Vícios
(Lhenrique Mignone)
Tal como o cigarro, este vício maldito que não largo,
Que me asfixia, sufoca e me corrói o peito lentamente,
E se esvai em espirais aneladas deixando o gosto amargo
Em minha boca, assim és tu, sempre em minha mente.
És como o álcool que me embriaga, que me entorpece,
que me avilta, denigre, confunde os pensamentos,
quando me alivio neste gole que pela garganta desce,
copo vazio como teu amor , por um único momento.
A cada manhã, juro que já foi dada a última tragada,
E que de ti já sorvi o último gole amargo e, no entanto,
Corro e me perco em teus braços, à primeira chamada.
Não tem mais jeito, reconheço, em ti sou um viciado,
De cada um de teus detalhes, lindos, perfeitos e são tantos
Prefiro assim morrer, dependente, do que nunca ter-te amado.
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