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Infanto_Juvenil-->A Aventura dos Sonhos -- 07/09/2002 - 00:42 (Gustavo Aragão Cardoso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Perfis
“Sou o Leonardo, mas meus familiares me chamam carinhosamente de Léu. Sou o primogênito entre três irmãos. Tenho catorze anos, gosto muito de ler e de pesquisar sobre diversos assuntos que acho interessantes. Sou magro, meus olhos são castanhos, meu cabelo um pouco ondulado de cor castanho-escuro.Acho-me simpático, muito tímido, sou um adolescente decidido e perseverante, luto sempre pelos meus objetivos.”

-O meu nome é Lucas, tenho treze anos, gosto mesmo é de brincar e de fazer da minha vida uma grande aventura. Acho que as pessoas que não vivem a vida como se vivessem uma grande aventura, são pessoas que têm, um certo medo de enfrentar as dificuldades da vida. Sou um pouco bagunceiro, tenho cabelos castanhos claros, lisos, meus olhos são verdes, parecidos aos do meu avô e não sou nada tímido. Podem ter certeza.


-Na minha família todos me chamam de Biba, mas o meu nome mesmo é Bianca. Gosto muito do meu apelido, pois quem me colocou foi o meu avô, antes de ir dormir lá no céu - falou a minha irmãzinha derramando algumas lágrimas, lagrimas estas de muita saudade, do nosso querido vovô Chico - Tenho doze anos, gosto muito de saber de tudo que está em minha volta, me considero uma menina curiosa, ainda brinco com as minhas bonecas e com todos os meus brinquedos. Uma das minhas melhores amigas é a minha prima, a Raquelzinha. Sempre estamos juntas. Estudamos na mesma escola, na mesma série. Gosto muito dela - falou Biba com um sorriso disfarçado nos lábios.


- Ah! Meu nome é Patrick, tenho treze anos também.Sou uma pessoa organizada, mas como todas as crianças acho que uma baguncinha de vez em quando, cai super bem. Gosto muito de brincar. Dou-me muito bem com Lucas, pois somos um pouco parecidos e parceiros em algumas travessuras - falou Patrick sorridente.


-Oi. Meu nome é Raquel, todos me chamam de Raquelzinha, gosto muito deste apelido, pois o acho muito carinhoso, sou a mais nova da nossa turminha, tenho onze anos. Sou magrinha, tenho os olhos azuis, meu cabelo é encaracolado e castanho claro, ele tem algumas mechinhas loiras, naturais. Sou muito medrosa, mas tento resistir a este medo e acabo conseguindo as vezes - falou a menina com sua voz meiga e terna.




-Será um prazer contar agora para vocês, uma coisa que nos aconteceu. Foi muito marcante e gostaríamos de compartilhar um pouco dessa história tão bonita e tão emocionante com todos vocês. É um acontecimento que tem um pouco de magia, diversão e muitas aventuras por nós vividas em mundos belíssimos, intrigantes, com muitos mistérios. Mundos desconhecidos em que nenhum homem de nosso planeta jamais os conheceu. Ao vivermos estas fantásticas aventuras foi como se tivéssemos nascido outra vez.
Foi assim...



A ARRUMAÇÃO

Numa manhã de dezembro, a cinco dias do natal, minha família arrumava as malas para ir passar as férias de final de ano na fazenda de meu avô materno, o vovô Chico, homem de feição rude, pele levemente áspera, nariz um pouco grosseiro, de olhos verde mar, meio barrigudinho e de pouco cabelo, tinha por volta de 65 anos, morava na fazenda há cinqüenta anos e fora para lá ainda jovem com seus pais.
Num determinado momento, enquanto arrumávamos as malas, Biba a minha irmã caçula, perguntou:
-Mamãe, cadê as minhas bonecas? O meu urso Blâft? Os meus pratinhos? Pois, quero levá-los para brincar com a Raquelzinha.
-Estão numa caixa de brinquedos, perto do seu guarda roupas! - respondeu a mãe de imediato.
-Mãe, qual será a hora em que sairemos daqui rumo a fazenda do vovô?- falou Lucas empolgado.
-Logo após que acabarmos de arrumar as coisas e que seu pai chegar do supermercado.
Ao passar por mim, Lucas falou baixinho, que fará dessa viagem uma grande aventura. Mas eu não lhe dei muita atenção e continuei arrumando a minha mala. Dentre as coisas que coloquei dentro dela tinham vários livros de histórias, gibis, uma lupa, um jogo de xadrez entre outras coisas mais.Já na mala de Lucas haviam coisas como baleadeira, uma lanterna, uma bola, uma armadilha para pegar passarinhos entre outras tralhas.
Após alguns instantes já havíamos arrumado quase tudo, só faltavam alguns utensílios e alguns enfeites de natal que o seu Tico, meu pai, ficou de trazer das compras. Passaram-se mais alguns instantes e meu pai chegou, cheio de pacotes e quase não agüentava segurá-los.Então, nos pediu que o ajudasse a pô-los em cima da mesa.
O ajudamos com os pacotes e logo que largamo-nos em cima da mesa, nós dissemos:
-Papai, vamos logo para a fazenda, pois já perdemos muito tempo das nossas preciosas férias.
-Sim, vamos. Agora vou tomar um banho e logo depois viajaremos - disse o papai apressando-se.
-Oba! ! ! – dissemos todos pulando de alegria.
Enquanto isso, minha mãe se preocupava em conferir as arrumações para ver se não havia se esquecido de nada e nós arrumávamos nossas malas no carro. Meu pai já pronto para a viagem nos pede para que fechemos todas as portas da casa e que após fechá-las entremos no carro para que pudéssemos dar início à tão esperada viajem.
-Todos à bordo? Apertem os cintos de segurança que vamos partir! - disse meu pai com tom de brincadeira.
-Espero que não tenhamos esquecido de nada e nem de ninguém. Lucas está aqui, Leo também e minha Bibinha também.- falou minha mãe com ar de precaução e preocupação.
-Amor e o Bob, cadê? - papai perguntou preocupado.
-O Bob?! Foi o primeiro a entrar no carro. Nunca vi, cachorro tem mais mordomias do que muitos de nós seres humanos? - falou D.Vera ironizando.
-Pai, falta muito pra a gente chegar?- perguntei ansioso.
-Mas é claro filho, começamos a viagem a poucos minutos. Temos ainda que percorrer uns cem quilômetros - falou papai com um sorriso nos lábios.
Andamos por mais alguns quilômetros e meu pai, disse:
-Estamos passando neste momento em frente a serra de Itabaiana, linda serra, nela existem muitos tipos de vegetação, tem grutas belíssimas, e também faz parte dela o formoso Poço das Moças. Crianças, agora faltam pouco mais de quinze quilômetros para chegarmos na fazenda do vovô Chico!!!
Todas nós gritamos e pulamos, sentados, de felicidade. Enquanto isso, meu cachorrinho que estava deitado no chão do carro se encolhia e colocava as suas orelhas em cima dos olhos para que ficassem bem fechadinhos, pois estava assustado com toda aquela gritaria. Após passarmos por uma placa que anunciava o nome da fazenda, meu pai anuncia a chegada.
Todos nós começamos a gritar, a pular de alegria e Lucas como sempre o mais danado disse, gritando:
-Fazenda Monte Branco , aí vamos nós! E pode ter certeza, faremos deste lugar um mundo de aventuras!







A Chegada







A fazenda ficava num lugar um pouco elevado, se destacando ao ver de longe, era uma belíssima casa, no alto de um monte coberto por gramíneas. Casa esta, do tipo rústica, mais indiscutivelmente bonita e confortável.
Ao chegarmos no pátio perto da porta que dava acesso a todos os compartimentos da casa, meu pai pára o carro, todos nós descemos na maior felicidade e fomos de encontro ao vovô Chico, que aguardava-nos em sua velha e confortável cadeira de balanço, na varanda de frente a uma vista lindíssima de toda aquela paisagem camponesa.
Quando encontramo-nos, demos um abraço pra lá de caloroso e o enchemos de beijinhos. Ele nos recebeu com muito carinho e um sorriso disfarçado nos lábios.
Nosso pai, apareceu de repente na porta que ficava entre a sala e a varanda, nos chamando com uma voz engraçada:
-Todos os hóspedes que acabaram de chegar, terão que pegar as suas malas no carro e levá-las para seus quartos, pois não temos mordomos, foram despedidos. Agora vamos, apressem-se crianças.
Lucas passa pelo corredor parecendo um foguete, gritando:
-Alegria... Férias! ! ! Oba! ! !
Todos nós fomos até o carro e ajudamos a descarregá-lo. Logo depois, levamos as malas para o quarto onde ficaríamos durante as férias. Chegando lá, corremos para as camas. Jogando as malas de lado, subimos de imediato cada um em uma cama e começamos a brincar de luta de travesseiro, voaram penas para todos os lados, depois de algum segundos nos demos conta de que tínhamos feito uma grande bagunça e paramos por algum momento, mas só que quando paramos, já era tarde demais, pois o quarto estava na maior desordem. Então, Lucas sugeriu:
-Por que não continuamos? O quarto já está todo bagunçado mesmo. Afinal, estamos ou não estamos de férias?!
Biba e eu, concordamos com a sugestão de Lucas e continuamos com a brincadeira. Enquanto isso, D.Vera, minha mãe, arrumava na cozinha os alimentos e os utensílios que levara para lá. Contudo, ouve a zoada de um carro chegando. Então se debruça na janela para ver quem tinha chegado.
Era sua irmã com toda a sua família. Ela chama-se Linda, senhora bonita, de olhos verdes, alta, esbelta, cabelos loiros até o pescoço, magra e de pele delicada, tem por volta de seus quarenta e dois anos, tem um casal de filhos, a menina chama-se Raquel e o menino chama-se Patrick. Os dois, sempre tiveram muita afinidade com a gente. Então, no mesmo momento em que chegaram na casa, perguntaram por seus primos. Minha mãe, por ser uma senhora muito agradável e atenciosa nos chamou:
-Biba! Leo! Lucas! Raquelzinha e Patrick chegaram, venham vê-los!
Ao escutarmos o chamado da nossa mãe, saímos correndo pelo corredor que dava acesso aos quartos e fomos até a cozinha onde mamãe estava. Chegando lá, pedimos a benção aos nossos tios e chamamos nossos primos para brincar. Então, Patrick, disse:
-Vamos, mas antes temos que guardar as nossas malas no quarto aonde vamos ficar. Não é Raquelzinha?
-Por que vocês não ficam no mesmo quarto em que a gente está? Não seria legal? Só assim poderemos contar histórias de terror à noite, ou então planejarmos o que faremos no outro dia. Não é boa a minha idéia? - sugeriu Lucas.
-É, até que é uma boa idéia. Mas, vamos parar de conversa e vamos logo até o quarto, para que possamos guardar as nossas coisas e começarmos a brincar logo - disse Patrick.
-Só não gostei muito dessa idéia de contar histórias assustadoras à noite, pois tenho medo - falou Raquelzinha com uma voz bem meiga.
-Não se preocupe, poderemos contar somente quando vocês estiverem dormindo - falei tentando poupá-la.
Fomos até o quarto, deixamos as mochilas por lá e fomos procurar o vovô Chico.
Ele estava na parte de traz da fazenda, dando milho a algumas galinhas e a alguns pombos que ele criava. Ao encontrarmos sozinho e pensativo, perguntamos se ele poderia nos levar para passear pelas redondezas da fazenda. E ele nos respondeu:
-Claro meus netinhos, queridos. Vou levá-los para ver uma cachoeira lindíssima, uma das mais belas que já vi em toda minha vida, fica um pouco longe daqui, mas vocês vão gostar muito.
Enquanto isso, na cozinha era feito o almoço pelas mães e nossos pais jogavam xadrez na varanda.
O Vovô nos levou para ver a tão formosa cachoeira. Chegando lá, ficamos encantados com o que vimos.
-Meu Deus! Com esse monumento que a natureza nos deu, daria para agente viver uma grande aventura, ou seja, brincar de caça ao tesouro - falou Lucas entusiasmado com tudo aquilo.
-Vovô, nós podemos tomar banho nela?- perguntou Biba curiosa.
-Mas é claro que não. Dizem que este riacho, feito com toda água que brota desta cachoeira, não tem uma profundidade exata, as pessoas antigas diziam ter testemunhado pessoas sendo sugadas para o fundo, e estas jamais voltaram à superfície ...É parece que a natureza só nos deu este presente para que fosse somente observado, e jamais usufruído ...A natureza é muito bonita, mas tem os seus mistérios - falou seu Chico com toda a sua experiência de vida.
-Quem contou ao senhor que existia esta cachoeira?- perguntou Patrick.
-Foi o meu pai, eu tinha uns quatorze a quinze anos, alguns dias depois da nossa chegada aqui. Lembro-me como hoje, meu pai chegando em casa todo assustado com o que tinha ouvido falar sobre esta cachoeira...
-Linde, ô Linde, disseram que bem perto daqui, tem uma cachoeira lindíssima, dizem ser a mais bela queda d’água do estado de Sergipe, mas ouvi dizer que sugou uma pessoa esta manhã. Parece ser muito perigosa essa tal cachoeira. Também disseram que não tem profundidade exata, ao ser sugado por ela, jamais alguém consegue voltar à superfície.
-Foi mesmo, Zé? ! –perguntou minha mãe um pouco assustada.
Enquanto eles conversavam na cozinha, eu escutava tudo da sala, enquanto estudava. Então, um dia meu pai chamou-me para que eu fosse conhecer essa tal queda d’água traiçoeira. A conheci e hoje tenho a possibilidade de fazer com vocês, aquilo que um dia, papai fez comigo - falou vovô Chico se lembrando do passado.
-Está na hora de voltarmos. Pois o almoço já deve está pronto. E eu estou faminto. Qual de vocês está com fome? - falou o vovô tentando nos divertir.
-Eu, eu, eu...!-falamos todos de uma só vez, foi o maior burburinho.
Voltamos para casa, seguindo a mesma trilha que utilizamos para chegar até lá. Ao chegarmos, lavamos as mãos, sentamo-nos à mesa e fizemos uma oração para agradecer o alimento que íamos comer. Comemos até o momento em que nos sentimos fartos. Após o almoço, teve a sobremesa, um brigadeirão, e logo depois sentamos na varanda, que por sinal estava bastante ventilada, para que pudéssemos descansar um pouco.
Após descansarmos por algum tempo, fomos brincar e os adultos foram arrumar a casa para a festa de natal.
Ao chegarmos no quintal, Lucas sugeriu:
-Porque não brincamos de caça ao tesouro? Vai super legal!
-Maravilhosa esta sua idéia! Eu topo.- falou Patrick entusiasmado.
-Eu, também quero brincar. E vocês meninas, vão também?- perguntei.
-...É, pensando bem, acho que vai ser divertido - falou Biba convencendo-se
-Ah! Eu também quero.- falou Raquelzinha, a menor da turma.
- Então, já que todos vocês querem, vou falar como é esta brincadeira. È assim, vamos fingir que tem um tesouro enterrado por aqui, vamos pensar que todo este terreno aqui é uma ilha perdida e que nós somos os piratas que acabaram de descobri-la. Ta certo?- falou Lucas tentando entusiasmar todos os outros.
-Oh...!!! Olhem todos, encontrei uma garrafa que tem um papel meio envelhecido dentro. Vejam!- falei ao pegar uma garrafa vazia que se encontrava largada no chão e na tentativa de embalar-me e embalar todos os outros no mundo da imaginação.
-Abram-na, abram-na. Acho que é o tão conhecido mapa do tesouro. Se for, nós acabamos de ficar ricos.- disse Biba envolvendo-se na história.
- É o mapa, é o mapa. Estamos ricos, ri-cos...!- disse Raquelzinha gritando de felicidade.
Ao imaginarmos que tínhamos achado a garrafa que continha o mapa do tesouro, fomos à procura deste.
Procuramos por todos os lugares e agimos como verdadeiros piratas em busca do tesouro perdido. Mas nos distanciamos muito da fazenda e Raquelzinha a mais nova de todos, ficava sempre atrás, pois achávamos que só assim ela não se perderia e por mais um descuido, ela ficou presa pelo vestido em um galho de árvore que se encontrava disperso no meio do caminho.
Ela tentava se soltar, mas não conseguia, quando fora se soltar já não sabia mais para que lado os outros tinham ido, gritava, mas parecia não haver ninguém pelas redondezas, todos aqueles gritos foram em vão. Então, começara a se desesperar, não sabia para onde ir, pois estava cercada de árvores, de muitos matos e muitas plantas espinhosas. Ela não parava de gritar e de chorar também, mas tentava a cada momento encontrar uma saída, estava com muito medo de que escurecesse e de ter que ficar sozinha em meio daquele mato, sombrio e assustador, composto por tantos mistérios.





O ENCONTRO







Raquelzinha ao cutucar em alguns galhos gigantescos que atrapalhavam a passagem, ver por dentre aqueles galhos uma enorme casa de andar, mas parecia não haver ninguém, o lugar era deserto, apavorante, pois aquela calmaria toda dava impressão de ser um lugar abandonado a muitos anos. Mas Raquelzinha, mesmo muito assustada com aquele lugar, preferiu tentar chegar até lá, pois achava que estando lá, estaria mais segura. Então, tentou de várias formas se aproximar e com muita persistência conseguiu.Chegando lá, ainda meio chorosa tentava encontrar uma saída, mas não conseguia encontrá-la. Porventura, se depara com um imenso cajueiro, lindo, robusto, sua altura ultrapassava a altura da casa por muitos metros, era florido, sinal de que daria muitos frutos no futuro.Neste belo pé de frutas, haviam alguns moradores assíduos daquela sombra maravilhosa. Sabe quem eram? Eram as araras azuis que voavam imponentes naquele céu solitário, lindas, tão belas quanto aquele imenso cajueiro.
A menina, com curiosidade resolveu se aproximar.Estava boquiaberta com o tamanho daquela árvore, de súbito, resolveu sentar-se debaixo dela e aproveitar um pouco daquela sombra, pois o sol estava muito forte, eram por volta de três horas da tarde. Ao menos esperar, o cajueiro começa a se mexer e abrir a boca como se estivesse bocejando, ou seja, parecia está se acordando de um sono profundo. A menina espantada saiu de perto e ficou reparando tudo à distância, começou a ficar mais assustada do que quando tinha chegado.De tão nervosa e amedrontada ficou sem ação, paralisada por alguns instantes, logo depois escutou uma voz grossa, meio roca, mas nada assustadora. Por conseguinte tentou descobrir de onde vinha aquela voz tão agradável. Então, notara que vinha do cajueiro e logo percebera que aquele cajueiro podia falar normalmente, com isso, sua curiosidade foi tão grande que fê-la aproximar-se cada vez mais. Ao chegar bem próximo dele, escutou:
-Olá menina, como se chama?
-Meu nome é Raquel, mas todos me chamam de Raquelzinha.- ela falou tentando se acalmar.
-O que fazes por aqui? Já, já, estará anoitecendo, o sol está quase pondo.Você notou?- falou o cajueiro apontando com um de seus galhos para o sol poente.
-Já notei sim, seu cajueiro. Mas o que aconteceu, foi que eu me perdi e não sei como voltar para casa.Acabei me perdendo do meu irmão e dos meus primos, nós estávamos brincando de caça ao tesouro. Quando me enganchei num destes gigantescos galhos que se encontram caídos aí na frente.- falou a menina com uma voz terna.
-Está bom minha filha, não precisa dar explicações, vou pedir a uma dessas araras azuis que lhe mostre o caminho de volta para sua casa.Um momento.- falou o cajueiro meio sorridente.
Logo depois ele assobiou e uma bela arara se aproximou da garota.
-Onde você mora menina linda?- perguntou a arara com uma voz engraçada.
-Estou passando as férias na fazenda do meu avô, ela fica no alto de um monte na entrada deste município.- falou a menina com um sorriso faceiro nos lábios.
-Ah...Está bem próximo daqui, conheço um atalho, siga a minha sombra que levarei você de volta!!!-gritou a ave iniciando o vôo.
-Esta certo, seguirei. Muito obrigado, seu cajueiro, foi um prazer tê-lo conhecido...Tchau.- gritava a menina ao sair dali correndo para poder acompanhar a réstia da ave.
A arara levou a menina de volta para casa, deixando-a no quintal da fazenda. E antes de sair dali, disse a ela que se ela quisesse voltar novamente ao sítio abandonado para visitar o cajueiro, que era só assobiar, pois ela viria na mesma hora buscá-la. Raquel, muita grata acenou com fervor e gritou agradecendo-a.
Enquanto isso, dentro da casa, Linda, a mãe de Raquelzinha, chorava chegando a soluçar. Estava muito preocupada, pois até aquele exato momento não tinha tido nenhuma notícia sobre sua filha. No quarto Patrick, Lucas, Biba e eu chorávamos muito, pois nos sentíamos culpados por tudo aquilo que tinha acontecido. Mas por um momento eu, escutei um grito e parecia ser de minha prima, então me levantei na maior carreira da cama, chamei todos os outros pedindo a eles que me acompanhassem. Passamos parecendo furacões pelos corredores, gritando:
-Raquelzinha, raquelzinha, ela está aqui, ela chegou!Linda, sua filha está viva, ela chegou! ! !
Ao escutarem todos aqueles gritos, Linda, Tico, Vera e Elias foram ver o que estava acontecendo. Chegando no quintal se depararam com todos nós abraçando com muita alegria a Raquel. Seu Elias e Linda, ao ver aquilo foram de encontro a sua filha e muito emocionados por reencontrá-la, abraçaram-na como nunca tinham abraçado-a antes.
Acolheram-na com muito carinho e muitos cuidados. Anoiteceu, jantamos, descansamos por algum tempo e fomos dormir.
No quarto das crianças as luzes já estavam apagadas e este estava sendo suavemente clareado pelos reflexos da lua nova.Então, Lucas perguntou com uma voz mansa cortando o silêncio:
-Ah...Posso contar alguma história de terror?
-Não,... Por favor, basta o susto que levei hoje.-disse Raquel implorando-o.
-Por que você não nos conta como foi que você achou o caminho de volta?-perguntou Biba interessada.
-É mesmo seria muito mais interessante do que ficar escutando historinhas de terror.- falou Raquel concordando com a sugestão da sua prima.
Então ela contou tudo o que aconteceu e não poupou detalhes.Enquanto a menina contava com entusiasmo os outros a escutavam silenciosamente e impressionados. Mas quando ela disse que o cajueiro falou com ela e pediu a uma arara azul que a trouxeste em casa, ninguém acreditou, todos pensavam que era brincadeira dela. Os meninos zombaram dela dizendo que ela estava inventando histórias, mas Biba continuou acreditando em tudo que sua prima dizia. Contudo, Raquelzinha lançou uma proposta para os meninos:
-Já que vocês três não estão acreditando no que lhes contei.Posso prová-los. Vocês aceitam ir amanhã pela manhã logo cedinho, comprovar tudo que lhes disse?Aceitam ou não?
-...É, claro que aceitamos, amanhã pela manhã, logo cedo sairemos daqui, discretamente.- falou Patrick meio inseguro.
-Fechado! Boa noite meninos.-falou Raquel deitando-se com um sorriso nos lábios.
Ao amanhecer todos acordaram logo cedo, D.Vera e Linda foram ao pomar e a horta colher algumas frutas e verduras que estavam faltando, seu Chico, Tico e Elias ficaram sentados na varanda jogando conversa fora. Nós tomamos café e logo após fomos até o sítio abandonado como ficou previamente combinado na noite passada.
Ao chegarmos no sítio abandonado, Raquelzinha foi logo se aproximando do cajueiro. Enquanto os outros meio amedrontados aproximavam-se vagarosamente. Quando todos se encontravam de frente ao cajueiro, a menina falou:
-Seu cajueiro acorde, acorde, trouxe meus primos e o meu irmão para você conhecê-los.
Os meninos ainda não tinham acreditado que um pé de frutas pudesse falar, mais ao menos esperar o cajueiro começou a se acordar vagarosamente, bocejou e falou:
-Bom dia, crianças. Raquelzinha! !-falou ele surpreso.
-Bom dia, estou muito feliz por poder reencontrá-lo, mas como já havia dito. Trouxe meu irmão e meus primos para que você pudesse conhecê-los.-disse a menina sorridente.
-Maravilha, depois de velho, poder fazer novas amizades é muito legal! Cheguei a pensar que morreria sem que nenhum ser humano, descobrisse os meus segredos. Mas como é que se chamam mesmo os seus primos e o seu irmãozinho?- disse o cajueiro inicialmente feliz e logo depois um pouco pensativo, com a voz meio que melancólica, parecendo até que estava prevendo algo inconscientemente .
-O nome deste é Patrick ele é o meu irmão, este se chama Leo, este outro se chama Lucas e esta é Biba, todos são meus primos.- falou a menina apontando cada um deles.
-Seu cajueiro, o senhor falou ...em descobrir os teus segredos. Quais segredos?- Perguntou Biba como sempre muito curiosa.
-Ah! O de que eu posso falar normalmente, como um ser humano e pensar também.
-falou o pé de caju.
-Ah...!- dissemos todos.
-Preciso de algumas pessoas de confiança para que me ajudem a manter esta tradição da minha família. É que há ...uns duzentos anos atrás, neste mesmo sítio, vivia uma bruxinha que gostava muito de ficar inventando algumas porções mágicas para poder passar o tempo. Então, numa certa noite, ela sonhou que tinha feito um cajueiro falar. Ao amanhecer ela queria porque queria fazer com que este sonho se tornasse realidade. Revirou todos os seus livros de magia, mas nenhum tinha esta bendita fórmula. No entanto, com toda a sua experiência, ela tentou de todas as formas criar uma nova magia que fizesse pés de caju falar e pensar como todos os seres humanos. Passou quinze dias tentando achar uma fórmula para realizar seu sonho, mas nada adiantou. Parecia que todo o seu esforço tinha sido invão. Mas, quando ela estava quase sem esperança, lembrou-se que durante todos aqueles dias, ela só não havia procurado livros num baú, que pertenceu a sua bisavó. Neste baú haviam muitas fórmulas ainda desconhecidas por muitas bruxinhas. Contudo, revirou-o de cabeça para baixo e procurou entre todos aqueles livros, o livro que pudesse lhe dar as informações necessárias para que pudesse criar uma nova magia. Ao folhear quase que sem força as últimas páginas, do último livro, ela encontrou não só as indicações, mas como também a fórmula para que pudesse fazer com que este sonho tão esperado se tornasse finalmente realidade. Então, seguiu tudo o que estava escrito no livro, com muita precisão, mas ficou difícil de entender, pois as letras estavam um pouco apagadas, mas no final deu tudo certo. Ela pegou uma muda de caju, aplicou nela a porção, disse algumas palavras mágicas e então o encanto se fez. Depois de fazer o cajueirinho falar, ela disse a ele que se ele quisesse passar aquele poder para os seus futuros familiares, era só dar a alguma pessoa de confiança um desafio.Que era o de entrar numa caverna e pegar uma chave que daria acesso a uma fonte de energia que era o que ia fazer com que o futuro cajueiro pudesse falar e pensar como ele, mas isso só poderia ser feito quando ele estivesse bem velhinho. Ele achou que deveria dar continuidade àquela espécie. Então, todos os meus familiares que já se foram, fizeram o possível para que esta magia fosse passando de gerações a gerações. Por isso posso hoje estar aqui falando a vocês toda a minha história e entregar em suas mãos a missão de fazer com que esta tradição continue, pois já estou velho e muito cansado, sinto que daqui a alguns meses vou dormir eternamente, mas só dormirei feliz se tiver à certeza de que vocês me ajudarão a dar continuidade a esta espécie, como outras pessoas já fizeram.-disse o cajueiro contando toda a sua história e confiando as crianças escolhidas a continuação de sua espécie.
-Meu De-us! Essa história é muito interessante. Mas é claro que vamos ajudar você a cumprir esta missão, afinal você salvou a vida da minha irmãzinha. Não é turma? Vamos ou não vamos ajudá-lo?!- falei com entusiasmo.
-Va-mos! !- falaram todos vibrantes.
-Agora nós precisamos saber o que devemos fazer para poder ajudá-lo. Afinal, você merece todo nosso apoio.-disse Raquelzinha com uma voz amável.
-Esta casa como vocês podem ver, está abandonada a mais de sete anos e dizem que dentro dela a uma porta que vai dar acesso a alguns mundos, em um desses mundos há uma chave de diamante que abrirá uma porta e nesta porta existe uma fonte de energia que vai fazer com que eu receba a energia e dê a origem a um novo cajueiro, tão bonito quanto eu. Vocês têm que achar esta chave, ela é a minha única esperança. Vocês vão conseguir, eu sei!- falou o cajueiro tentando explicá-los e muito confiante.
-Não se preocupe, nós acharemos esta chave. E fique sabendo que você nunca sairá dos nossos corações e nem dos nossos pensamentos. Foi muito bom ter conhecido você.- falou Biba com uma voz terna.
-Obrigado pelo carinho de todos vocês. Nem sei como agradecê-los. Boa sorte crianças, vocês irão precisar.- disse o cajueiro com os olhos cheios de lágrimas.
Quando estávamos indo em direção a casa, o cajueiro chama o nome de Raquelzinha, ela vira, olha para ele e ele diz muito emocionado:
-Você estará guardada em minha memória enquanto eu viver. Você foi a melhor coisa que podia ter aparecido na minha vida. Foi um ótimo presente de natal. Obrigado por tudo, vai com Deus, boa sorte! Força! Jamais desista de lutar, lute sempre enquanto ainda houver forças! Tchau.
A menina ao escutar tudo aquilo, vira e vai em frente acompanhando os outros, dos seus olhos brotam algumas lágrimas sinceras de emoção e ela as enxuga de uma forma firme e confiante.
-Lutaremos até o fim. Chegou a hora de retribuirmos tudo que a natureza nos deu.- falou Raquelzinha com muita garra e confiança.







A CASA MISTERIOSA






Ao entrarmos na casa, deixamos a porta semi-aberta por uma questão de precaução. E Lucas o mais danado disse:
-Eu não disse a todos vocês, que nós faríamos da nossa viagem uma grande aventura? Então?
Logo após as indagações do menino, a porta se fechou numa força tremenda. E todos ao presenciarem aquilo ficaram muitos assustados, mas eu, mesmo muito apavorado tentei tomar a frente de tudo, dizendo:
-Nós temos que manter a calma, precisamos encontrar uma saída, afinal nós precisamos cumprir a nossa missão e honrar o nosso nome. Todos concordaram em ajudar o cajueiro e agora chegou a hora de enfrentarmos os obstáculos que estão em nossos caminhos, pois além de estarmos lutando por nossas vidas estamos tentando salvar ao menos uma pequena parcela da natureza. Vamos lutar até o fim e vamos conseguir. Tenho certeza disso.
Todos eles um pouco mais relaxados colocaram uma mão sobre a outra dizendo juntos num gesto de união:
-Todos juntos por uma questão que enobrece a alma. Lutando sempre enquanto ainda houver forças! ! !
Contudo, prosseguimos caminhando para achar a tal porta que dava a passagem para outros mundos, com coragem e força todos fomos sabendo que nada seria fácil, pois enfrentaríamos situações nunca vistas, em mundos jamais conhecidos por outros seres humanos. Descemos uma escada. E não tínhamos a mínima idéia de onde ela acabaria, mas chegamos a um porão escuro, meio sombrio, cheio de coisas antigas e sem utilidade, como por exemplo: espelhos quebrados, móveis corroído pelos cupins,uma escada velha e quebradiça, alguns brinquedos sujos, cheios de poeiras e entre outras coisas mais. Então, Lucas viu uma luz meio que azulada saindo de uma porta semi-aberta no fim daquele porão e resolveu ir checar. Ao abri-la, reluziu em seu rosto uma forte luz que logo depois foi enfraquecendo. Os outros meio temerosos diziam:
-Será que esta é a passagem?
-Só saberemos, apartir do momento em que passarmos por ela.- disse Biba meio assustada
-Então, o que estamos esperando? Vamos todos dar as mãos e entraremos juntos.- disse Raquelzinha.
Todos demos as mãos uns aos outros e passamos por aquela porta . Do outro lado, era tudo muito escuro, mal se dava para ver uns aos outros, mas Biba ao falar um pouco alto que estava com medo fez com que um bando de morcegos voassem assustados. E Patrick falou:
-Acho que estamos numa caverna. Lucas, você trouxe a sua lanterna?
-Mas é claro que eu trouxe, sempre ando preparado, pois no caso de qualquer eventualidade...- respondeu o menino retirando a lanterna do bolso.
-E por que não nos disse antes? Só assim não teríamos ficado com tanto medo naquele maldito porão.- eu disse meio chateado.
-É.-disseram as meninas concordando.
-Ah... Sei lá. Acho que foi para poder ficar mais emocionante a nossa aventura.-disse Lucas em tom de brincadeira.
-Engraçadinho.- disseram as meninas ironicamente.
-Esta não é a hora apropriada para brigas, mais que nunca devemos nos unir neste momento para podermos vencer todas as barreiras que vamos encontrar mais pra frente. Porque só unidos venceremos esta árdua batalha.- falei tentando organizar as coisas.
-Isso mesmo.- disse Patrick.
-Por que o Lucas não liga logo esta lanterna para que possamos dar continuidade a nossa missão, pois o tempo esta passando. E não temos muito tempo.- disse Biba perdendo a paciência.
-Acende logo esta lanterna!- disseram todos gritando.
-Ta, esta bom. Já vou acender. Acendi.- disse Lucas acendendo a lanterna.
Após acender a lanterna continuaram tentando achar uma saída. Andaram por muito tempo. E Raquelzinha disse cansada:
-Deus, nós sempre soubemos que sempre haverá uma luz no fim do túnel. E aonde está a deste?
-É de um túnel e não de uma caverna.- disse Patrick cansado, porém com muito senso de humor.
-Engraçado, não estou brincando.- retrucou Raquel.
-Continuemos, porque se ficarmos parados aqui, jamais encontraremos uma saída.- disse Biba irritada.
Andamos mais um pouco. E Raquel percebera um pequeno feixe de luz. Então, corremos até o local, chegando lá, encontramos nada mais nada menos do que uma tocha acesa. Não era o esperávamos que fosse, mas pelo menos serviu para clarear ainda mais os nossos caminhos. Então, Raquelzinha disse inteligentemente:
-Por que não seguimos por este corredor em que a tocha estava clareando? Pode ser por aqui o caminho para que cheguemos em um dos mundos.
-Maravilhosa esta sua idéia! Claro! Esta pode ser mesmo uma pista.- falei entusiasmado.
-Então vamos por aí.- falou Patrick convencido de que ali seria mesmo a passagem que eles tanto procuravam.
Contudo, continuaram a andar e a procurar esta tão esperada passagem. Andamos por mais alguns metros e encontramos um feixe de luz meio esverdeado, bem forte. Então nos aproximamos vagarosamente, mas mesmo de bem próximo desta luz não conseguíamos ver o que tinha do outro lado dela.Sendo assim, Raquelzinha encorajou-se e se predispôs a ultrapassá-la, dizendo:
-Vou ultrapassá-la, mas prometam-me que se eu não voltar, vocês entrarão nela também.
-Mas é claro que vamos. Afinal, estamos ou não estamos juntos nesta batalha?- disse Patrick.
-É verdade.- concordei.
Raquelzinha deu um abraço e um beijo em todos os seus familiares e entrou na passagem.Logo depois, todos nós entráramos, consecutivamente.






Mundo de Cristal



Ao chegarmos do outro lado do portal, nos deparamos com um lago azul, de águas cristalinas, cercadas por montanhas altíssimas de cor marrom forte, que chegava a brilhar ao ser visto de longe. Sobre as águas se avistava um submarino feito de cristal puro. Então, com muita curiosidade resolvemos chegar mais perto para vê-lo melhor. A curiosidade foi tão grande que decidimos entrar nele, pois nunca tínhamos visto um submarino antes e muito menos um feito de cristal. Ao entrarmos nele, vimos umas infinidades de botões e de acessórios. Então, Lucas, não sabendo conter a sua curiosidade apertou em um dos botões, o que fez com que o submarino fechasse todas as suas entradas e nós ficássemos presos, sem saída, então o submarino começou a submergir e a entrar num universo lindíssimo subaquático. Ficamos encantados ao ver uma variedade tão grande de peixes coloridos e de formatos variados e também a infinidade de plantas e corais. No fundo deste belíssimo lago havia uma passagem na qual o submarino passou se transformando em um pára-quedas. Descemos numa cidade, onde tudo era feito de cristais, as casas, as flores, as carroças, as pontes, enfim, tudo. Dava a impressão de ser uma cidade rural, as pessoas eram muito pacatas, viviam de uma forma muito parecida com a vida camponesa da Terra. A gente sem saber aonde ir, perguntamos as pessoas onde estávamos. E uma senhora muito simpática nos disse:
-Vocês estão em Cristalópolis, uma cidade muito aconchegante e muito bonita também. Vocês concordam?
-Claro, muito bonita!- falamos meio que sem jeito.
-...É, vocês se lembram que quando o cajueiro nos contou a história da vida dele, ele disse que a chave que as outras pessoas que ficaram encarregadas desta missão, ficava numa caverna? Então!- disse Biba, lembrando-se.
-Então, vamos perguntar a esta senhora, se por aqui existe alguma caverna e se ela sabe onde ela fica.-disse Raquelzinha.
Enquanto eles conversavam, a moça que os tinha recebido saiu de mansinho e continuou sua caminhada.
-Ei...moça volte aqui!!!- gritávamos ao vê-la se distanciando.
Ao escutar os gritos, ela pára de caminhar e nos espera tranqüilamente.
-Obrigado, moça, por ter nos esperado. É que precisamos saber se nesta cidade existe alguma caverna. Existe?- perguntou Patrick cansado de tanto correr.
-Existe sim, uma única caverna, mas para chegar até lá é muito perigoso. Ninguém deste reino chega perto daquela caverna, nem os ditos homens mais corajosos e fortes daqui chegam até lá e os que já entraram nela, jamais voltaram.- diz a velha com todo seu conhecimento
-Então esses homens, não são nada corajosos. Nós vamos entrar nela e vamos sair com vida!-disse Lucas ousado e destemido.
-Vocês quem sabem, este mundo é muito bonito, mais tem os seus mistérios.- disse a senhora pensativa.
-Até parece o vovô, falando quando estava nos mostrando a cachoeira.- eu disse me arrepiando.
-É mesmo. Mais aonde é que fica esta tal caverna?- disse Biba se dirigindo a velha, com a voz um pouco aflita.
-Fica atrás daquele vale, vocês terão que atravessar uma ponte, ao atravessá-la verão um bosque...lindo, vocês terão que andar por cerca de uns setecentos cristais para chegar a esta tão temida caverna. Ela é muito bela, encantadora, mas traiçoeira. Cuidado crianças, é muito perigoso.- disse a senhora com uma voz meio misteriosa.
-Obrigada, senhora, pela sua gentileza. Tenha um bom dia.- disse Raquel se despedindo, com tom amável.
Então, a senhora fez-nos um simples gesto com a cabeça. E se dispôs a andar.Seguindo a sua vida a perambular pelas ruas da pacata cidade, trilhando o seu destino incerto.
-Precisamos ir. Temos muito pela frente.- eu disse.
Contudo, fomos ao encontro desta caverna tão temida pelos cristapolitanos.Chegando lá, ficamos maravilhados ao vê-la. Procuramos de todas de as formas encontrar uma entrada e conseguimos acha-la. Ela ficava no lado leste da caverna, era enorme, todos nós perto dela parecíamos abelhas perto da porta de uma casa. Entramos como sempre, de mãos dadas e com muito, muito medo.
Ao entrarmos, nos encontramos com uma flor, feita de puro cristal, que guardava consigo inúmeros segredos e muitos poderes mágicos, ela aparecia somente para as pessoas que tentavam enfrentar os perigos da tão temida caverna. Então, ao ver-nos disse com uma voz suave:
-Crianças, este lugar é muito perigoso. Vocês podem se machucar.
-Mas nós temos que entrar, nós precisamos salvar a natureza do nosso mundo, ela corre perigo e precisamos encontrar uma chave que está aí dentro. Pois, só com ela poderemos dar continuidade a nossa missão, além desta, temos ainda que encontrar uma outra chave de diamantes que vai nos dar a possibilidade de abrir uma fonte de energia, que nos levará de volta ao nosso mundo e fará com que nós salvemos uma parte da natureza do planeta Terra.- falou Raquel explicando-a toda a situação.
-Cuidado crianças, fiquem com isto, pois ele dará a vocês muita sorte.-disse a flor de cristal dando-lhes um cristal que tinha o formato de uma montanha
-Obrigado.-disse Raquel ao receber o amuleto.
-Lembrem-se, quando vocês precisarem de alguma coisa. Apertem esta flor com bastante força e façam seus pedidos, mas só serão atendidos quando vocês estiverem passando algum perigo.- falou a flor quase desaparecendo.
-Obrigado.- falou Raquelzinha.
-Boa sorte ...crianças!! E lembrem-se só é apertá-la com muita fé que conseguirão ser atendidos.-disse a flor quase invisível.
Logo depois que a flor desapareceu, continuamos caminhando em direção a parte interna da caverna.




No mundo das pedras


Ao chegarmos lá dentro, vimos uma ponte, imensa, suspensa sobre um buraco negro que parecia não ter fim, parecia um abismo, com uma profundidade gigantesca, não podia se ver nada além da própria escuridão, que tornava aquele lugar, um lugar sombrio e assustador. Só havia este caminho para que pudéssemos chegar do outro lado da montanha, então sem saída, decidimos atravessá-la. Mas não sabíamos que além de causar tanto medo, ela também era quebradiça. À medida que fossemos passando por ela, ela ia se dissolvendo e virando um pó dourado que caía naquele mundo escuro jamais tocado por alguém.
Então, Raquelzinha disse inocentemente :
-Passarão primeiro os menores e logo depois os outros. Passará um de cada vez, pois esta estrada é muito estreita. Eu vou primeiro, afinal sou a menor da turma.Não sou?
-É claro, as mocinhas primeiro.- falou Patrick se portando como um verdadeiro cavalheiro .
-Raquel, cuidado. É perigoso. Teste-a primeiro colocando o pé direito, com calma.Isso.- eu disse me precavendo do que poderia acontecer.
Então a menina, coloca o seu minúsculo pé, levemente sobre a ponte, mas fica apavorada ao ver que esta, começou a dissolver e a se transformar em um pozinho dourado que caía suavemente sobre o infinito.
Tentando manter a calma, eu disse:
-Calma. Tenhamos calma, isso é só o começo. Vamos dar as mãos e passaremos todos correndo o máximo que pudermos. Não olhem para baixo e muito menos para trás. Estão me ouvindo. Vamos nos concentrar e tentar se manter tranqüilos.Estão prontos?
-Estamos! ! !- responderam os outros em voz alta, e confiantes.
-Vou contar até três.Quando eu disser já. Nós correremos juntos, sempre olhando para frente e jamais para trás ou para baixo.Ok?- eu disse os preparando.
-Ok.- disseram todos afirmando que já estavam prontos.
Pegaram impulso se afastando um pouco do início da ponte, então contei até três e ao dizer já, corremos muito, mas somente até a metade da ponte, pois Biba ao olhar sem querer para trás ficara pendurada. Todos a puxavam tentando resgatá-la, mas não tinham muito tempo,pois a ponte se dissolvia rapidamente e já estava chegando bem próximo deles, todos entraram em pânico principalmente a menina que se encontrava pendurada sobre o abismo, gritava a todo o momento pedindo socorro, enquanto os outros a segurava com muita força, mas nada adiantava, pois não conseguíamos trazê-la de volta para cima da ponte, agora a ponte se dissolvia já alguns metros de nós , mas já estavam muito cansados de segurá-la. Não tínhamos mais forças para agüentar segurando-a por muito tempo e também não podíamos porque a cada segundo que se passava a ponte se dissolvia cada vez mais, então Raquelzinha lembrou-se que tinham em mãos, o amuleto que a flor mágica tinha entregado-a na entrada da caverna. Ela retirou o amuleto do bolso, colocou entre as mãos e pediu em voz baixa, com muita fé e de coração:
-Amuleto da sorte tire-nos deste apuro. Nos ajude, por favor. Nós precisamos de você.
O desejo foi atendido a tempo, se demorasse por mais alguns segundos, acabaríamos caindo no infinito sem saber aonde iríamos parar naquele universo escuro e apavorante.
No momento em que chegamos do outro lado da montanha ficamos muito aliviados. E Lucas, disse respirando fundo:
-Acho que nasce outra vez.
-Ao conseguirmos vencer alguns obstáculos que antes pareciam impossíveis de se vencer, nós nos sentimos realmente renovados, pois tudo que é mais difícil no final sempre tem um gostinho especial. Não é mesmo?- eu, disse aliviado.
Mas quando tudo parecia bem. Biba nos alerta, dizendo:
-Está tudo muito bom e muito bonito, mas ainda temos que encontrar a chave e acho melhor ainda se fizermos isto agora, pois estamos perdendo muito tempo.
-Isso mesmo, Biba. Vamos lá. A procura do tesouro perdido!!!- disse Lucas tentando se animar e animar todos os outros
Andamos por mais alguns metros e nos deparamos com uma montanha altíssima, não tinha outra saída a não ser escala-la até o seu cume. Sem outra alternativa, começamos a subir com muita dificuldade, pois nunca tínhamos escalado uma antes. Ao começarmos a subida, Lucas disse:
-Temos que subir com muita calma, dando com firmeza cada passo, pois qualquer deslize, pode ser fatal. E outra coisa, não olhemos para baixo. Escutou senhorita Biba?
-Escutei, sim, seu Lucas.- falou Biba meio chateada com a provocação.
-Sim. Continuemos a escalada porque se não, jamais chegaremos lá no alto.- disse Raquelzinha interrompendo a discussão.
Subimos por mais uns cinqüenta metros e finalmente conseguimos chegar no alto. Chegando lá, avistamos uma chave de prata enorme, linda, mas haviam dois monstros de pedras e um pássaro da cor de fogo, lindíssimos, porém malvados. Eles estavam dormindo profundamente até pareciam estar descansando a muitos anos e impediam a passagem que dava acesso a chave. Mas mesmo assim, as crianças tentaram ultrapassar todas aquelas barreiras para chegar a tão esperada chave. Contudo, falei:
-Vamos todos vencer estes monstros, pois somos capazes. Nós temos que... Lembrem-se; Lutaremos até o fim, custe o que custar. Nós vamos conseguir. Basta querermos. E nós queremos, tenho certeza disso.
-É ! ! !- dissemos todos os outros gritando.
Caminhamos silenciosamente até o local onde a chave estava. Ao chegarmos lá, os monstros de pedras e o pássaro acordaram. Um dos monstros pegou a Biba no colo e ameaçou joga-la de lá de cima. Todos muito assustados, não sabíamos o que fazer. Até o momento em que Lucas ascendeu sua lanterna e mirou o foco de luz nos olhos de um dos monstros. Mas fizera isso sem intenção alguma. E acabou fazendo com que o monstro caísse no chão e desaparecesse com o passar do tempo. Mas Biba continuava presa nas mãos gigantes daquele monstro feio, gritava por socorro a todo momento, pois estava com muito medo de cair no chão. No meio de todo aquele desespero, eu gritava pedindo a lanterna para poder fazer o mesmo com o pássaro que estava em cima de minha cabeça, sugando todas as minhas lembranças. Então, ao escutar, Lucas joga a lanterna e eu a peguei ainda no ar. Ao pega-la no ar, mirei a luz no rosto do pássaro e fiz com que ele ficasse tonto e caísse no chão desaparecendo minutos depois e recuperando assim todas as minhas lembranças perdidas. Contudo, ainda faltava um monstro que tinha em suas mãos a menina Biba. Repetiram tudo o que tinham feito com os outros dois e conseguiram fazer com que este sumisse depois de alguns instantes, conseguindo assim salvar a vida da garota. Logo depois de vencermos todos aqueles monstros pegamos a chave prateada e abrimos uma porta que ficava de frente ao local onde estava sendo guardada a chave. Ao abrirmos a porta, reluziu em nossos rostos uma luz dourada fortíssima que por mais uma vez, foi enfraquecendo ao passar do tempo. A medida em que cada um de nós íamos passando pelo portal.



O mundo de ouro



Ao chegarmos do outro lado da passagem, ficamos maravilhados ao ver que tudo naquele lugar era feito de ouro. Era um reino belíssimo, luxuoso, onde todos os seus habitantes viviam felizes, em paz uns com os outros, não faltava absolutamente nada para aquele povo feliz, pacato e de bom coração. Nós meio perdidos não exaltamos em pedir algumas informações, aos nativos. Ao abordarmos um senhor, Raquelzinha perguntou, curiosa:
-Bom dia, senhor... É, o senhor pode nos informar como se chama esta cidade? E em que ano nós estamos?
-Claro que estamos no ano de 1983, estamos perto do natal não se lembra não, é?- falou Lucas interrompendo a conversa dos dois.
-Mil novecentos e oitenta e três? Não. Estamos no ano de novecentos e oitenta e três. Este é o Reino encantado de Ourives. Sejam bem vindos.- falou o senhor respondendo a pergunta da menina e um pouco confuso ao ouvir o que o garoto havia falado.
-Obrigado.- disse Raquelzinha.
-Gostei muito de vocês. São muito bonitos de coração. Ficaria muito feliz se vocês aceitassem ir até a minha casa. Fica perto. E aí, vocês aceitam?- perguntou o senhor os acolhendo atenciosamente.
-Claro, estou com uma fome! Comeria até uma tonelada de uvas se fosse possível.- disse Patrick entusiasmado.
-Então vamos. Sigam-me que os levarei para conhecer a minha querida família e a minha humilde morada.
Fomos, caminhando tranqüilamente pelos caminhos dourados daquele lugar. Enquanto caminhávamos, conversávamos e ao mesmo tempo conhecíamos o lugar.
-Vocês não são daqui. Não é? Não conhecem este reino. De onde vocês vieram e por quê vieram parar aqui? Contem-me, quero muito saber.- falou o senhor curioso.
-Como se chama?- perguntou Biba.
-Meu nome é Ourives.-disse o senhor.
-Então, você é...o rei deste reino?!- perguntei, surpreso.
-Não. Sou apenas um simples plebeu. Minha mãe me deu este nome, porque o achava muito bonito. E este nome é um símbolo de Riqueza e poder, aqui. Sou rico, me considero rico, muito rico, pois para mim basta o que sou, o que faço para ajudar ao meu próximo, a minha saúde, a minha vida e a minha família também.
Acho que a maior riqueza de um homem ou até mesmo de uma mulher é o que eles são por dentro, não basta dinheiro, tem que ter um bom coração, isso é que é importante.
-É verdade.- retruquei.
-Nós somos brasileiro, moramos no estado de Sergipe. É um lugar muito bonito. Estávamos passando as férias na fazenda do meu avô. É muito legal por lá. Já passamos por outros mundos, muito interessantes, bonitos também. Nós estamos aqui, pois temos uma missão. Temos que encontrar uma chave de diamantes que está em algum lugar por aqui ou até mesmo em outro lugar desconhecido. Pois essa chave nos dará a chance de salvar uma parte da natureza do nosso mundo, do planeta Terra. Precisamos acha-la o mais rápido possível.- falei explicando-o.
-Então isto é mais sério do que eu pensei. Posso ajuda-los, conheço um lugar, dito um dos lugares mais bonitos deste reino. É um lugar cheio de segredos. Quem mora lá é o Baldouro, ele é um monstrinho muito simpático, vocês vão gostar muito dele. E ele pode nos informar se por aqui existe essa tal chave, ou onde vocês poderão encontra-la.- disse Ourives envolvendo-se na história.
-Mas é claro, podemos ir agora? Depois quem sabe conheceremos a sua família e sua humilde casa. Gostaríamos muito de conhece-las agora, mas não temos muito tempo. Nós temos que cumprir a nossa missão. -disse Raquelzinha entusiasmada
-Podemos sim, vamos caminhar um pouquinho mais.Vocês não se importam, não é? Não se preocupe menina, mesmo que não cheguem a conhecer a minha família, mas valeu a intenção.- disse Ourives
Caminhamos por mais alguns instantes. Até que chegamos finalmente no lugar onde o senhor havia dito. Era um lugar lindíssimo, tinha cortando de um lado a outro um rio dourado, parecia até ser de ouro derretido. Lugar de poucas paisagens, simples, mais encantador. Todavia, haviam várias tonalidades de cores que se aproximavam ao dourado e que se misturavam naquele ambiente tão encantador. Era fantástico. E fixado ao chão estava Baldouro, único, naquele lugar tão belo e tão misterioso. Era um monstrinho feito de ouro derretido, ele estava dormindo. Então, Ourives aproximou-se dele e o chamou-o baixinho.
-Baldouro, Baldouro, acorde. Esta na hora de fazer o seu trabalho.
O monstro acordou-se lentamente dizendo, com sua voz grave e agradável:
-Oh! O senhor por aqui? O que queres, meu amigo?
-Quero que você ajude a estas crianças, a encontrar uma tal chave de diamantes que os levará de volta para suas casas e que também os ajudarão a salvar uma parte da natureza do mundo deles.-disse o senhor.
-Mas é claro que posso ajuda-los. Essa chave esta naquela cachoeira que vocês poderão ver se olharem para o lado direito. Ela se encontra dentro daquela correnteza de ouro derretido que vocês estão vendo. O ouro de todo este rio vem de lá. Mas para poder ter essa chave em mãos, vocês precisam passar por um desafio. Vocês aceitam?- disse Baldouro.
-Mas é claro que aceitamos. Afinal, essa é a única chance de revermos nossos pais, nosso avô e também de salvar a natureza.- disse Lucas.
-Então já que todos vocês aceitam. Vou dizer o que terão que fazer. É o seguinte; Vocês precisam descobrir um enigma que é o seguinte:
-Sol menos “L” vida sem o “da” + verá café sem o cá e sem o acento+Liz as pescas sem o “cas” + soas q flor sem o “L”+ em um poutro menos o “tro” + coração menos as sílabas “ra” e “ção” criativo menos “ativo” + esperança tirando as cinco primeiras letras. Vocês terão cinco minutos para descobrir este enigma. Se não descobrirem jamais voltarão para o lugar de onde vieram. Tem mais um detalhe, terão que decifra-lo passando por esta ponte que vai leva-los ao outro lado, próximo a cachoeira. Se não fizerem isto no tempo certo, cairão dentro deste rio que os fará belas esculturas de ouro. Vão, agora só depende de vocês crianças.- disse Baldouro entregando-lhes o papel com a charada e fazendo aparecer uma bela ponte de ouro maciço, em nossa frente.
Todos nós nos despedimos de Ourives dando-lhe um abraço e agradecendo-o por ter nos ajudado nesta missão. Agradecemos também a Baldouro por ter dito a forma de encontrar a tão desejada chave de diamantes. Ao subirmos na ponte, ouvimos. -Boa sorte, crianças. Vocês vão conseguir. Tenho certeza. Não se desesperem, pois vocês são inteligentes. - disse Baldouro confiante.
-Tchau crianças, adorei ter conhecido vocês. Jamais os esquecerei.- disse Ourives com lagrimas no olhar.
Depois das despedidas começamos a tentar decifrar a charada. Lutávamos contra o tempo, pois tínhamos apenas cinco minutos. Tentamos de várias formas decifra-la mais não conseguíamos. Eu, modéstia parte, um dos mais estudiosos, tomei a frente da situação, mesmo assim não conseguimos entender o que estava escrito naquele papel. O tempo passava e o medo tomava conta de todos nós. Estávamos ficando desesperados, pois faltavam apenas 0:54segundos para que a ponte rompesse e nos derrubasse no rio, fazendo com que virássemos belas estátuas de ouro maciço. E assim, nos impossibilitaria de cumprir com a missão. Mas quando estavam faltando 0:30 segundos, Lucas deu novamente uma olhada e foi aos poucos com muita calma decifrando tudo o que estava escrito no papel. Então ele disse concentrado:
-Acho que estou conseguindo decifra-la. Vejam! Sol menos “L” fica só, vida sem o “da” fica vi + verá é igual a viverá + café sem o “ca” e sem o acento ligando com a sílaba “Liz” vai dar fe+Liz se transformará em feliz + as + pesca sem o “ca” dará pes+ soas, pessoas, que flor sem “L” fica for+ em, “forem” um poutro sem o “tro” “pou” ligando-o a primeira sílaba da palavra coração dará “pouco”, a palavra criativo sem “ativo” fica “cri” + a palavra esperança sem as cinco primeiras letras dará origem a palavra criança. Então tudo isso significa; “ Só viverá feliz as pessoas que forem um pouco criança”. É isto! Conseguimos, conseguimos! Olhem a cachoeira, parou de jorrar ouro e lá está a chave de diamantes! Vamos turma! Conseguimos!- disse Lucas gritando, feliz por ter decifrado o enigma e por poder ajudar a encontrar a chave que lhes salvou a vida e que salvará uma parte da natureza do seu planeta.
Todos nós corremos até a chave, ficamos muito emocionados, chorávamos muito por termos cumprido a missão e por estarmos vivos e prestes a rever nossos pais. Pois, afinal era natal a festa da família. E todos estaríamos juntos outra vez. Enfim, pegamos a chave e abrimos o portal. Deste, saiu um belíssimo arco-íris com tons vibrantes, composto por todas as cores. Raquelzinha, feliz, tenta subir nele e consegui andar sobre ele. Então, todos nós a acompanhamos e andamos sem saber onde íamos parar. Mas, ficamos surpresos ao ver que este lindo arco-íris, acabaria bem atrás do cajueiro, fornecendo a ele toda a energia necessária para que ele pudesse dar origem a outro cajueiro de mesma espécie, tão bonito quanto. Ao descermos do arco-íris, ainda conseguimos ver quase que invisível o cajueiro, o tempo parecia não ter passado para nós. Então, Raquelzinha disse em nome de todos:
-Nós conseguimos! Agora você poderá dar continuidade a sua espécie. E saiba, você estará sempre guardado em nossos corações e em nossos pensamentos.
-Obrigado, crianças. Desejo que vocês sejam muito felizes. Vocês são para mim grandes heróis. Parabéns. Estou muito feliz ...Tchau.- disse o cajueiro chorando de felicidades e desaparecendo aos poucos.
Quando ele desapareceu, passou um vento bem forte. E ao menos esperar, surgiu um cajueirinho no mesmo lugar, lindo. Nascia para o mundo mais um cajueiro encantado que daria assim a continuidade aquela espécie mágica. Ao vê-lo, abraçamo-nos e voltamos para casa felizes e leves, parecíamos ter nascido outra vez.

Fim.

(Gustavo Aragão Cardoso)


*** Todos os direitos estão reservados ao autor. É proiibida a reprodução total ou parcial da obra. caso isto seja infringido o infrator estará sujeito a punições perante a justiça.
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