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| Poesias-->No fundo do poço -- 27/02/2003 - 14:01 (Marcos Woyames de Albuquerque) |
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No fundo do poço
Mãos abertas,
Espalmadas em direção ao alto,
Qual súplica!
Olhar triste,
Perdidos em direção ao chão,
Total desânimo!
Joelhos dobrados,
Jogados ao solo,
Infernal submissão!
Nada lhe serve.
Nada lhe complementa.
Nada lhe satisfaz.
Nada lhe é suficiente.
Nada é condizente com a sua necessidade.
Não haverá momento de sorte.
Não haverá opção senão a morte.
Não haverá, pois não terá solução.
Não lhe valem as sugestões.
Não lhe adiantam as opiniões.
Não lhe servem as orações.
Não, até que resolva por si próprio.
A solução é só sua.
A decisão é só sua.
É chegada a hora?
A você cabe decidir.
A você cabe reagir.
A você cabe emergir.
Decidir e sair do buraco.
Decidir e lutar.
Decidir e sobreviver.
Decidir e voltar a viver.
De nada adianta ficar entregue.
De nada adianta que a si se renegue.
De nada adianta que se torne rebelde.
De nada valera a submissão.
De nada valerá manter-se em depressão.
De nada valerá esperar compaixão.
Nada terá valor se permanecer entregue.
Aproveite as mãos erguidas e levante-se.
Aproveite os olhos no chão e veja onde irá pisar.
Aproveite os joelhos dobrados e use-os como apoios para se levantar.
Ainda há vida,
Não deixe que se esvaia!
Ainda há esperança,
Não deixe que por terra caia!
Ainda há futuro, olhe adiante!
Ninguém o fará, se você não for o primeiro a acreditar em você mesmo!
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