Deuses do Antigo Egito,
testemunhas oculares de minha desdita
As margens do Rio Nilo
enterrarei meus sonhos de priscas eras
transformados em simples quimeras
Oh! HORUS! Filho de Osíris e Isis,
como tu também fui traída
Tu o fostes por Set,
eu por aquele que entreguei a vida
Osíris deus dos mortos
Por que matastes minha ilusão?!
Cuida então dessa alma que ora morre sem pretensão!
Amon-Ra, deus-sol,
clareai a dor que turva esse coração
Em Seth transformaram-se muitos irmãos
Protegei-me deusa Freya, da injuria e da solidão
Onnofhris, deus que nunca chora,
seca minhas lágrima de dor e tranca meu coração!
Athena, que a desilusão e o desamor
sejam a transformadora da dor em arte
numa ode poética que
metamorfoseie minhas lágrimas
em liras e em versos que se elevem e chegue até o panteão
Oh! Grande deusa Atena, guardiã da justiça
levantai-vos o véu,
descubra seus belos olhos
de cega só tens o nome
Afrodite, Hathor, Isis, Vênus, deusas do amor
esse tão poetizado sentimento só trouxe-me desamor
Cuida dessa vestal desventurada,
do Panteão exilada
Nas margens do fértil Nilo abandonada
que ora vive penando na terra sem conhecer o amor
Tefnut, deus do orvalho
Refrigera essa egípcia renegada e perdida
longe do Nilo, das pirâmides excluída
minh alma vive em catacumbas
embasalmada como fora um dia os grandes Faraós!
Vanderli Medeiros
14/11/02 Brasil
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