As mulheres vêem alcançando espaço em todos os
segmentos da sociedade e disso todos já sabem.
Entraram na vida política; na discussão dos problemas sociais; nas escolas e universidades; nos porões e nas torres; nas urnas e nas reivindicações; pelas portas da frente e dos fundos.
Entraram na história e na memória; nas lutas e nas celas.
Entraram de cabeça corajosamente, pois muitas vezes não foram convidadas.
Entraram nas cozinhas e nas plataformas de petróleo; na vida e nos feitos de muitos homens.
Enfim, entraram neste século dispostas a serem mais respeitadas.
Mas a sociedade de consumo, privilégio de poucos, gira em torno do lucro obtido com a venda de bens e serviços de aplicações financeiras que multiplicam o dinheiro.
Aos olhos da publicidade, o cidadão reduz-se à mero consumidor movido a desejos.
Toda a propaganda transforma-se num jogo de sedução.
Quanto mais emoções e ilusões, menos razões e valores, mais vulneráveis nos tornamos aos apelos consumistas, cuja principal isca é a mulher. Por tudo! Como isso é degradante!!
Coisificada, destituída de mente e espírito, a mulher é reduzida a formas e trejeitos, sem que os movimentos feministas - medíocres, hipócritas- consigam fazer ouvir sua voz de protesto.
Como um ninho de serpentes, moças retorcem-se em
gemidos no prostíbulo televisivo, enquanto no filme e na telenovela o adultério é propagado como direito à liberdade.
Nos programas humorísticos, a mulher é imbecilizada e ridicularizada.
Pior é que nem só os homens fazem da mulher objeto do desejo. Basta uma olhada nas capas das revistas femininas. Mulher se compara à mulher na busca de melhor performance social, sexual e estética.
Se, além da roupa, a moda dita um corpo squálido,
como o de uma africana abatida pela fome, a anorexia impõe-se como salário da vaidade.
A medicina cria um novo ramo para atender ao luxo da ditadura estética, como se o corpo que foge ao modelo impetrante fosse portador de doenças e anomalias.
A coisa anda tão sei lá o quê que ouve-se notícias de mulheres que arrancam costelas para renascer bela no corpo atrofiado.
Essa cultura da glamourização move as lucrativas indústrias de cosméticos, publicações, esportes e academias de ginástica. Sua isca é a mulher reduzida à aparência e destituída de direitos, essência, subjetividade, idéias e valores.
Dócil aos caprichos da publicidade, o corpo vai à leilão na feira de amostras das revistas masculinas.
Enquanto a mulher aceitar esse jogo de marketing, movida pela quimera de ser tão bela quanto a fera, será difícil cegar os olhos do machismo, tanto o masculino, que a submete, quanto o feminino, de quem aceita ser submetida e,
portanto, humilhada. (daí a hipocrisia, a mediocridade, de movimentos feministas)
A exposição erótica da mulher é uma notória humilhação do feminino, pois torna a beleza resultado da soma de atributos físicos exacerbados pela protuberância das formas e os ditames da moda.
O que pode haver de mais fascinante em uma mulher é a coerência de sua história de vida, mas isto não está à venda, é uma conquista.
Portanto, torço para que isso mude - até porque amo as mulheres - pois a mulher não é essa
coisa que tem se tornado. Não generalizo.
A mulher deve continuar a lutar para vencer as batalhas da vida e se redescobrir como uma pessoa especial, pois ela na verdade tem, apesar de ser chamada de sexo frágil, o poder de gerar, dar a luz, cuidar e amar todos os homens existentes neste universo, coisa que nós homens nunca
teremos.
A mulher rege tudo, inclusive a vida do homem, que aliás, só pensa que manda em alguma coisa, mas não manda nada, essa é a verdade.
Preiteio assim, após certa exortação, todas as mulheres e reafirmo que elas são de suma importância para todos os seguimentos da sociedade.
E como diz o Slogan das mulheres sufragistas
- E.U.A. - 1845:
"Homens, os seus direitos e nada mais.
Mulheres , os seus direitos e nada menos."
Vocês companheiras conhecidas e desconhecidas,
amigas, mães, esposas, namoradas, ex-namoradas,
irmãs, filhas e porque não AMADAS E AMANTES,
lindas e maravilhosas, recebam neste dia 08 de
Março o meu carinho, respeito e admiração.
Anderson Oliveira de Paula
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