Finjo sentir o que, em mim, não sinto.
Vou ao mesmo tempo em que me volto
E o que sinto, também finjo, e minto.
Pois sei qu’eu existir em mim é algo fortuito.
Mesmo que o inexplicável seja articulado,
E o inefável, em poucas palavras, descrito,
Explicar o que é sentir o indesejável,
Por ser sentimento não compreendido,
Não poderia ser, infelizmente, possível.
|