio Preto, onde foi professor de Literatura Portuguesa, de 1961 a 63. Formou-se em Direito e ingressou na Secretaria de Receita Federal, em 1963, como auditor fiscal, vindo a ocupar cargos e funções de relevância. Foi professor de Direito Tributário, Ética e Auditoria na Escola de Administração Fiscal do Ministério da Fazenda e coordenou seminários, simpósios e grupos de estudos sobre matéria fiscal, no âmbito do Ministério da Fazenda.

Ele é um dos poucos tributaristas brasileiros com título de pós-graduação em Política e Administração Tributária, outorgado pela OEA, Intel, FGV e BID. Criou uma metodologia própria de auditoria, denominando-a de Auditoria de Produção, editada pela Editora Íbis (1995) e reeditada pela Lex Editora em 2006. É grande conhecedor da história, da economia e da geografia do Brasil, o que o levou a escrever O Conceito Zero.

Fonte: http://geracaobooks.locaweb.com.br/releases/?id=140


***

Entrevista com A.J. Barros

http://geracaobooks.locaweb.com.br/releases/?entrevista=130

“O Brasil não cultiva sua memória”

Por que você escolheu a Amazônia como tema para o seu primeiro romance, O Conceito Zero?

Sou um apaixonado pela Amazônia. Vivencio a região há muitos anos e ela é ainda um mistério para mim, por isso a escolhi como pano de fundo para essa história de ação e suspense, onde os problemas locais emergem naturalmente no enredo como veículo da ação.

Mas você levantou um grande número de hipóteses e informações que tornam a ficção muito realista e prendem a atenção do leitor até o surpreendente final da história. Você acha que o livro agrada mais pela ação ou pelas informações?

Não há dúvida de que é a ação que prende a atenção do leitor. Mas o livro é rico em informações e conflitos que fazem parte da ação e ajudam a compreendê-la.

O livro tem o mesmo ritmo dos best sellers americanos, em que o personagem principal é um homem de ação e raciocínio rápido que atropela os fatos e é perseguido por eles. O que existe de verdade na história que conta?

Essa foi uma das dificuldades do livro. Julio Verne escreveu dois livros sobre o rio Amazonas sem ter estado lá. O Paraíso Perdido, de Newton, e O Mundo Perdido, de Arthur Conan Doyle, foram escritos a partir de relatos de viajantes sobre o Monte Roraima, mas seus autores nunca estiveram lá. Naquela época isso era possível porque não havia como provar. Hoje, com o googleearth é preciso conferir o local para a veracidade descritiva.

Mas há relatos sobre fatos pouco conhecidos, como a viagem do presidente Theodore Roosevelt pelo interior da Amazônia com o marechal Rondon. Existiu mesmo essa aventura?

Esse é um dos episódios mais intrigantes da história do Brasil. Roosevelt estava patrocinando a ocupação do Acre por um consórcio internacional chamado de Bolivian Syndicate of New York. De repente apareceu no Brasil chefiando uma expedição científica com a intenção de subir o rio Paraguai e chegar ao Acre, mais ou menos repetindo a aventura de Raposo Tavares. O governo brasileiro deve ter suspeitado dessa expedição científica e modificou os planos de Roosevelt, que acabou caindo nessa perigosa aventura.

Existem lugares, como o Real Forte Príncipe da Beira, que é um local desconhecido dos brasileiros, na divisa com a Bolívia, que você descreve como uma obra de arte e dá a entender que a sua construção foi tão ou mais difícil do que as pirâmides do Egito. Esse forte existe mesmo?

Existe e é uma obra-prima. Como as pedras desceram o rio Nilo durante as chuvas para a construção das pirâmides, já está esclarecido pela história. Mas como as pedras de cantaria chegaram à margem do Guaporé ainda é um mistério. O Forte Príncipe da Beira tem uma história muito bonita e chegou a ser abandonado e esquecido. Foi descoberto por casualidade pelo marechal Rondon. Mas a gente fica triste quando vê o abandono dessas construções que são os pilares da nossa história.

Você não teme que a história seja interpretada como uma denúncia contra o ambientalismo na Amazônia?

Sendo uma ficção baseada em fatos reais, obviamente pode despertar polêmica, não apenas sobre o ambientalismo, mas também sobre outros temas que fluem da leitura. Veja, por exemplo, o caso do Hudson Institute, dos Estados Unidos, que em 1967, portanto há apenas algumas décadas, apresentou um plano de um cientista chamado Hermann Khan para a construção de sete lagos no rio Amazonas. Iam destruir o rio Amazonas e grande parte da floresta, com a finalidade de produzir energia para a Europa e Estados Unidos. Não é de estranhar que em tão pouco tempo as teses sobre o uso da Amazônia mudem radicalmente?

E a respeito das imensas riquezas minerais e de matérias-primas que justificariam a cobiça internacional e fundamentam a ação? Existe veracidade nessas informações?

Você está se referindo à avaliação de 10 trilhões de dólares pela Amazônia? Ninguém sabe o quanto vale a Amazônia. Existem estudos de universidades americanas sugerindo que os benefícios criados pela floresta amazônica valem um trilhão de dólares anuais. Se essa avaliação é real, o Brasil deveria receber essa importância anualmente, por manter a floresta intacta como querem. O que sabemos é que a Amazônia é a maior reserva de matérias-primas do mundo, incluindo madeira, minerais e água. Só o rio Amazonas despeja por dia no oceano mais água do que o maior rio da Inglaterra, o Tâmisa, despeja por ano. A Amazônia é ainda o único espaço agriculturável vazio no planeta. Nesse sentido, O Conceito Zero é um alerta, não diria uma denúncia.

Houve algum critério especial para entremear informação e ação?

Houve uma constante preocupação com dois aspectos. Um deles foi não escrever um livro descartável. Entendi que o tempo dispensado na leitura também podia ser aproveitado para o leitor receber informações interessantes sobre uma região ainda desconhecida pelo restante do Brasil. A outra preocupação foi a dosagem dessas informações, para que elas não quebrassem o suspense. Acho que esses dois objetivos foram alcançados.

As interpretações que você faz das lendas e do folclore regional também têm algo novo, como a explicação da lenda da manioca. Você já tinha lido essas interpretações antes?

Não se pode escrever um livro sobre a Amazônia sem mencionar algumas lendas. A Amazônia não é rica apenas em florestas e matérias-primas. A sua história, as suas lendas, o seu folclore, a diversificação humana que hoje a ocupa, enfim a Amazônia é quase um universo autônomo. Mas, volto a dizer, essas lendas e outras informações foram introduzidas no texto como parte da ação e para ajudar a manter o interesse do leitor.

Mas por que você demorou tanto para escrever o livro?

Na verdade, venho escrevendo esse livro há alguns anos. Ocorre que os locais que tinham de ser visitados eram distantes e os meios para chegar até lá são difíceis. As pesquisas históricas tomaram tempo, mesmo porque muitas informações são contraditórias, como no caso do forte São José da Barra, em torno do qual se formou a cidade de Manaus. Procurei a Marinha, o Instituto Geográfico e Histórico, a igreja matriz, o museu de Manaus, setores turísticos, e ninguém sabia onde ele tinha sido construído. Por sorte o Iphan havia contratado alguns arqueólogos que estavam estudando o eventual lugar onde o forte teria sido construído, porque ainda não se tinha certeza, e uma arquiteta desse Instituto me levou até o local. O Brasil é um país que não cultiva a sua memória.


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